segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Novo ciclo

A partir de agora, podem encontrar-me em http://instintoanimal2.blogspot.com/

Brevemente adicionarei os links dos amigos que por aqui fui fazendo. Um grande abraço e até sempre.

O SIM ganhou

Não vou dar aqui os parabéns a ninguém porque acho que quem defende a legalização da morte de inocentes não deve receber louvores de ninguém.

Os votantes do SIM, que foram apenas 20% da população portuguesa decidiram que estava na altura de "sermos modernos", ou seja, fúteis e consumistas, adoradores do imediato, do aqui e agora. Foram votar e pensaram "ajudei a resolver o problema, já estou descansado". Não se preocupem, porque os votantes do NÃO continuarão na sombra, a trabalhar nas associações de apoio a crianças e a grávidas de risco, revoltados com o resultado do referendo mas trabalhando em prol do amor ao próximo porque, simplesmente, para nós o problema é o aborto, seja ele legal ou ilegal.

O resultado não foi vinculativo. Mas duvido que haja outro referendo daqui a 8 anos. A esquerdalha conseguiu, mais uma vez, impor a sua vontade vencendo o povo pelo cansaço.

Hoje é um dos dias mais tristes da história do nosso país. Mas só daqui a umas dezenas de anos é que alguns se irão aperceber disso.

Este blogue roubou-me muito tempo durante estes quase 3 meses. Causou-me inclusive problemas pessoais. Mas valeu a pena. Agradeço a todos que por aqui passaram (6 mil visitantes únicos, 11 mil exibições de página), a todos os que comentaram e a todos que o linkaram. Aos meus companheiros de luta: até sempre!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Últimas reflexões

Aproxima-se rapidamente o dia do referendo. Os argumentos já foram todos discutidos e dissecados. Neste ponto, resta fazer uma reflexão e decidir o sentido de voto. Se está indeciso, pense nisto:

1. Acredita que um feto com 10 semanas não é vida humana?
2. Acredita que só a formação do sistema nervoso define o que é vida humana?
3. Se acredita que é vida humana, acredita que deve ser protegida?
4. Tem a certeza que o aborto não vai aumentar?
5. Tem a certeza que o aborto clandestino vai acabar?
6. Tem a certeza que as mulheres não cairão na tentação de recorrer ao aborto ilegal para que ninguém saiba que elas o fizeram?
7. Acredita que o sistema de saúde dará uma resposta eficiente aos pedidos de aborto sem prejudicar outros doentes?
8. Não fica chocado com o encerramento de urgências e maternidades por falta de verbas enquanto o estado disponibiliza mais de 20 milhões de euros por ano para realizar abortos?
9. Acha que as clínicas privadas possuirão psicólogos que indicarão alternativas ao aborto às mulheres que o pretenderem fazer?
10. Acredita que uma mulher possa abortar sem sequer pedir a opinião do parceiro?
11. Acredita que o direito ao aborto dignifica a mulher?
12. Acredita que ninguém realizará um aborto por leviandade?
13. Acha mesmo que a maioria das gravidezes indesejadas surge por falha dos contraceptivos ou não será que é por desleixo ou falta de informação do casal?
14. É da opinião que as crianças só serão felizes se forem desejadas e que o direito à felicidade é superior ao direito à vida?
15. Acha que agora que o acesso à pílula do dia seguinte se generalizou e portanto o número de abortos deverá estar em decrescendo, se justifica a sua liberalização?
16. Acha que um mal se combatem com a sua despenalização?
17. Pensa mesmo que só seremos evoluídos se deixarmos de defender os mais fracos da nossa sociedade?
18. Vai votar por convicção ou vai votar por protesto contra a Igreja?
19. Vai votar por convicção ou vai votar por protesto contra os ricos que abortam no estrangeiro?
20. Vai votar por convicção ou porque o seu partido lhe indicou o seu sentido de voto?
21. Se colocar uma cruz no quadrado do sim acha que o problema do aborto desaparece milagrosamente no dia a seguir?
22. Acha que vale mais a pena desistir da luta ou, pelo contrário, nunca abdicar dos nossos princípios?
23. Acha que está a impor uma moral a alguém ou a proteger uma vida ameaçada?


Até Domingo, dia 11, pense bem e decida.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Pós-referendo

QUESTÕES PARA UM TEMPO PÓS-REFERENDO

“O poder do homem para fazer de si mesmo o que lhe apetece, significa o poder de alguns homens fazerem aos outros o que lhes apetece.”

