domingo, janeiro 21, 2007

Recado

Ontem (sábado) numa conversa animada sobre o aborto, entre umas cervejas e uns amendoins, disse-me um caro amigo (que por acaso visita este blogue) que votava "sim", entre outras razões, porque entregar as crianças não é solução já que elas são maltratadas e até abusadas sexualmente nas associações de apoio. A esse meu amigo, dedico este post do Norte pela Vida:

««Conheço um rapaz de 16 anos que está muito empenhado em defender a Vida. É um dos resistentes. Já vão perceber porquê.
Disse-me: "Deixe-me ir consigo a um debate. Eu quero saber como é. Eu quero dizer uma coisa." E pôs a sua ideia por escrito.
"Chamo-me "X" e frequento uma instituição de protecção de crianças e jovens. Soube que os defensores do "sim" ao aborto mencionaram que as crianças das instituições são infelizes, se calhar não deviam ter nascido. Aí é que se enganam. A minha mãe, apesar das dificuldades nunca abortou e é graças a eu estar numa instituição que eu tenho um caminho que me fará alguém na vida. Por isso, se não sabem, não falem, porque ninguém escolhe as suas raízes, não nasci num berço de ouro e não é por isso que deveria ser morto quando era indefeso. E agradeço a força da minha mãe por me ter deixado nascer para eu dizer a Portugal que as crianças institucionalizadas não são infelizes, eu pelo menos não sou e conheço outros que dizem o mesmo".»»

14 comentários:

EUclesia disse...

Têm toda a razão. Aliás não é à toa que os numeros demograficos dentro de comunidades bastante pobres, estão a crescer. Aliás vivemos todos num mundo perfeito onde tudo funciona bem e não existem problemas com segurança social nem com violência em certos pontos do país. Em vez de pegarem em médicos, cujos interesses em manter clinicas clandestinas são elevados, ou em pegar em padres, cujos interesses em enrrabar criançinhas são ainda mais elevados. Falem sim com sociologos, arquitectos, antropólogos. Pessoas com suficiente enquadramento social, e neutralidade suficiente para comentarem seja lá o que for. Porem uma criança de 16 anos a dar entrevistas para mim conta tanto como a gaja gorda e o gay no programa da manhã da sic. Deixem-se de pseudointelectualismos e coloquem informação real.
Provávelmente o grande problema dessas pessoas, é que nunca tiveram sexo na vida, nem nunca tiveram um azar. Sim porque eles existem, e não gostava mesmo nada de ao ter um azar, até porque nenhum método contraceptivo é 100% eficaz, de ser pai aos 22 ou aos 26 anos, sem sequer ter acabado o curso. O vosso problema é que nem a mão direita engravida nem se podem engravidar rapazinhos de 10 anos.
Noutro dia falou-se em odio... nahhh odio não, corrijo isso com nojo. Nojo a quem quer decidir por outras pessoas.

fernando alves disse...

Normalmente não permito posts destes. Em 2 meses de vida deste blogue já rejeitei mais de 100 comentários deste género, mas vou dar-me ao trabalho de responder ao seu principalmente porque me parece uma pessoa extremamente perturbada e com necessidade que alguém lhe esclareça algumas confusões que abundam nessa cabecinha.

1. Neste país (e nos outros) há muitas coisas que funcionam mal. A solução é lutar contra isso e não legalizar e fazer de conta que já não é mau só porque é legal.

2. As crianças das instituições têm opiniões tão válidas sobre a vida como as opiniões dos médicos e dos arquitectos. Também o gay e a gaja gorda das manhãs da SIC tem opiniões válidas.

