domingo, dezembro 31, 2006

O mito dos 20 mil

Circula por aí um número de abortos que se realizarão por ano, ilegalmente, em Portugal . Segundo um estudo da APF, o número de abortos ronda os 20 mil. Este número causa-me alguma estranheza e, como o Dr. Bernard Nathanson, um ex-aborcionista confessou, uma das tácticas do "sim" é a manipulação dos números, fazendo-nos acreditar que eles são maiores do que realmente são. Não sou um grande adepto das teorias de conspiração e aviso desde já que vou fazer algumas suposições, mas tentem compreender o meu raciocínio:

  • Em Espanha, este ano, foram realizados mais de 85 mil abortos legais.
  • Espanha possui 44 milhões de habitantes. Portugal possui 10 milhões.
  • Se a população portuguesa é 4.4 vezes inferior à espanhola, seria de supor que os números do aborto seriam 4.4 vezes inferiores, certo?
  • Não! Errado! Mas parece ter sido este o raciocínio dos defensores do "sim" porque o valor dá mesmo 20 mil
  • Errado porquê? Porque, em Espanha, o aborto é legal e em Portugal é ilegal, logo não se podem comparar os números. E porque a cultura condiciona a prática do aborto, como é óbvio.
Então, será possível calcular o número de abortos ilegais em Portugal através deste método? Acho difícil. Mesmo assim, poderíamos efectuar o seguinte raciocínio:
Se em Espanha se fazem 85 mil abortos, pondo de parte as condicionantes culturais, Portugal apresentaria 4.4 vezes menos abortos quando aqui houvesse as mesmas condições, ou seja, 20 mil seria o número a que chegariam os abortos em Portugal depois de este ser legalizado. Arriscaria a dizer que, se em Espanha o recurso ao aborto quadruplicou desde que foi legalizado, em Portugal ele será neste momento 4 vezes inferior ao que chegará depois de legalizado, o que dá um valor perto dos 5 mil.

Como disse anteriormente, este post é elaborado totalmente em suposições. No entanto, gostaria de acrescentar apenas mais um dado:
Há por aí uma referência a um cartaz de 1998 que insinuava que, todos os anos, 3 mil mulheres se deslocavam a Badajoz para realizar um aborto. Ora, isso é muito estranho, porque Badajoz fica na Estremadura espanhola e, segundo os dados sobre o aborto nesta região, nesse ano de 1998 foram realizados 850 abortos em toda a província. Dá que pensar, não dá?
Por outro lado, apareceram este ano os proprietários dessas mesmas clínicas a dizer que as mulheres portuguesas a abortar em Espanha são aos milhares. Recorde-se, que essas clínicas são das principais interessadas no negócio que irá surgir se o "sim" vencer.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Iluminações (de Natal)

A Shiznogud leu o meu post e resolveu responder. Primeiro, invocou a fé, depois gracejou com sociedades secretas e finalmente, quando eu julgava que ela ia dizer "eu não concordo com o Dr. Daniel Serrão porque...", resolveu procurar alguma contradição para ver se escapava airosa da discussão. Já dizia o meu saudoso avô: o humor, ou é usado para exprimir uma grande inteligência ou é usado para disfarçar a falta dela.

A suposta contradição por ela encontrada reside no mecanismo de funcionamento do DIU. Este mecanismo, tal como a pílula do dia seguinte, pode provocar a morte do embrião nos primeiros dias da sua formação, o que não quer dizer que seja sempre este o mecanismo de actuação, já que ambos podem impedir a própria fecundação. O que a Shiznogud não consegue entender é que os apoiantes do "não" possam abrir excepções às suas convicções. Eu compreendo-a: é difícil resistir à intoxicação intelectual dos slogans do BE. Aliás, de certeza que pensa que eu consulto a Bíblia antes de escrever qualquer post.

A lei actual prevê explicitamente 3 excepções ao direito à vida: o risco de saúde para a mulher, as anomalias do feto ou a violação. O estado, implicitamente, prevê mais duas excepções: o uso da pílula do dia seguinte e o uso do DIU que, como já se viu, podem ser abortivos. Lamento desiludi-la se chegar à conclusão que afinal não sou um fundamentalista, mas sabe, eu defendo a vida com base na razão e não na fé.

Cada macaco no seu galho

Médicos, professores universitários, empresários e advogados, entre outros, são alguns dos profissionais que fazem parte da lista do movimento cívico recém criado em Vila Real a favor do Não à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), que vai ser alvo de referendo no próximo dia 11 de Fevereiro. Esclarecer a população de Vila Real é um dos principais objectivos do denominado movimento “Vida sempre”.

Na apresentação do grupo esteve presente o médico patologista Daniel Serrão, conhecido, entre outras coisas, por ser membro do Comité de Bioética do Conselho da Europa. Durante o discurso que proferiu, o também catedrático da Universidade do Porto defendeu que “há vida a partir do momento que a conjugação do espermatozóide com o óvulo está completa”.

O Dr. Daniel Serrão é membro do Comité de Bioética do Conselho da Europa e diz que há vida desde o momento da fecundação. No entanto, há por aí algumas mentes iluminadas, formadas em jornalismo e afins, que discordam, têm dúvidas ou concordam mas não se importam de a destruir.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Será profético?

Na Alemanha, o Governo, alarmado com a baixa natalidade, vai passar a oferecer 25 mil euros por cada nascimento.
Em Portugal, tenta-se legalizar o aborto com a desculpa que assim seremos "modernos e evoluídos".

Hipocrisia

O caso da pequena Sara, a menina de dois anos que ontem deu entrada no Centro de Saúde de Monção com uma paragem cardio-respiratória, e que acabou por morrer no hospital, e cuja autópsia revelou indícios inequívocos de maus-tratos, forneceu aos defensores do «sim» no referendo sobre o aborto um argumento tão hipócrita quanto escabroso. Depois de a autópsia ter revelado, de forma conclusiva, a existência de lesões traumáticas no crânio, no tórax e na zona abdominal da criança, que terão sido responsáveis pela sua morte, e de terem sido igualmente confirmadas lesões antigas que reiteram a suspeita da prática continuada de maus-tratos, um comentador da notícia no site do PortugalDiário conclui que, e passo a citar:

“Se gente como esta tivesse hipótese de abortar, se calhar não deixava vir filhos ao mundo para depois os maltratar. Hipócritas são os que dizem «não» ao aborto e depois ficam chocados de ver recém-nascidos no caixote do lixo”.

Diante deste depoimento, que lamentavelmente foi assinalado pela equipa do jornal online como “o melhor do leitor”, permito-me concluir (da mesma forma injusta com que aqueles que dizem «sim» metem no mesmo saco todos os que dizem «não») que apenas os defensores do «não» ficam chocados com notícias sobre bebés deixados à morte em baldes do lixo, enquanto os defensores do «sim» conseguem a proeza de ficar incólumes ao choque. Esquece-se este leitor de um ou dois aspectos importantes nesta discussão: primeiro, não há nenhuma evidência que aponte para o facto de este casal ter sequer pensado na hipótese de um aborto, tanto mais que Sara era a mais nova de quatro filhos. Segundo, se há neste caso alguém que merecia ter sido vítima de um aborto não era a Sara, mas os pais dela, e os outros pais todos que submetem os seus filhos a um sofrimento parecido com o que estes infligiram a esta criança, que finalmente – ainda que da pior forma possível – se viu livre deles.