C.S. Lewis, A Abolição do Homem (1943)

A actual campanha para o referendo não esclareceu ou deixou em suspenso para após 11/2 algumas questões importantes, relativamente às quais parece útil ponderar, já sobre o que se ignora, já sobre o que se sabe ou conjectura plausível.

1. O que se ignora.

1.1 Até à data, não houve por parte de qualquer responsável político do Partido Socialista nenhum compromisso público, se o “sim” ganhar”, quanto ao que tencionam fazer com o seu projecto de lei 19/X, que foi aprovado em Abril de 2005 e está suspenso do resultado do referendo. Em particular, não houve nenhum compromisso sobre a manutenção ou a exclusão, nesse projecto de lei, da alínea que despenaliza o aborto ATÉ ÀS 16 SEMANAS, “por razões de natureza económica ou social”.

1.2 Ignora-se também se, sobre o mesmo assunto, irá ou não por diante a iniciativa de alguns deputados daquele Partido, que, em Julho desse ano, entregaram na Assembleia uma proposta de alteração do citado projecto de lei, em sede de discussão na especialidade (que não se chegou a realizar). As alterações incidiam: na eliminação do caso da 16 semanas; na eliminação, quanto às 10 semanas, da consulta nos “centros de aconselhamento familiar”, cuja criação, funcionamento e competências o mesmo diploma instituía no âmbito da rede pública de saúde, um em cada distrito.

1.3 Não se sabe, e provavelmente nunca se saberá, quais os fundamentos, médicos ou outros, que levaram à fixação da despenalização nas 10 semanas, a simples ”pedido” (o projecto de lei fala em “pedido”, não em “opção”…); ou das 16, pelas citadas “razões de natureza económica ou social”.

1.4 Ignora-se a real dimensão quantitativa do abortamento, quer legal, quer clandestino no nosso país, ou feito a portuguesas no estrangeiro.

1.5 A opinião pública ignora o destino dado ou a dar aos fetos abortados, e sobre a eventual utilização destes como matéria-prima industrial ou para experimentação biotecnológica.


2. Sabe-se ou conjectura-se plausível o seguinte.

2.1 Sabe-se que a realização de um estudo científico credível sobre as dimensões do abortamento legal e clandestino no nosso país foi aprovado já em 2002 pela Assembleia da República, e até à data nunca foi feito; e que os números disponíveis, de várias entidades oficiais, são muito díspares entre si. Isto é: fazem-se leis e referendos sobre uma realidade que se ignora ( e costuma ser grandemente exagerada antes da legalização, como se tem visto noutros países).

2.2 Sabe-se que nos países da União Europeia, apenas a Eslovénia tem o prazo de 10 semanas, “a pedido”. Todos os mais em que existe esta modalidade têm prazos variáveis entre as 12 e as 18 semanas (ou virtualmente além deste limite, em Espanha e no Reino Unido).

2.2.1 Em consequência, é verosímil conjecturar que, se aprovado entre nós o “sim” às 10 semanas, este prazo virá a ser alterado em próxima oportunidade (sem mais necessidade de referendos), a não ser que se queira cobri-lo com as citadas 16 semanas. E não se travariam as idas a Espanha onde, com um simples atestado de “grave perigo para a saúde psíquica” da mulher, se podem fazer abortamentos sem limite de prazo, facilmente em clínica privadas (onde se realizaram 97% dos 91.664 legais, em 2005).

2.3 Sabe-se que, pós-legalização, a taxa de abortamentos por 1000 mulheres em idade fértil, na UE e noutros países do chamado “1º mundo”, tem aumentado a ponto de alguns governos começarem a avançar com medidas de restrição e prevenção, ou de apoio à natalidade.

2.3.1 O caso alemão é sugestivo, uma vez que o modelo dos “centros de aconselhamento”, previstos no sobredito projecto de lei, inspira-se nele. Pois apesar de na letra da legislação alemã tais centros estarem explicitamente orientados para a salvaguarda da protecção da vida intra-uterina, a prática tem registado um incessante aumento das taxas de abortamento (até 21% nas jovens dos 15-20 anos, entre 1995-2000). O governo federal veio agora oferecer, a partir de Janeiro deste ano, 25 000 euros por cada criança nascida. Ora, em Portugal, a taxa de natalidade baixou para metade, nos últimos 40 anos. É verosímil conjecturar que nos viremos a confrontar com problemas semelhantes.