3. Vejo que o meu caro amigo possui algum problema de ordem sexual. Vejamos: em apenas poucas palavras referiu "padres que enrabam criancinhas", o "gay das manhãs da SIC", "falta de sexo dos apoiantes do não", "mãos direitas que não engravidam" e "rapazinhos de 10 anos que não engravidam". A constante referência ao sexo da sua parte pode ter várias explicações. No entanto, penso que você o usa como um escape à realidade. Para si, o sexo, serve para aliviar as frustrações escondidas. Penso que não me enganaria muito se dissesse que você possui umas roupinhas de couro e um chicote no armário e uns vídeos de sadomaso no PC. O meu conselho é que arranje uma parceira normal (não contam as bonecas de plástico nem homossexuais canibais que poderá ter conhecido pela net). Vai ver que, quando associar o sexo ao amor, vai tudo fazer sentido na sua vida. O seu ódio e o nojo pelas pessoas irão desaparecer certamente.

4. Esta consulta de psiquiatria custou 50 euros. É baratinho. Mande-me o seu mail para que eu lhe possa enviar o meu NIB.

5. Peço perdão aos demais comentadores do blogue mas não me contive, foi mais forte do que eu.

6. É por este género de pessoas que outros pensam seriamente na abstenção.

EUclesia disse...

A piada é que voçê so conseguiu insultar-me e contornou a resposta. Mas bem é por estas razões que eu concordo com o aborto. Talvez voçê não sofresse tanto se nunca tivesse nascido. Abraço

Anónimo disse...

Por mim tá desculpado, Fernando! Às vezes é mesmo difícil resistir, e esse senhor é de facto do mais preconceituoso que existe. Recusar a opinião de uma pessoa - a mera opinião - por ela ser gorda, gay ou uma criança, de facto é muito revelador...

fernando alves disse...

Espere lá: você (vê? É assim que se escreve "você", sem cedilha) fez alguma questão? Falou de algum assunto? O que é que me escapou?

fernando alves disse...

E mais uma coisa: eu insultei-o? E você o que fez? Falou-me bem?

EUclesia disse...

Só lamento (desta vez com acentos e com toda a pontuação necessária), que as pessoas não entendam o que é um comentário. Limita-se à minha opinião. Na minha opinião, não insultei ninguem neste blog (blogue em português), mas sim critiquei todo um movimento que tem surgido. Seja ele pelo sim, seja pelo não. É absurdo criticar sem informação concreta e neutra. A neutralidade é a base de toda a informação correcta. Antes de opinar deve-se questionar sobre como o fazer. Desde já se feri susceptibilidades lamento muito, mas todas as críticas que fiz foram puramente no sentido da palavra. CRÍTICA. Nada mais.

KNOPPIX disse...

Quem somos nós para decidir quem vive e quem morre? O direito à vida é inquestionável e merece mesmo a sua ressalva pela nossa Constituição.
Legalizar o aborto, não resolve o problema da sua existência, nem ataca as suas causas.
A vida merece ser defendida, o feto merece uma chance, a maternidade precisa de ser mais e melhor apoiada.
Dia 11 de fevereiro, eu votarei NÃO mais uma vez, nada se alterou!

Anónimo disse...

Selecção das melhores razões do "Sim" para votar NÃO!

1. “O aborto ilegal é um negócio que produz dinheiro sujo, que não é tributado”
Maria José Morgado (TSF - 17 de Janeiro 2007)

2. “Um ovo não é igual a um pinto, um ovo não tem os mesmos direitos do que um frango”
José António Pinto Ribeiro (21 de Janeiro 2007)

3. “Apelo a uma campanha baseada em argumentos de ciência e racionais e não em argumentos de moral e de ética” Vitalino Canas (TSF - 12 de Janeiro de 2002)

4. “Slogan de campanha de um dos movimentos pelo Sim”
Campanha do Sim, As mulheres decidem. A Sociedade respeita. O Estado garante e o contribuinte PAGA.

5. “Confesso: não estou nada optimista quanto ao referendo sobre a IVG. Não acredito neste povo inculto, analfabeto e hipócrita. Não confio nos portugueses; acho-os demissionistas, conformados, pior, mesquinhos e ignorantes”. André Carapinha, apoiante do sim, sobre o que pode correr mal.