Comentário semelhante a esse ouvi esta tarde, de uma pessoa que considero dotada de inteligência e capacidade de raciocínio, esposa dedicada e mãe extremosa. Dizia-me ela que “era melhor terem abortado do que tratarem assim a menina”. O melhor mesmo, neste caso, era que as instâncias competentes tivessem agido em tempo útil. É que a menina já tinha sido “assinalada” (é a palavra gira que as entidades oficiais usam para dizer que já sabiam do que se passava nestes casos, mas que não tomaram medidas), primeiro pela Comissão de Protecção de Menores de Viseu, onde a família residia antes de se mudar para Monção, por suspeitas de negligência, e depois pela entidade congénere naquele concelho minhoto, já pela alegada prática de maus-tratos sobre a menor, devido a uma queixa apresentada pela creche que Sara frequentava, e onde tantas vezes tinha sido vista com nódoas negras, dedos cortados e hematomas na cabeça e nos membros inferiores. Pena é que a Segurança Social tenha esperado pela morte da Sara para finalmente pôr a salvo os seus três irmãos, todos menores de cinco anos, com um pai que já esteve preso e uma mãe que só tem 24 anos de idade. Chamem-me preconceituosa, se quiserem, mas com pais destes...

No Mente despenteada

Passado, presente e futuro

Há comentários em blogues que merecem muito mais destaque do que o que têm numa caixa de comentários. O seguinte comentário, da autoria de kephas, no blogue do não, é o exemplo perfeito de uma argumentação coerente contra o aborto e capaz de desfazer o argumento de que o "não" pertence ao passado e o "sim" ao futuro.

"Ao contrário do que o Sim quer fazer parecer, o Não não deriva de uma forma medieval de conceber o Mundo. O passado também pertence ao Sim... em Inglaterra, onde tudo começou, o aborto foi tornado ilegal em 1803... Diga-me vexa. quando é que a taxa de mortalidade materna seria menor: em 1800 ou em 1967 (quando o aborto se tornou legal de novo em Inglaterra)? Será que a redução da mesma taxa desde 1967 para actualidade é comparável? Ou será que o segredo está nas melhores condições sócio-económicas e não tanto no aborto?

Outra situação: em 1973 (quando a Lei para a descriminalização do aborto foi aplicada nos E.U.A.), a taxa de morbilidade e mortalidade por abortos clandestinos estava já em declínio franco (sabe-se isto porque, sendo ilegal, todas as complicações de um aborto tinham obrigatoriamente de ser notificadas). Esse declínio deveu-se às melhores condições sanitárias e à descoberta dos antibióticos. A diminuição de mortes subsequente à liberalização do aborto nos E.U.A. pode ser extrapolada como uma continuação dessa curva descendente (ou seja, este efeito legal não é tão significativo quanto isso. Dados do National Center for Health Statistics em 1981.

Quando em 1984, a actual Lei foi aprovada, um dos motivos era acabar com o aborto clandestino! Não acabou, pelo que os adeptos do Sim nos estão constantemente a dizer! Afinal foi o Sim que falhou! Porque deveremos então (pela sua lógica), enveredar pelo caminho que o Sim aponta? Claro que o aborto clandestino será abolido se o Sim ganhar... porque deixará de ser CLANDESTINO! É uma mera questão de semântica!

Então quando surgiu esta alegada supremacia do Não? Quando o aborto passou a ser visto como um problema humano e não legal, por volta das décadas 80 e 90. Só então surgiu esta discussão (anteriormente, embora ilegal, não se falava de estratégias para combater o aborto... a proibição era considerada auto-suficiente; ou seja, os Não de então são diferentes dos Não de agora, que tomaram consciência de que são necessárias medidas complementares). Depois do debate, o Não só "ganhou as eleições" em 1998, aquando do referendo.

Quanto tempo passou? 8 anos! Pouco mais de um mandato legislativo! E o Não não é um partido no Poder! Implementar todas estas medidas que sugerimos (apoio às mães carenciadas, maior agilização dos processos de adopção, a implementação de uma educação sexual RESPONSÁVEL, o desenvolvimento de estratégias de Planeamento Familiar) é impossível no tempo requerido... e muito menos a avaliação da eficácia dos métodos utilizados (embora, pelos casos supra-citados, saibamos de antemão, que as falhas sociais, económicas e educacionais fazem uma grande diferença em Saúde Pública). Todavia, o Não multiplicou-se, dentro dos limites do possível, em iniciativas como a Ajuda de Berço ou o SOS Grávida! Começamos um caminho moroso, mas são vexas não nos deixam mostrar que ele é eficaz!

Eu ponho as coisas ao contrário de vexa., nós não sabemos é se o NÃO é melhor! Todos os países onde estas estratégias sócio-económicas podem ser implementadas (que são os desenvolvidos) legalizaram o aborto! Resta comparar os dados da eficácia das iniciativas com quem? Com os países não desenvolvidos? Não é justo nem equitativo!

É claro que, se "o futuro pertence ao Sim", ficaremos sempre sem saber não é?

Cumprimentos"

Recomendaria o aborto? III

3. Um casal do interior já tem 3 filhos e vivem com muitas dificuldades. O pai, sapateiro, resolve levar a mulher grávida e os filhos para a capital e tentar a sua sorte. As coisas acabam por não correr bem.

Recomendaria o aborto nesta situação? Se respondeu sim, teria morto:

Amália Rodrigues

Notícia bombástica!

Movimento pelo Sim descobriu 3 mulheres condenadas por aborto em Aveiro e que se encontram com pena suspensa. Se realmente são 20 mil os abortos clandestinos realizados por ano, estas 3 mulheres representam 0.00015% desse valor.

Ora, eu, na minha inocência, e olhando para aquele cartaz do BE, julgava que a perseguição e julgamento das mulheres que abortam era uma espécie de pandemia.

O Movimento pelo Sim promete trazer o caso destas 3 mulheres à baila durante a campanha. Nós também esperamos. E já agora, esperamos que eles revelem em que mês de gravidez é que essas mulheres se encontravam.

Ed. Sexual - O NÃO dá o passo em frente

Pós-Graduação de Educação e Sexualidade

"Numa parceria entre o Movimento para Defesa da Vida e o Instituto de Superior de Educação e Ciências (ISEC), decorre, a partir de Janeiro, sob a coordenação de José Paiva Boléo-Tomé, um curso de pós-graduação sobre “Educação e Sexualidade”.
O curso é dirigido a educadores e professores que, nas diversas áreas, estejam aptos a acompanhar, individualmente ou em grupo, crianças, adolescentes e jovens alunos das nossas escolas, formando-os, através da informação e da formação, na sua autonomia, na relação consigo próprios e na relação com os outros.

A estrutura curricular está dividida em dois módulos: Educação da Sexualidade – As grandes linhas de Formação e Educação da Sexualidade – a Prática da Formação. Com leccionação em horário pós-laboral o curso tem a duração de 125 horas lectivas."

Mais informações em: http://www.universitas.pt/catalogo/index.php?cat=925&pai=0&marca=12

In: Ecclesia.

via Aqui há Esperança

Fina D'Armada




Depois de escrever livros sobre Fátima, OVNI's e Nostradamus, a mandatária do Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim, Fina D'Armada, ainda tem tempo para dizer coisas como esta: "Deus atribui um mero valor pecuniário ao feto e deixa claro que a vida da mãe é mais importante".

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Fanatismo abortista do dia XIX

"e quem lhe disse que eu sou apoiante do SIM, seu débil mental? eu apenas disse que acho que esse indivíduo que dava pela alcunha de joão paulo II era, na minha livre opinião , uma bela merda de pessoa, responsável pela morte de milhares de africanos (e não só) infectados pela sida, porque sua infecta santidade não gostava de preservativos. isso também foi DEFENDER A VIDA, seu débil mental? você sabe lá de que material é que sou feito, pobre criatura. você não reconheceria o "material" nem que ele estivesse a dez centímetros do seu inefável nariz. e agora, já que gosta de ser tão pedagógico, publica também este comentário ou vai ficar aí sentadinho, como é tão do gosto das pessoas piedosas como você sem dúvida é, a deixar "viver" uns comentários, porque são bem educadinhos e amiguinhos e aos outros "ala para a fogueira!" fazer companhia aos herejes, aos judeus, aos ciganos e sobretudo (t'arrenego satanáz) aos do SIM!!! é patético."

pecador_enrustido na caixa de comentários do direito a viver

terça-feira, dezembro 26, 2006

Os filhos de estimação

Aconselho vivamente a leitura deste texto no Rexistir.
E o que tem este texto a ver com o aborto? É simples: será que os filhos desejados são mesmo mais felizes do que os não desejados? Na nossa sociedade actual, onde os filhos são usados, muitas vezes, como "instrumentos de afirmação de estatuto" e depois são negligenciados, postos de lado quando atrapalham as férias ou a carreira, depositados no ATL, na escola, na casa dos avós e nos centros de explicações, fará sentido acreditar que as crianças só são felizes quando são desejadas? A educação e a felicidade de um criança medem-se pela quantidade de presentes que recebe? Pelas roupas de marca que usa? Pela escola de ballet ou judo que frequenta? Pelas aulas de piano que tem?
A felicidade de uma criança depende apenas do amor e carinho que lhe dão. E o amor e carinho nunca dependeram do dinheiro.