2.3.2 Sabe-se, por isso, que a despenalização não diminui o “mal” que os abortistas dizem que é o aborto, antes pelo contrário. E existem indicadores que tornam plausível a conjectura de que a tolerância legal do aborto “a pedido” contribui directamente para difundir a mentalidade que o encara como mais uma – e a mais eficaz – medida contraceptiva e de “planeamento familiar”.

2.4 Sabe-se que, em países com legislação semelhante à que se pretende aprovar aqui, 62% dos abortamentos são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros anuais; e só 6% por mulheres com rendimentos inferiores a 7000 euros/ano. Considerando que, por outro lado, as mais ricas são também as mais informadas e utilizadoras de contraceptivos mais eficazes, a conclusão impõe-se: estamos longe da almejada igualdade de “direitos” e de acessibilidade.

2.4.1 Em consequência, é plausível conjecturar que, no que respeita às ricas, o abortamento continuará a ser facilitado, cá ou em Espanha. E no que respeita às pobres, continuarão a procurar o clandestino, mais acessível, que sempre garante maior sigilo e que dispensa as tais consultas nos previstos “centros de aconselhamento” distritais.

2.5 Por fim, sabe-se uma coisa, - que é entre todas a que com mais certeza se sabe. Fazer um aborto implica matar a vida de um (ou mais, se há gémeos) novo ser humano, que não tem culpa nenhuma dos incómodos e problemas dos que o geraram.

2.5.1 Sabe-se que num Estado de Direito, digno deste nome, todo o ordenamento jurídico está assente e deve subordinar-se ao princípio absoluto de proteger os mais fracos da violência dos mais fortes.

2.5.2 O abortamento “a pedido” ou “por opção”, sem outras razões na lei, equivale à permissão legal de uma violência da pior espécie: a que agride e mata um ser humano sem culpa nenhuma e totalmente indefeso.

2.5.3 Em consequência, um Estado que promova e aprove uma tal lei põe termo a si próprio como Estado de Direito, e coloca-se em face do cidadão comum como um Estado Fora da Justiça, que só pode gerar desconfiança e medo.

2.5.4 É verosímil conjecturar que, se estas desgraçadas condições se verificarem, a qualidade cívica da vida social portuguesa, após 11 de Fevereiro, se irá degradar ainda mais no sentido da desumanidade e da insensibilidade moral que já vimos sentido na nossa vida quotidiana de relação, uns com os outros.

Não esqueçamos a citação posta em epígrafe deste texto.

Texto de Pedro Isidoro

terça-feira, fevereiro 06, 2007

E mais uma pergunta

As clínicas de aborto, que vivem à custa deles, irão ter psicólogos que aconselharão e indicarão alternativas ao aborto às mulheres que quiserem abortar?

Outra pergunta

Se o "não" vencer, o governo vai disponibilizar os tais 20 milhões de euros que iria gastar em abortos para ajudar as instituições de apoio às grávidas de risco?

Uma pergunta

É impressão minha, ou os apoiantes do "sim" pensam que o problema do aborto se resolve por artes mágicas mal se coloca uma cruz no quadrado do sim?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Uma posição ateísta pelo Não

Um texto excelente e muito lúcido de Ricardo Pinho, no ateísmo.net. Vale a pena ler com atenção.

«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

Não.

Mesmo que me digam que abortar é moderno. Mesmo que me digam que a Igreja é pelo Não, e que como ateu deveria ter a posição contrária. Mesmo que me digam que se se trata de dar mais direitos às mulheres. Porque não acredito em nada disto.

Confesso que ainda considerei abster-me, por ter dúvidas. Nesta questão, os juristas dividem-se. Os médicos dividem-se. Mas são as minhas dúvidas sobre se um humano com nove semanas e seis dias tem menos direito à vida do que um mesmo humano com dez semanas e um dia, que me levam ao voto Não.

Acredito que a liberalização do aborto viola os direitos humanos fundamentais: É contrária ao texto e ao espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo artigo 3º diz que «Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal». E o artigo 24º da Constituição da República Portuguesa que afirma que - no 1º parágrafo - «A vida humana é inviolável». Ao responder Sim a esta questão prescindimos do direito à vida humana do indivíduo por nascer.