6. “(…) nunca lhe ocorreu que às vezes há quem vá para a cama com os copos?”
António Figueira, em resposta a Vasco Pulido de Valente, sobre gravidez acidental

in, http://www.assimnao.org/dizemassim.htm

fernando alves disse...

Vejo que emendou o que disse e até retirou a cópia dos comentários no seu blogue. Fez muito bem. Se escrever sempre moderadamente pode ter a certeza que verá todos os seus comentários aqui publicados e responderei às suas críticas.

Bem, as únicas coisas que consegui descortinar do seu post inicial foram:
1. A segurança social funciona mal. Pois funciona. Concordo. Mas continuará a funcionar mal mesmo que o aborto seja liberalizado. A solução é melhorar a assistência social. Até lhe digo mais: infelizmente, a grande maioria das nossas assistentes sociais, por terem sido licenciadas em universidades públicas e por terem entrado no mercado de trabalho pela cunha, não percebem patavina do que andam a fazer. Eu conheço várias e pode crer que sei do que falo.

2. Colocou o caso de se engravidar durante a universidade. É um caso complicado, claro. Mas olhe um bom exemplo: a FCT-UNL possui uma creche no interior do campus para acolher gratuitamente os filhos das estudantes. Funciona graças ao apoio da associação de estudantes e não tem apoios do estado. Se houvesse mais bons exemplos assim, o aborto não faria sentido.

3. Finalmente, noto que o meu caro amigo possui um ódio desmesurado à Igreja. Não me cabe a mim defendê-la, mas olhe, vá ao site das misericórdias e aí poderá ter uma noção do trabalho social da Igreja neste país. Não fosse a ICAR e as suas creches, lares de idosos, hospitais, lares para órfãos, etc, etc, etc, e o estado social em Portugal colapsaria. Não odeie a Igreja apenas com base nas posições de alguns fundamentalistas.

Ka disse...

Bom dia Fernando,

Estive ausente 3 dias e vim cá fazer uma visita.

Fico arrepiada com o que se diz e no seu lugar também teria tido uma resposta do génerero da que deu.

Li atentamente e mais de uma vez o comentário do euclesia e não resisto a fazer uns apontamentos:

CAro Euclesia,

Além do que o Fernando já disse nota-se nas suas palavras uma carência enorme, falta-lhe afecto, compreensão... o sexo para si tem uma importância enorme mas da pior forma pois refere-se a ele falando em gays, em enrabar criancinhas, engravidar rapazinhos de 10 anos... Este sexo de que fala é um comportamento sexual desviado.
Preocupa-me que se centre tanto neste assunto pois desejo sincerament que nunca lhe tenha passado nada do género.

Aqui tem a minha total compreensão pois também para mim é incompreensível.

No entanto não é isso que estamos a discutir.

O que está em causa é decidir sobre uma vida que já existe, que é única e irrepetível à qual que querem retirar o direito mais fundamental que todos nós possuímos: O direito á vida!

Se o problema é despenalizar então peguemos na lei existente e despenalizemos. O que querem aprovar é a livre decisão da mulher em acabar com uma vida só porque sim, sem ter de dar justificações a ninguém! O prazo das 10 semanas não tem qualquer tipo de fundamento... poderiam ser 9 ou 11...

Os defensores do sim falam da liberdade de opção e aí apenas digo que a liberdade de optar deve terminar quando existem um bem maior, neste caso é uma vida que foi gerada.

A liberdade de optar começa na decisão de levar uma vida sexual responsável, consciente. Digo isto pois tenho 34 anos e só engravidei quando quis portanto não acho legítimo que se termine uma vida só porque não se tomaram atitudes conscientes na devida altura.