Fanatismo abortista do dia XVIII

"Um palhaço inhumano,é o que é esses porcos todos!Os milhares de pessoas que morrem a todos os dias,eles nâo falam!Os que estâo na imposibilidade de se extinguirem por os seus proprios meios,nâo tem o direito de morrer dignamente!Mas,a exploraçâo das companhias ao nome da createvidade,é um bem de deus.Um cancro na tua boca porca ,éra o que o teu deus devia fazer por tantas imbecilidades saem, por esse buraco imundo!"

Calhordus, na caixa de comentários do diário ateísta, a propósito das palavras de José Policarpo sobre o direito à vida

Recomendaria o aborto? II

2. Uma senhora está grávida; já teve vários filhos, um deles morreu, o seu marido está na guerra e a ela pouco tempo de vida lhe resta.

Recomendaria o aborto nesta situação? Se respondeu sim, teria morto:

João Paulo II

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Fanatismo abortista do dia XVII

"eu sou a favor do aborto para não andarem ai abortos como tu!E pra mais a vossa santa igreja ja mata muita gente a não usar o dinheiro roubado e enterrado no vaticano. ja agora visita a minha pagina www.morteaopapafascista.com. saudações natalicias, bjs a viergem maria, que de viergem devia ter pouco"

Anónimo, na caixa de comentários do direito a viver

Recomendaria o aborto? I

1. O pai é asmático, a mãe tuberculosa. Têm quatro filhos. O primeiro é cego, o segundo surdo, o terceiro morreu e o quarto tem tuberculose. A mãe está de novo grávida.

Recomendaria o aborto nesta situação? Se respondeu sim, teria morto:

Beethoven

domingo, dezembro 24, 2006

Fanatismo abortista do dia XVI

"eheh, luís. não queira fazer comigo parte dos monstros que negam humanidade a qualquer coraçãozinho que bate.

e bom natal, já agora (nós, os monstros sem coração, temos de ser uns para os outros)."

Fernanda Câncio, na caixa de comentários do franco atirador

sábado, dezembro 23, 2006

Boas festas

A todos, sem excepção, um santo Natal na companhia dos que vos são mais queridos.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Portugal pioneiro do Humanismo

"O referendo não vai sequer resolver graves problemas das mulheres. Não quero ver mulheres nos tribunais e, para isso, é necessário alterar em profundidade a legislação... Ao longo dos séculos, Portugal tem tido a coragem de se afirmar a nível mundial pelo Humanismo, sendo pioneiro nas abolições da escravatura e da pena de morte, vanguardista no apoio a crianças, na defesa e valorização das mulheres e nos cuidados para com os mais fracos em geral. Voto contra este Projecto de Resolução, inclusivamente porque gostava que, mais uma vez, Portugal se distinguisse agora por ser pioneiro mundial do Humanismo, numa renovada cultura a favor dos Valores e da Vida"

"Portugal pode e deve, por razões históricas e de auto-estima, ser agora outra vez uma luz para o Mundo, concretizando afinal o sonho do P.e António Vieira, de Fernando Pessoa e de tantos outros. Espero que com o voto muito expressivo no Não ao aborto, Portugal concretize este sonho secular de ser cabeça de um império espiritual mundial, numa solidariedade vivida e motor de renovado Humanismo."

Excertos de um artigo de Matilde Sousa Franco no JN

Fanatismo abortista do dia XV

"Como se os pró-prisão quisessem saber de factos, só querem inventar mentiras para convencer o Portugal Profundo. Aquela coisa que passaram ontem na televisão é do mais terrorista e nojento que vi, o «deixar o bebé mostrar-se» como se se abortasse um bebé! Nojento! Em vez de discutirem factos os pró-prisão disfarçam a falta de argumentos com campanhas terroristas! Não há palavras para o reles e tão baixo que esta gente é!"

Joana, na caixa de comentários do diário ateísta

O que realmente magoa

Um dos grandes argumentos do "sim" (senão mesmo o único) é que o aborto existirá sempre e, portanto, na impossibilidade de o combater, a solução é proporcionar melhores condições para que as mulheres o possam realizar.
Mas, será mesmo que isso acabará com o sofrimento das mulheres? Não, não acaba! Porque aquilo que realmente magoa, não é fazer um aborto num "vão de escada". É fazê-lo! É por isso que, seja de forma clandestina ou de forma legal, o aborto será sempre um trauma para a mulher. Vários estudos confirmam as sequelas físicas e psíquicas de um aborto. Para ser mais concreto ainda: um estudo recente da APF (apoiantes do "sim") indica que os abortos clandestinos são feitos maioritariamente por médicos, enfermeiros ou parteiros, em clínicas ou consultórios. Portanto, o que mudaria com a despenalização? Quase nada, a não ser as clínicas que surgiriam para fazer negócio com a morte! E o trauma de realizar um aborto manter-se-ia irremediavelmente.
Qual é então a solução? Apoiar a maternidade, exigir o cumprimento dos deveres do parceiro, apoiar as associações de apoio às crianças abandonadas ou maltratadas, agilizar os processos de adopção. Não é a solução mais fácil, nós sabemos. Mas é a única capaz de impedir o recurso ao aborto como única solução. É a única capaz de evitar o sofrimento da mulher quando se vê forçada a abortar.

Actualização dos blogues pela vida

A lista de blogues pela vida não pára de aumentar e portanto impunha-se uma actualização da mesma. Penso que se trata da lista mais completa de blogues pró-vida da web. Quem quiser, é livre de copiar a lista e divulgá-la no seu blogue. Quem pretender que o seu blogue faça parte da lista tem apenas que deixar um comentário ou enviar um email.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Fanatismo abortista do dia XIV

"Dizer não ao aborto é querer impor aos outros as suas concepções de moralidade, as suas formatações religiosas, o desprezo que sente pela vida. Dizem não ao aborto, porque desprezam a vida, desprezam a condição essencial para o nascimento de uma criança, o amor e o desejo dos seus pais para que ela nasça. Ignoram que em nenhum país onde o aborto foi liberalizado houve um aumento real do número de abortos."

t.brazao, na caixa de comentários do blogue do não

Fanatismo abortista do dia XIII

"Assiste-se hoje a um corropio de sondagens sobre o sentido de voto no referendo sobre o aborto e as percentagens pelo sim são formidáveis, acima dos 70 por cento!
É que estas mulheres não se aconselham no confessionário e se calhar nem temem a Deus. As outras... o mesmo Deus nos livre das beatas histéricas e das ratas de sacristia a desfilar nas ruas vestidas de branco, com a cruz em riste e cartazes com imagens de fetos mutilados, a assustar os eleitores com o fim do mundo. Só peço a todos os santinhos que esse mulherio não venha para cima de nós com os fantasmas que os padres lhes acordam na cabeça e muitos de nós, reconheça-se, têm tanta dificuldade em exorcizar."

João Medeiros, no rostos.pt

Direitos e deveres

O lema deste blogue pró-aborto é "A mulher decide, a sociedade respeita, o Estado garante".