Ao longo da história cometeram-se atrocidades contra a humanidade por não se reconhecer humanidade às suas vítimas. Os hereges foram diabolizados e por isso torturados e queimados até à morte; os povos africanos não eram vistos como mais que animais de trabalho, e por isso escravizados até à morte. Foram os pioneiros do pensamento progressista os primeiros a reconhecerem-lhes humanidade. E agora, com o aborto, o que vemos? Vemos que se vende a ideia de modernidade ligada a uma espécie de pena de morte, a título duma ideia de liberdade sexual antiquada e assente nos ideais de irresponsabilidade dos anos setenta do século passado.

Porque, convenhamos, uma mulher não engravida espontaneamente. Um feto não é um tumor que aparece não se sabe como. Criticamos o Vaticano por afirmar que o preservativo não previne a 100% uma gravidez, e agora vimos sustentar a desresponsabilização do acto sexual pelo facto dos métodos contraceptivos não serem 100% eficazes?

Colocar esta questão como uma «perseguição às mulheres» é uma forma desonesta de transformar uma discussão dos direitos humanos para uma questão que não é só das mulheres. Ao atribuir à mulher - «por opção da mulher», entre vírgulas, como lemos na questão - e só à mulher a decisão, anulam-se os direitos de paternidade dos homens. À luz desta liberalização, não estaríamos apenas a dar direitos às mulheres - estaríamos a retirá-los por completo aos homens, que deixam de poder ficar com filho mesmo que a mãe não o deseje, assim como retiraríamos do conceito de paternidade tudo o resto que não o mero dispensar de espermatozóides.

Seja em que campanha for, seja para defender o que quer que seja, parece ser de consuetudo chamar «hipócrita» aos defensores da posição contrária. Para que este meu humilde texto não destoe da formatação em vigor, permitam-me agora que insinue ser hipócrita a defesa da liberalização do aborto duma vida humana em estágios de complexidade superior ao de animais melhor protegidos por sociedades protectoras desses.

Outros epítetos lançados aos defensores do Não ficarão por responder, por indisponibilidade de fazer desta séria discussão, um exercício de adjectivação agressiva ao estilo de Francisco Louçã agora amplamente imitado por outros movimentos e partidos. Parece-me agressivo contra a vida, isso sim, vir a financiar abortos num país onde as fertilizações in vitro não o são.

Votar Sim não resolve o problema das mulheres que querem abortar às 11 semanas. Votar Sim não resolve o problema da privacidade das mulheres que abortariam, pois segundo o que o Ministro Correia Campos alertou, «o anonimato seria impossível em hospitais públicos». E convidado a calar-se.

Um ministro que é convidado a não dizer nada que não vá contra a posição oficial partidária. Dos catorze movimentos pelo Não para cinco pelo Sim, estabelece-se que o tempo de antena será divido por posições e não por movimentos, como se nas legislativas se dividissem os tempos entre «esquerda» e «direita». Os defensores do Não estão em terreno desfavorável.

Como ateus, sabemos que o ser humano é criação dos humanos. Sejamos então conscientes e responsáveis.

Voto em consciência. Voto sobretudo em nome daqueles que ainda não são conscientes, tendo ou não nascido, porque se tudo correr bem, tê-la-ão.

sábado, fevereiro 03, 2007

Falsos argumentos V

Muitos dos apoiantes do "sim" gritam a plenos pulmões que é preferível abortar um feto do que nascer uma criança que será maltratada. Ora, ninguém garante que essa criança será ou não maltratada. Poderá ser muito feliz.

E para quem acha que nos países onde o aborto foi liberalizado não há crianças maltratadas, ficam aqui 3 exemplos para reflectir:

Holanda:
50.000 a 80.000 crianças maltratadas por ano. 80 crianças mortas por ano.

Espanha:
188.000 menores expostos a vários tipos de violência nas suas casas.

Inglaterra:
80 crianças mortas por ano. 16% de crianças vítimas de abuso sexual. 23% das crianças maltratadas pelos próprios pais.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A ideologia da heresia



Recebi ontem um e-mail do Miguel Montenegro que, em vez de comentar no blogue, preferiu conversar por mail. O Sr. Miguel Montenegro é a favor do "sim". Mas é um daqueles partidários do "sim" que o é e nem sabe bem porquê. É um daqueles que está a ir na conversa anti-Igreja que se instalou na extrema esquerda e nos média. O dito cujo enviou-me também 2 imagens e desafiou-me a enviá-las aos meus amigos. Faço melhor do que isso: coloco-as aqui para toda a gente ver.