PS - não percebi a "Falem sim com sociologos, arquitectos, antropólogos. Pessoas com suficiente enquadramento social, e neutralidade suficiente para comentarem seja lá o que for."
sociólos ou atropólogos ainda percebo mas arquitectos? Porque é que são mais do que eu, você ou o Fernando a emitirem uma opinião? Será que é arquitecto?

EUclesia disse...

Cada vez mais concluo que por mentes básicas, respostas básicas. Não me vou por a comentar o que apresento no meu blog, pois toda esta informação disponibilizada nos sites do sim e do não é digna de risos sonorosos. Defendo claramente o sim, mas até agora não vi da parte de ninguem uma unica opinião válida e sem motivo de crítica.
Quando falo de arquitectos, falo sobre uma questão chamada exclusão social derivada ao "não saber habitar". Esse mesmo problema acaba por levar a outros inumeros problemas que pessoas como vós dificilmente iriam compreender. Podem ler algumas coisas na net sobre isso. Aconselho António Bandeirinha, Louis Kahn, Corbousier. Quanto ao resto, bem para quem acaba por ter links que por sua vez "linkam" a sites neonazis, presumo que não me podem acusar de odio ou de problemas. Aliás voçês em vez de informarem as pessoas, passam a vida a "postar" merdas na internet, afirmando o bem que fazem à sociedade. Sinceramente só vos posso dizer: Se querem comentar algo, o meu blog existe e lá podem comentar mesmo anónimamente; no blog são 3 pessoas a escrever, logo se retirei estas conversas da treta foi por respeito aos outros, não a si concerteza; para terminar, não critiquem seja lá o que for de mim por uma simples razão, estou muito à frente de voçês e estarei. Ganhe o sim ou o não, tenho consciencia de algo. Neste país é moda defender algo com unhas e dentes, mesmo que isso não nos afecte. O blog que criei juntamente com 2 amigos, toca esses mesmos aspectos. Somos um povo mesquinho e absurdamente inútil, que pensa que com actos destes (falhados), podem conseguir fazer algo da sua vida. Um conselho, primeiro tratem de voçês, depois disso sim podem-se preocupar com os outros e oferecer as consultas de psiquiatria de que tanto falam. Abraço

fernando alves disse...

Vamos por partes meu caro Euclesia:

1. Quando o meu caro moderou o seu discurso, eu dispus-me a dialogar consigo. De si não vi nenhuma resposta ao que eu lhe disse, o que apenas indica a sua falta de inteligência e de capacidade argumentativa.

2. Já que fala em mentes básicas, deixe-me dizer-lhe que: é "vocês" e não "voçês", é "sonoros" e não "sonorosos", é "única" e não "unica", é "ninguém" e não "ninguem". Além disso, coloca muito mal as vírgulas e esquece-se de alguns pontos finais e parágrafos.

3. O meu caro amigo critica o facto de estar linkado a sites que linkam sites fascistas. Meu caro, o mais recente post do seu blog denota que você e os seus amigos não gostam de gays e gordos. Sabe quem também não gostava? Hitler.

4. Não vou comentar nada ao seu blog porque não perco tempo com idiotas e porque nota-se perfeitamente que você apenas diz isso numa tentativa desesperada de angariar visitantes para o mesmo.

5. Se este país é uma merda é porque moram nele pessoas como o senhor. Se este povo é inútil é porque alguns de nós, em vez de sacharem batatas no campo, possuem blogues onde criticam gays, gordas e a Igreja.

6. Se o meu caro amigo está muito à frente de todos nós, demonstre-o: argumente, dialogue e mostre as suas capacidades. Até agora, apenas o vi a dar erros grosseiros de português, a colocar mal as vírgulas nas frases e a destilar ódio contra a Igreja, os gays e as gordas. Vá lá: espante-nos as todos com a sua magnificência!

7. Sem mais de momento, aguardo os seus eloquentes e bem fundamentados raciocínios.

Ka disse...

Caro Fernando,

Assino por baixo!!!

Vamos mas é investir tempo com quem vale a pena :) :)