Pelo que parece, neste blogue, consideram que a mulher só tem direitos e a sociedade e o estado só têm deveres. Não referiram, por exemplo, o dever do casal planear uma vida sexual consciente, o dever do casal assumir as consequências dos seus actos, o direito do homem se pronunciar acerca de algo que também lhe diz respeito ou o direito da sociedade opinar sobre algo que acredita ser um crime.

Fanatismo abortista do dia XII

"As pessoas dos movimentos “pró-vida” têm boas estratégias e bem estruturadas. Talvez importadas dos Estados Unidos onde usaram terrorismo para tentar acabar com o direito de decidir das mulheres. Centenas de atentados bombistas, assassinatos. Estes assassinatos não descredibilizaram os pró-vida."

Madalena Barbosa, no Cidadania pelo sim

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Honestidade intelectual

Sinceramente, não dá vontade nenhuma de comentar qualquer declaração ou posição do BE, mas fiz um esforço e aqui vai: O BE anda a espalhar outdoors com uma imagem de uma mulher a ser "perseguida e humilhada" por ter abortado. Ora, o facto, é que não há uma única mulher na prisão por ter abortado até às 10 semanas. "Esquece-se" o BE que, se a lei for alterada, as mulheres que abortarem após as 10 semanas vão continuar a ser "perseguidas". "Esquece-se" o BE que, as pouquíssimas mulheres (de entre as tais 20 mil que abortam todos os anos) que vão a julgamento, raramente são condenadas. "Esquece-se" o BE que algumas dessas poucas mulheres que foram a julgamento estavam grávidas de 6 meses.

A isto, eufemisticamente, eu chamaria hipocrisia, a tal que eles nos acusam de ter. Na realidade, é uma tentativa "rasca" de fazer passar as pessoas por "burras".

Fanatismo abortista do dia XI

"Também me custa a perceber como é que defensores tão acérrimos da moral e dos bons costumes, da vida e dos direitos das crianças, podem incentivar o trabalho infantil. Sim, porque não tenhamos dúvidas. Os desenhos do concurso dos "Do 0 aos 9. A minha primeira morada" vão servir de propaganda sensacionalista dos movimentos do Não."

Barriguita, no colectivo feminista

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Dados viciados

O Movimento Médicos pela Escolha realizou hoje uma conferência denominada "O aborto em França e as práticas actuais", com a presença da Dra. Elizabeth Aubény , médica ginecologista/obstetra, membro fundador e presidente honorária da FIAPAC (Federacion Internacionale des Associations de Professionals de Avortement et de la Contracepcion).

Este é mais um exemplo que demonstra como os abortistas vão ao estrangeiro buscar apenas os dados que lhes interessam, os que lhe são convenientes. A notícia tem como intenção provar que o número de abortos não aumenta com a sua legalização. Nada de mais falso. Analisando com atenção os dados do aborto em França é possível destacar o seguinte:

1. O número de aborto subiu efectivamente dos 15.7% para os 21.3%.
2. Poderá parecer pouco, mas a estatística engana. Porquê? Porque desde a década de 80 que a França recebeu entradas massivas de emigrantes muçulmanos que, como se sabe, possuem uma alta taxa de filhos por mulher. Se o número de nascimentos aumenta, o número de abortos até pode aumentar mas a sua taxa manter-se constante ou até descer. É uma regra estatística simples e foi precisamente isso que aconteceu na França.
3. O movimento Médicos pela Escolha tenta explicar isso apenas com o argumento do apoio do estado Francês à natalidade o que, sendo verdade, não o explica totalmente e, além disso, soa a algo estranho um Movimento que defende o aborto aplaudir medidas contra o aborto lançadas pelo estado francês.
4. Por último, é de louvar a sinceridade dos abortistas franceses que organizaram uma associação de "profissionais do aborto e da contracepção". Não iludem as pessoas assumem aquilo que são e aquilo que defendem. Temos pena que os abortistas cá da praça não se assumam como "profissionais da contracepção".

P.S.: Gostava de deixar aos abortistas uma sugestão: porque não analisar os dados do aborto no Reino Unido, na Espanha, na Rússia, na Bielorrusia, na Sérvia, no Montenegro...

domingo, dezembro 17, 2006

Correio do leitor

“SIM”,”NÃO”. ASSIM SE RESOLVE O PROBLEMA DO ABORTO
Por Humberto Pinho da Silva

Em breve teremos novo referendo para aprovar ou não, a nova legislação sobre o aborto.
Confesso que preferia que fosse o parlamento a decidir. O referendo é, para mim, acto hipócrita da democracia. Digo isto porque todos sabem que este se repete até os políticos obterem o resultado que desejam. É assim na União Europeia e assim é em Portugal. Se o “SIM” tivesse ganho no primeiro referendo, haveria o segundo?; e se o “SIM” ganhar no segundo, haverá o terceiro?
Depois o que se ganha com as sessões de esclarecimento? Todos sabem o que é o aborto, a opinião da ciência, da moral, e as implicações psíquicas que provoca na mãe.
Parece-me que o parlamento pretende imitar Pilatos: lavar as mãos e declarar: estamos inocentes do sangue derramado. A “maldição” caia no povo. Foi ele, e não nós, que aprovaram!
Considero, portanto, que nesta época de reflexão, todos nós, temos que buscar soluções para acabar com a morte provocada de nascituros, já que não há, nos que apoiam o “NÃO” ou o “SIM”, quem afirme que o aborto é método contraceptivo.
Sabe-se que a mulher não aborta por prazer, se o faz, é para se livrar de responsabilidades. Quais?
Não ter meios económicos; ser solteira e jovem; imposição do amante ou namorado e outros que não são para aqui chamados.
Se o pai do nascituro quer matar o filho para se livrar do encargo, cabe ao governo “castigá-lo”.Se a mãe não quer a criança, por motivos económicos, cabe ao Estado criar meios para que possa ser educada como cidadã que é.
Outrora para sanar incestos, violações e amores indesejáveis, havia a Casa da Roda, evitavam-se assim abortos, e recém-nascidos abandonados na via publica. Algumas eram mais tarde procuradas pelos pais. Evitava-se ,deste jeito, graves traumas psíquicos e remorsos eternos.
Na Alemanha, segundo me informam, começa a aparecer berçários públicos, onde as mães depositam os filhos que não querem ou não podem criar.
Por que não seguir o exemplo? Cabe à Igreja (católica e evangélica) e principalmente ao Estado, essa iniciativa.
É melhor colocar o filho, em segurança, numa instituição que não pergunta a razão do acto, que carregar remorsos pela vida fora.
Sei bem que é dispendioso; mas será mal muito menor do que matar os filhos no ventre, por pobreza ou não estar legalmente casada.
Depois, certamente ninguém deseja, a não ser o proprietário da clínica que vive disso, fazer do aborto modo de ganhar a vida.
Em lugar de “obrigarem” os pobres a abortar por escassez de recursos económicos; as jovens por imposição do namorado; e a casada por indicação do amante, deve a sociedade auxiliar a mulher, criando instituições que acolhem as mães e se responsabilizem pelos filhos, sem fazerem inquéritos e perguntas indiscretas.
Levar a mulher, que aborta, ao tribunal, para ser julgada pelo crime que praticou por necessidade, por indigência ou por haver engravidado de forma ilegal, parece-me absurdo, já que na maioria dos casos o réu devia ser o homem; mas matar as crianças para livrar o Estado da obrigação de as criar e educá-las, é muito pior, já que ninguém aborta por prazer ou maldade, mas por vergonha e pela sociedade negar meios de sobrevivência.
Será que o povo português prefere que o sangue dos inocentes seja derramado em lugar de buscar soluções?!

A ver vamos.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Aborto e DST's

Quem, como eu, trabalha e contacta diariamente com jovens, sabe que eles usam preservativo, na grande maioria das vezes, apenas com a preocupação de evitar uma gravidez indesejada. Evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis é algo que, infelizmente, não faz parte das suas preocupações. Sabendo isto, fará sentido supor que, com a hipótese de recorrer ao aborto, o uso de preservativos diminuirá e por isso se potenciará o risco de transmissão de DST's? Confesso que a ideia já me tinha ocorrido mas não tinha falado dela por falta de dados concretos.