Para votar neste referendo é necessário invocar argumentos científicos, humanísticos e civilizacionais. Estes são comuns ao "não" e ao "sim". Algumas facções do "não" invocam também argumentos religiosos. Estão no seu direito. As facções do "sim" respondem com ataques cerrados à Igreja, a padres e a bispos. Porquê? Já o disse tantas vezes que até cansa, mas cá vai mais uma vez: o objectivo é conseguir os votos de protesto contra a Igreja.

O Miguel Montenegro e outros como ele caem num erro muito comum: generalizam. Ouvem um padre de "cascos de rolha" a excomungar toda a gente que vote "sim" e esquecem logo os milhares de padres e freiras que apoiam grávidas, que gerem lares e creches, que ajudam grupos de jovens nas paróquias, que cuidam dos velhinhos nos lares de idosos e dos doentes nos hospitais. E depois, na falta de melhor, vão rebuscar comportamentos da Igreja na Idade Média. Aparecem também com a proibição da masturbação, dos contraceptivos e da condenação dos homossexuais.

As pessoas como o Miguel Montenegro não percebem que a Igreja não obriga ninguém a nada. A Igreja não obriga os seus fiéis a seguir os seus mandamentos. Só os segue quem quer. Não percebem também que a Igreja é uma instituição com 2 mil anos que não se rege por lobbies ou grupos de pressão e que defende princípios universais. Não percebem também que há a Igreja e há os homens da Igreja. E estes, os homens da Igreja, são falíveis e têm pecados como todos nós. Mas a Igreja é a mensagem de Cristo. E se esses senhores estão revoltados com a Igreja, esqueçam os padres, comprem uma Bíblia e leiam-na. Com certeza que mudarão de ideias ao constatar a mensagem de Paz, Amor e de Vida de Cristo.

O ódio não é a solução. Quando odiamos alguém, a única pessoa que sofre somos nós próprios. Por isso, neste referendo, não vote por ódio a algo ou a alguém. Vote por amor ao próximo.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A visão dos espanhóis

Associar o "não" à Igreja é uma enorme tentação por parte dos defensores do "sim". Há sempre algo de anti-clerical em nós e eles querem fazer-nos crer que votar sim é votar contra a Igreja. Já há muito que nós lhe dizíamos isso. Agora é um jornal espanhol a afirmá-lo:

"Otro elemento nuevo es el interés inusual con que la prensa nacional está siguiendo todo lo que digan, escriban o prediquen los obispos y hasta los curas de aldea, cuando lo "normal" es el desinterés. Un interés inusual pero no del todo inesperado. Es patente que se quiere presentar el "no" como algo reducido a la Iglesia católica, y dentro de ella a las voces oficiales, asociándola a citas, contextos y lugares no del todo representativos de su mensaje."

ACEPRENSA

Finalmente percebi

Foi graças à Ka. Descobri que:

O Não defende a Vida.

O Sim defende um estilo de Vida.

Ser moderno

Estava eu no Egipto, metido na minha vidinha e tão longe da realidade nacional, quando de repente se me faz luz para perceber as enormes semelhanças entre os Egípcios e os Portugueses.
Aqui há 10 anos, poucas eram as mulheres Egípcias que usavam véu; hoje elas são a maioria. Os motivos para isso são uns quantos, nomeadamente a onda de contestação que a actividade supostamente anti-terrorista do Iraque está a causar em todo o mundo Islâmico e que tem gerado uma onda de radicalismo naqueles países que eram tradicionalmente mais tolerantes.
Mas o que um amigo Português a viver no Egipto me contou foi que outro dos motivos para isso é que os Egípcios estão a seguir o exemplo dos Árabes e dos outros povos do Golfo. Como estes são países ricos e desenvolvidos, os Egípcios querem ser "modernos" como eles e então ser moderno é tapar as mulheres da cabeça aos pés.
Ora isto faz-me lembrar Portugal. Nós, que até temos a melhor lei do aborto da Europa, uma lei que defende a vida humana mas contempla os casos em que não pode ser exigível às Mães continuarem com a gravidez, agora queremos mudar porque os outros, os ricos, os desenvolvidos, os "modernos" é que sabem. Como com eles pode-se pôr termo à vida humana quase sem limites, há por aí muita gente que acha que a nossa Lei deve ser retrógada.
Ora eu, que sou do 1.º país do mundo a abolir a escravatura e a pena de morte por crimes civis, acho que não temos muitas lições a tirar de países como os EUA, a Inglaterra, a Espanha, etc., no que toca a direitos fundamentais, nomeadamente no que toca ao direito à Vida.

via Blogadissimo