Hoje, ao fazer a visita habitual ao Letras com garfos, tropecei neste artigo:

"BELGRADE -- A study shows that one out of every 20 adolescent girls in Serbia becomes pregnant.

Two-thirds of them choose to have an abortion.

According to the study commissioned by the Serbian government and conducted nationwide, young adults are insufficiently educated on contraception, pregnancy, sexually-transmitted diseases and similar crucial health issues.

In response, the ministry has put together a "reproductive health handbook" for distribution to primary school teachers, in order to encourage sex education early in children's lives.

Highlighting the problem, recent UNICEF statistics show that in Serbia and its former sister republic Montenegro, some 45 per cent of all people infected with HIV are between 15 and 29 years old."

Resumindo: Na Sérvia, a gravidez na adolescência é muito comum devido, em grande parte, à fraca educação sexual dos jovens, tal como acontece em Portugal. Dois terços das jovens que engravidam optam por fazer um aborto, transformando-o assim num verdadeiro método contraceptivo, tal como muitos de nós, defensores do "não", tememos que aconteça em Portugal. Por outro lado, 45% dos infectados com HIV têm entre 15 e 29 anos.

Há ou não uma efectiva relação entre aborto, DST's e falta de uso do preservativo? Dá que pensar, não dá?

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Maternidade demarca-se de estudo

"A Maternidade Alfredo da Costa, onde hoje decorre a apresentação de um estudo sobre o aborto em Portugal, demarcou-se deste evento, lembrando que apenas se limitou a alugar o auditório à Associação para o Planeamento da Família (APF).

Em comunicado, o presidente do Conselho de Administração da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, respondeu hoje às críticas da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) que terça-feira anunciou que vai apresentar uma queixa junto do Ministério da Saúde por esta ter autorizado a apresentação de um estudo sobre o aborto nas suas instalações.

«A maternidade é um local de vida, não é um local de morte. É uma das melhores do país e responsável pelos excelentes resultados na diminuição da morta lidade infantil», afirmou Fernando Castro, presidente da APFN, em declarações à Lusa.

Em resposta a estas declarações, a MAC lembrou que o aluguer do seu auditório é «prática frequente» e que «os temas abordados pelas entidades locadoras não traduzem de maneira alguma e em qualquer situação a posição da maternidade face aos mesmos» e que «nem compete à MAC ter atitude de censura perante os mesmos».

«A MAC não se responsabiliza pelos conteúdos apresentados por terceiros e não subscreve as tomadas de posição assumidas pelos mesmos», lê-se no comunicado."

Das duas uma: ou a direcção da maternidade se arrependeu e tentou remediar a situação ou a APF alugou o espaço deliberadamente para manipular a opinião pública e tentar associar o aborto a uma maternidade de renome, dando assim a entender tratar-se de algo "absolutamente normal".

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Aborto selectivo

Aborto impede 7 mil nascimentos de meninas por dia na Índia

Sete mil bebés meninas deixam de nascer por dia na Índia por causa de abortos selectivos depois de exames para determinar o sexo do feto, afirmaram hoje estimativas do Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Tornar-se pessoa

O JPN escreveu um belo texto sobre a definição de vida. No entanto, os seus argumentos tropeçam, a meu ver, neste pormenor: "Não nos dizem que é uma pessoa porque fala, porque se exprime, porque se autodetermina, porque necessita de ser livre, porque necessita de ser cultivado e educado."

Ora, caro JPN, pegando na definição do ser humano como um ser bio-psico-social, tenho de discordar da sua opinião porque refere apenas fragmentos das vertentes psicológica e social. Faltou-lhe falar da vertente biológica. Em relação a outro ponto do texto, o da diferença da pena a aplicar ao homicídio de um ser adulto e ao aborto de um feto, creio que poderá encontrar um justificação nessa mesma definição. O feto ainda não possui as vertentes psicológicas e sociais que definem o ser humano. Essas começam a ser "construídas" a partir do nascimento.

Note que considero vida humana um ser que não possua todas as vertentes porque, se assim não fosse, não poderia considerar vida humana alguém deficiente profundo desde a nascença, por exemplo.

Fanatismo abortista do dia X

...tanto dinheirinho que tendes, senhorias, para gastar em cartazes e sondagens em vez de em papas cerelac, fraldas e casinhas para as crianças desvalidas, hã? olhem que há uns bons milhares delas, completamente formadas, nos orfanatos...

f., no Glória Fácil

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Doença grave?

Palavra de Correia de Campos:

A interrupção voluntária da gravidez (IVG) passou a integrar a lista de cirurgias prioritárias, de forma a que seja concretizada no espaço de duas semanas, depois do pedido ser formalizado, tal como está previsto na lei. Se não for possível o hospital realizar a intervenção nesse prazo, a mulher deverá ser encaminhada para o sector privado.
A novidade está na inclusão do aborto na lista de cirurgias prioritárias e urgentes, como acontece com os portadores de doenças graves.
Resposta tem de ser dada em duas semanas e privados farão as intervenções que hospitais não puderem.

Vai uma aposta sobre quantas intervenções é que vão "sobrar" para os privados?

O sexo dos anjos

Do Blasfémias:

«Clínica dos arredores de Aveiro faz 500 a 600 abortos por ano», ao preço de 450 a 500 euros cada intervenção, noticia o Público, na sua edição de hoje.
«Ao abrigo da lei» (a «saúde psíquica da mulher»), realça Amílcar Pereira, médico e director da dita clínica em Oiã, que se dedica a esta actividade há já muitos anos, embora o faça agora, ao contrário do passado recente, em concurso com outro tipo de intervenções médicas. Os métodos anticoncepcionais e a concorrência afectaram o sector, sendo que, garante o entrevistado, a sua clínica já estaria fechada se «só fizesse interrupções voluntárias da gravidez».
Perante este cenário de crise, que atinge uma actividade legal, fortemente concorrencial, só me resta uma dúvida: o que é que, afinal, vamos referendar no próximo dia 11 de Fevereiro?

Se não é a Igreja, são os homens

Ora, se não se ataca a Igreja, ataca-se os homens. Pelo menos nisso os abortistas são coerentes.
A nossa amiga Câncio diz que a sondagem da plataforma Não Obrigada é tendenciosa porque, entre outras coisas, foi pedida a opinião aos homens. Para quem critica constantemente a Igreja parece-me uma contradição que se insinue que afinal se pode engravidar por intervenção divina.

domingo, dezembro 10, 2006

Womem on Waves no seu melhor

Refere o site da organização Women on Waves, logo na página de abertura do site, e com link para uma das seguintes, que "cerca de 85 por cento das mulheres sexualmente activas que não usam qualquer método contraceptivo engravidam no espaço de um ano". Lá se vai a teoria das coitadinhas que tiveram um "acidente" e que "precisam de abortar". Um tiro no pé dos defensores do «sim»...

via Mente Despenteada

sábado, dezembro 09, 2006

Aborto? Não, Obrigado!

Tal como no referendo anterior, a sociedade portuguesa mobiliza-se para discutir a questão do aborto, rotulada de interrupção voluntária da gravidez para que, creio, todos percebam melhor. Uns, os que já nasceram, não têm problemas em ser a favor do “sim”, a favor de uma lei que sabem nunca os atingir. Os outros, os do “não”, onde me incluo, não querem para os outros o que não querem para eles. Ou seja, se eu tive direito à vida… todos os outros devem ter o mesmo direito.

A tudo isto acresce que defender o “sim” é a mais pura e paradigmática forma de cobardia. Ou seja, se a sociedade não consegue dar condições de vida (aos pais, mas sobretudo às mães), então mate-se quem não tem direito de defesa.

Noutro patamar, seria mais ou menos como a sociedade não ter capacidade para combater o roubo de carros e, para resolver a questão, decidisse legalizar essa actividade, descriminalizando os autores.

Eu sei que, para muitos socialistas, sociais-democratas, comunistas e afins é mais fácil dizer a uma mãe que pode e deve abortar do que lhe dar condições de dignidade que lhe permitam criar o filho. Para mim isso é cobardia e aceitação da falência de uma sociedade solidária e digna.
Por isso: Aborto? Não, Obrigado!

Por Orlando Castro, em Alto Hama

Dúvidas de uma jovem de 20 anos

O texto seguinte foi escrito por uma jovem de 20 anos e consta de algumas dúvidas e questões colocadas ao Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim, uma das associações pró-aborto.

"Gostaria de ver aqui, como noutros blogues pelo “sim” (e como é dever de todos os meios de apoio ao “sim” ou ao “não” defender as suas posições de modo as esclarecer os/as cidadãs), ver expostos, fundamentadamente, os seus princípios para a defesa do “sim”.

É como jovem que escrevo. Não sei tudo e tenho muitas dúvidas do que se vai dizendo por aí, pois é muito fácil a manipulação, visto que as informações nos chegam a metade, em notícias de jornal, televisão ou debates que mal chegam a aquecer e que pouco ou nada esclarecem o cidadão comum alheado de questões Éticas, de Saúde e de Justiça…

Este blogue não apresenta aos/às cidadãos/ãs razões fundamentadas de apoio ao “sim”. Quero com isto dizer, para não ser mal entendida, fundamentos apoiados numa reflexão do ponto de vista de diferentes/diversas áreas, desde o Direito à Ética, pelas implicações importantes que a decisão do “sim” traz à nossa sociedade.

1) Não entendo como pode este Movimento assumir-se como um Movimento de «(…) cidadãs e cidadãos responsáveis e comprometidos/as com a defesa dos direitos humanos (…)», se, ao defenderem o “sim”, o aborto ou IVG compromete a vida de uma terceira vida humana. Leia-se, pois, na “Constituição da República Portuguesa”, no Artigo 24, «1. A vida humana é inviolável.». E nem sequer estamos a falar de pessoa humana que tenha nascido, estamos a falar de “vida humana”.

2) Assume-se também como um Movimento que defende e apela à «(…) não discriminação entre mulheres e homens.», parecendo ignorar a completa nulidade a que o homem é votado na questão que será apresentada no dia do referendo da despenalização da IVG. Não esqueçamos, pois, a pergunta do referendo: «Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?». Se a lei a que se propõe a despenalização for aprovada, o homem perderá, perante a Lei, a igualdade a que a Constituição da República Portuguesa defende, contradizendo a tarefa fundamental do Estado de «Promover a igualdade entre homens e mulheres.» (Constituição da República Portuguesa, Artigo 9.º).
O mesmo se aplica ao que o Movimento diz ser «a favor de uma maternidade e paternidade plenamente assumidas e responsáveis antes e depois do nascimento.». Se o referendo for ganho pelo “sim”, nunca a paternidade poderá alguma vez ser exercida e assumida antes do nascimento, visto ser à mulher, que é a mãe, ser relegada a responsabilidade de decidir ou não a vida que nela se desenvolve, fruto, sempre, de uma relação a dois.

3) A IVG não dará a ninguém que queira abortar uma maior e melhor consciência na saúde reprodutiva, bem pelo contrário, pela sua permissividade, terá muito mais hipóteses de ser usada como meio anti-conceptivo. Não duvido que todas as mulheres devam ter «(…) direito à maternidade consciente e à saúde reprodutiva [que] são direitos fundamentais.», e a concordar com isso, terei forçosamente de salientar que o Estado português pouquíssimo se empenha na educação para a « maternidade consciente» e para a «saúde reprodutiva». Vejamos o que tem sido feito no plano da acção de educação sexual… Vai mudar? Em quê? Como? Quando? O que é que todos os movimentos têm a dizer em relação a isto?

4) Este Movimento, assim como outros, têm argumentado com um discurso extremamente falacioso como se qualquer defensor do “não” fosse contra o direito à maternidade consciente e à saúde reprodutiva. Mais acrescento, a este discurso falacioso, um dos pontos da carta deste Movimento, «Porque as mulheres, como os homens, têm direito à reserva da intimidade da vida privada e familiar.». Assim sendo, nunca o Estado poderia intervir em situações de agressão física a um dos cônjuges por dizer respeito à vida privada. Era o que faltava!

5) Mais errado não poderia estar o Movimento ao advogar que é «(…) a favor da vida em todas as suas dimensões.». Se o é em todas as dimensões, é-o em defesa da vida intra-uterina, uma das dimensões da vida. Não é isso que defende. Mais uma vez, um discurso adulterador da sua opinião sobre a IVG.

6) E como sempre, embatemos com a chatice da religião. Todos dizem que não se trata de uma questão religiosa, mas, ironia das ironias, ela está aqui bem patente: «Porque é um elemento essencial do Estado de direito o princípio da separação entre a Igreja Católica ou qualquer outra confissão religiosa e o Estado.». O que se quer dizer com isto? Estou de acordo com a ideia de que Estado e Igreja devem ser dois poderes separados por vivermos num estado laico. Mas o que querem dizer com aquela afirmação? Que insinuações estão por detrás dela? É esta uma questão religiosa? Se é religiosa, terão todas as Igrejas de se pronunciar sobre ela. Não me parece que seja isso o pretendido, pelo menos para quem defendo o “sim”.

7) Sim, estamos a falar de aborto (sem aspas), e de direito a abortar. Que considera este Movimento “condições para assumir uma maternidade”? E paternidade? Estes conceitos permanecem no vago, sem quaisquer explicações. Aniquila-se a responsabilidade e sentido de responsabilidade ao permitir que se possa, sem quaisquer restrições, poder fazer um aborto. É quase… fazer a belo prazer. Se um casal nunca usar contraceptivos e houver gravidezes, sempre indesejadas, podem, em particular a mulher, recorrer sempre ao aborto, sem que haja penalizações por isso. Onde começa uma gravidez forçada e onde começa a responsabilidade?

8) Se se defende o aborto até às 10 semanas, por que não até mais tarde, se a medicina o permite? Não é, então, também uma questão de respeito pelas mulheres que decidem interromper uma gravidez, depois das 10 semanas, quando por sua consciência? Até onde vai o respeito, afinal?
E já que se fala de “respeito”, há que ter em conta que muitas mulheres, não fariam um aborto se lhes fossem proporcionadas condições para assumirem a sua maternidade. E isto é verdade. Não estamos só a falar de menores de idade que engravidam, estamos a falar de mulheres casadas e com uma vida frágil quanto ao seu posto de trabalho, etc., etc. (toda a gente sabe o papel a que tem sido votada a maternidade no nosso país…). Então, não há respeito também por elas? Não se lute só pelo respeito, porque dá jeito para uma campanha de refendo…

9) O aborto, depois das 10 semanas continuará a ser penalizado, ficando todos os abortos depois desse período em situação ilegal.

10) Pouco se tem falado das mazelas do pós-aborto. Se se tratasse de um caso limite, sem alternativa possível, poderia, eventualmente, aceitá-lo; contudo, ele é a solução face à injustiça do sistema do país que é Portugal, que pouco se digna a criar outras formas de combater este flagelo a que muitas mulheres recorrem (e mais uma vez refiro: porque não há investimento na maternidade). O aborto, mesmo realizado em boas condições de saúde, é doloroso (verdade que quase sempre é oculta a quem se dirige a uma clínica para fazer uma aborto), gravidezes posteriores podem resultar em abortos espontâneos, gravidezes ectópicas, perfuração do útero, hemorragias, etc. Pouco divulgados e questionados são os efeitos psicológicos nocivos decorrentes do aborto: sentimento de culpa a que se associam impulsos suicidas, perda do interesse sexual, etc. O Estado, a despenalizar o aborto, portanto, a liberalizá-lo, pois a opção de IVG será livre, terá de provir futuros casos de insucesso: físico e psicológico. A mulher também vai ter direito a isso? É também uma questão de respeito…

11) «Porque consideramos que a sujeição das mulheres a processos de investigação, acusação e julgamento pelo facto de fazerem um aborto atenta contra os valores da sua autonomia e dignidade enquanto pessoas humanas.» Assim, também posso induzir que os processos de investigação, acusação e julgamento do sistema de justiça deveriam acabar, pois qualquer que seja a investigação, acusação e julgamento é um processo que vai sempre contra a autonomia e dignidade das pessoas… Não posso concordar. A Justiça tem de provir a necessária averiguação de crimes, se eles estão contemplados na Lei. Mas mais do que punir as mulheres, há que averiguar responsáveis de aborto. Disto também pouco se fala. E se a mulher tem dúvidas quanto a um aborto, e é induzida a fazê-lo? Que protecção terá na Lei, se for levada a fazer um aborto, mesmo tendo alegando completa responsabilidade pelo seu acto, sem que isso seja verdade a 100%? Quem vai assumir a responsabilidade da dúvida? O sofrimento é a mulher que o suportará! É muito fácil dizer que «uma lei que despenalize o aborto não obriga nenhuma mulher a abortar.», como quem diz, se se arrepender, a decisão foi sua, não venha, agora, queixar-se. A Cidadania chega a isto? Onde está a Cidadania e Responsabilidade pelo Sim? Se o referendo for aprovado, terá de haver uma responsabilização pelos efeitos do “sim”. Pelo que me tenho apercebido, em nenhum país o Estado se responsabiliza pelos casos de insucesso de aborto.

Como disse no início, não sei tudo, não tenho certezas, como acho que ninguém terá. Sou uma cidadã de 20 e poucos anos que tenta tomar uma decisão para votar. Muito do que disse, até pode ser contestado, mas esta é a visão que tenho face ao que leio, e a falta de coerência dos argumentos deste e de outros Movimentos leva-me, não querendo entrar numa política do “nim”, pois acho que não leva a nada, a concordar muito mais com o “não” do que com o “sim”. As mulheres e os homens merecem melhor do que um sistema de permissividade e irresponsabilidade. Prefiro a Cidadania e a Responsabilidade do “não”, ainda que nem tudo seja perfeito. Se querem que votemos “sim”, esclareçam-nos convenientemente e não alegando que a mulher é uma coitadinha no meio disto tudo. Santa paciência, mas não me tratem como uma coitadinha que não sou, pois se falam de mulheres é de mim que também falam.

Tenho dito.

Ferreira"

Por falar em imposições de moral

Ana Gomes tenta impor a sua moral aos médicos.

Desta nunca me tinha lembrado

Segundo os defensores do sim, os defensores não não podem usar como argumento o facto de o homem ter uma palavra a dizer porque não se pode provar de quem é o filho que está no ventre da mulher.

Menosprezam a mulher quando afirmam que algumas não são capazes de usar contraceptivos. Colocam em perigo o respeito pela mulher quando afirmam que o homem não pode ter uma palavra a dizer sobre o aborto abrindo assim o caminho para que ainda mais homens se alheem das suas responsabilidades. E agora afirmam que a palavra das mulheres acerca de quem é o pai do seu filho não tem valor.

E ainda se afirmam defensores das mulheres...

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Em minúscula

Do Portugal dos Pequeninos:

"Não faço da questão do aborto uma questão religiosa. Trato da fé à parte. E, por isso, a não relevar-se o comentário da "Teresa" no plano da mera ignorância, a sua menção à "imaculada conceição", nos termos em que é feita, é uma rematada idiotice. É pena que a Fernanda dê guarida à insolência gratuita e ofensiva só porque a "Teresa", coitadinha, conta a sua história maternal relativamente à qual não fez mais do que cumprir a sua obrigação, como ser humano, e porque se coloca, graças ao "coitadinha" explorado demagogicamente, do lado do "sim". Em minúscula."

Aconselha-se ainda a leitura deste outro post.

E estamos conversados.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Fanatismo abortista do dia IX

"ó fernando alves que graças a todos o deuses antigos e modernos, não é o da rádio.
olhe que não deve exagerar, na convicção de que nada lhe pode acontecer...
e se o referendo, para casos "muito particulares" como o seu, tiver mesmo efeitos retroactivos, e o sim ganhar?
xiça!... não é? tenha lá calma..."

amigodaonça, na caixa de comentários do Direito a Viver

Fanatismo abortista do dia VIII

"primeiros, não tenha receio, criatura. o referendo, seja qual for o resultado, não tem efeitos retroactivos.
segundos, essa sua troca de galhardetes com a f. é uma barraca do catano. os seus dois neurónios não coram de vergonha? que figura triste!"

amigodaonça, na caixa de comentários do Direito a Viver

Fanatismo abortista do dia VII

"claro que nos casos em que o padre da paróquia fosse o pai do feto, como acontece em centenas de casos (espero que saiba), seria de bom tom a cerimónia ser realizada por outro padre, desde que este não fosse reconhecidamente pedófilo, como tanto acontece, também (espero que saiba). talvez um ou outro bispo mais "santo", possa celebrar a coisa, já que o actual papa, enquanto cardeal era especialista em técnicas de recolocação e encobrimento dos padres molestadores...
ó alves. vá, com todo o respeito, dar sangue, mais as "suas" posições da igreja!"

amigodaonça, na caixa de comentários do Direito a Viver

Fanatismo abortista do dia VI

"O Joaquim Amado Lopes tem alguma razão numa parte. Querendo uma mulher ter um filho contra a vontade do pai, este por princípio deveria ser excluído de quaisquer deveres relativos à paternidade."

Pedro Sá, opinador do Blogue do Sim.

Olha, olha!

A f. aprendeu a fazer links. Só lhe falta aprender a usar o caps lock (ou então aquela setinha virada para cima).
Eu compreendo a piada... Era uma resposta à goleada da Mafalda (esse sim foi um duelo memorável). Agora, o meu "duelo" com a Teresa foi apenas uma troca saudável de opiniões, e não a batalha que a Fernanda gostaria que fosse.
Quanto à Teresa, volto a reafirmar: não teve sorte na sua relação mas resolveu levar a gravidez avante. Teve o infortúnio de saber apenas que a sua filha tinha trissomia 21 quando esta nasceu. Mas hoje é feliz e não lhe passaria pela cabeça viver sem a sua filha. Apesar de defender o direito a poder abortar, a Teresa é, no fundo, um exemplo para quem defende a vida.

P.S. - Ahhh, é verdade: não sou o Fernando Alves da TSF. Nada de confusões!

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Intoxicação intelectual

A intoxicação intelectual e a utilização de argumentos duvidosos continua por parte dos defensores do aborto e, ao que parece pelo post anterior, ganha adeptos. São mais que visíveis as tentativas de colar a posição pró-vida a extremistas ou fundamentalistas.

Uma das situações é a difusão de símbolos que fazem alusão ao que passa na Nicarágua e dizem: "Porque não estou na Nicarágua, voto sim". Ora, o que se passa na Nicarágua é que houve, recentemente, uma maior restrição ao aborto, de tal forma que este deixou de ser permitido em qualquer das excepções anteriormente previstas. A má fé deste argumento é que há uma tentativa óbvia de ludibriar os leitores tentando fazer crer que os defensores da vida querem que a situação actual evolua para algo semelhante ao que se passa na Nicarágua. É falso que alguém que defenda a vida pretenda ver em Portugal algo do género e é uma barbaridade que isso seja sequer insinuado.

A outra situação diz respeito ao termo que, “carinhosamente”, os pró-aborto usam para catalogar os defensores da vida: “pró-prisão”. Ora, para provar que esta é outra das barbaridades dos abortistas da nossa praça basta transcrever este texto:

"O nº de semanas para o aborto varia de lei para lei porque se fundamenta na mais completa arbitrariedade.
O que caracteriza um ser humano, o que o torna um ser irrepetível é o seu genoma. Ora o genoma, que é o somatório de todos os genes armazenados nos cromossomas, constitui-se logo que há fusão dos dois gâmetas. A partir desse momento único não é necessário mais nada para que o novo ser humano venha a ser uma pessoa.
Os defensores do Sim argumentam que a vida só começa tardiamente num momento que ninguém sabe qual é. Os defensores do Não apoiados naquilo que a ciência demonstra consideram que o novo ser humano existe desde a concepção.
Os defensores do Sim dizem que também são contra o aborto, mas advogam medidas que o facilitam e incrementam. Os defensores do Não são contra o aborto, não são contra a pessoa que aborta e, por isso, não querem que quem aborta seja incriminada, mas também não querem que seja aplaudida."

O texto é da autoria da Pastoral familiar do Porto, ou seja, nem sequer a facção “mais radical” do combate ao aborto, a Igreja, é a favor da prisão das mulheres que abortam, quanto mais o comum dos defensores da vida. Mais uma vez, é apenas uma tentativa de “atirar areia para os olhos” e tentar fazer crer a opinião pública que ser-se contra o aborto é ser-se um “fundamentalista radical” quando, dia a dia, os abortistas nos provam que são eles os fundamentalistas.

Fanatismo abortista do dia V

"podes sempre ir viver para a costa rica ou para a nicarágua. ou para a polónia ou para malta. ou para o mundo islâmico!
sociedades realmente avançadas e capazes de acompanhar a tua inovadora visão.
vai e sê feliz, pà. sinceramente."

terceiro mundo, na caixa de comentários do Blogue do Não

Sondagens II



terça-feira, dezembro 05, 2006

Fanatismo abortista do dia IV

"Voto na Consciência e Liberdade das Mulheres Portuguesas. Crime é dar vida sem a poder garantir nos padrões minimos que a humanidade concebe."
Dacartes, na caixa de cometários do Blogue do Sim

Fanatismo abortista do dia III

"Alguns dos opinadores do NÃO já esteve na iminência de ser mãe?
Sabe os contornos psicológicos duma gravidez indesejada, por experiência própria?
Se fossem hipotéticas mães, acham que vós ou as vossas iguais se desligariam do que nasce das suas entranhas de ânimo leve?
Ah! Entendo. São opinadores. Pensam, e como tal crêem que existem... quiçá para julgar os outros."

Dacartes, opinador no Blogue do Sim

Fanatismo abortista do dia II

"Realmente, faz pensar... 230 mil comprimidos... numa lógica simplista (idiota?) isso equivaleria a 230 mil crianças mortas (até tem impacto emocional!)...
Mas pior... E todos os outros espermatozóides que se perdem? São biliões de criancinhas mortas!!! Acho que também deveriam amputar as mãos aos adolescentes. São uns assassinos! Bem, ao menos uns pensos hormonais, sempre controlava o acne...
E as freiras? Elas não têm filhos! Então para que servem? São centenas de óvulos por fecundar! Assassinas?
Ou seja, quem não estiver a contribuir no seu máximo de fecundidade, não é boa gente?
Serão todos imbecis?"

Paulo Cunha, na caixa de comentários do ateismo.net

Fanatismo abortista do dia

"É de mais artigos assim que precisamos! Para todos verem a hipocrisia dos pró-prisão, frustrados sexuais que querem impedir os outros de viver uma sexualidade sem traumas!
Viva o Diário Ateísta! Abaixo a hipocrisia cristã! Se não sabem brincar com a pilinha os cristãos que arranjem outras coisas para se entreter, não se metam nas camas dos outros!"

Joana Mendonça, na caixa de comentários do ateismo.net

segunda-feira, dezembro 04, 2006

As perguntas perdidas do Não

Análise ao texto "As perguntas perdidas do não" no esquerda.net
"A 11 de Fevereiro decidiremos se as mulheres que abortam devem continuar a ser perseguidas e julgadas. No referendo não estão em causa interpretações sobre a natureza ou o início da vida: quem recusa o aborto também deve votar Sim - as mulheres que tiveram que abortar merecem respeito, devem ter hospitais e não tribunais. Mas esta não é a única pergunta perdida dos defensores da actual lei do aborto."

Perseguidas e julgadas? Quantos julgamentos de mulheres que abortaram houve nos últimos anos? E nos que houve, quem foi condenado? As mulheres ou quem efectuou o aborto? E em que mês de gravidez estavam essas mulheres? Muito para lá das 10 semanas! No referendo não estão em causa interpretações sobre a natureza ou o início da vida? A grande questão é precisamente essa! Ou será que o SIM afinal admite que é mesmo vida?

"A VITÓRIA DO SIM É A LIBERALIZAÇÃO DO ABORTO? Como bem sabem os neoliberais defensores do Não, liberalização é ausência de regras. Pelo contrário, a lei de despenalização estabelecerá regras precisas: a interrupção da gravidez pode ocorrer em estabelecimento de saúde autorizado até às 10 semanas."

Ahhh, a regra é o aborto ocorrer em estabelecimentos de saúde autorizados. Pois...

"PORQUÊ DEZ SEMANAS? A despenalização do aborto nas primeiras dez semanas de gravidez, em condições de saúde acessíveis, reduz o estigma e implica celeridade. O recurso ao aborto depois desse prazo tende a diminuir radicalmente. Os defensores do Não perguntam: «e depois das 10 semanas?». A resposta é: com o aborto clandestino, não há prazos. A actual lei favorece o aborto tardio, que põe em perigo a vida da mulher. Os defensores do Não são indiferentes ao momento da interrupção da gravidez, apenas se empenham na perseguição e no julgamento das mulheres. O Bloco defendeu que o prazo deveria ter sido de 12 semanas, mas não foi esse o entendimento da maioria do parlamento."

Reduz o estigma!! Sim, claro, afinal admitem que não é por abortar que a mulher vai deixar de ter problemas sociais e emocionais. Eles são apenas reduzidos. Será mesmo assim? E a ética ou o desenvolvimento do feto entram onde? Em lado nenhum?

"O RECURSO AO ABORTO VAI AUMENTAR? Nunca foi por ser ilegal que o aborto deixou de ser praticado. Ao dizer que a despenalização aumenta o recurso ao aborto, os defensores do Não brincam com números. Não há estatísticas fiáveis sobre a realidade actual porque o aborto é ...clandestino. Quando vão para o hospital com complicações, as mulheres raramente as atribuem ao aborto clandestino. Com a despenalização, o fenómeno passará a ser estudado e conhecido com rigor. O número de abortos diminuirá porque aumenta a informação das pessoas e a sua protecção."

Alto, alto, alto!!! Pára tudo! Então eles andam por aí a falar dos milhões de abortos ilegais por ano e de milhares de mulheres mortas e afinal agora os números não têm credibilidade? O número de abortos vai diminuir porque vai aumentar a informação? Acha mesmo que ainda haja alguém que acredite que os meninos nascem dentro das couves ou são trazidos de Paris pelas cegonhas?

"NÃO SE PODE DESPENALIZAR SEM GASTAR DINHEIRO NA IVG EM HOSPITAIS PÚBLICOS? É no Serviço Nacional de Saúde que todas as mulheres que decidirem abortar, sobretudo as mais desfavorecidas, podem ter o atendimento adequado. O que evita a gravidez indesejada é informação, planeamento familiar, acesso à contracepção. Essas também são responsabilidades do Sistema Nacional de Saúde. Do ponto de vista económico, a realização da IVG no âmbito do SNS é uma garantia, evitando as complicações que já hoje criam maiores encargos para este sistema. Se fosse feita no sistema privado, as mulheres mais pobres seriam discriminadas."

Claro, o SNS paga (ou seja, todos nós) ou não estivéssemos nós a falar do Bloco de Esquerda, o partido que acha que o Estado é pai de todos nós. Que complicações são essas que criam mais encargos para o sistema? As mulheres que abortam ilegalmente ou as criancinhas que nascem? Essas malditas criancinhas que nascem e que entopem as urgências com amigdalites, otites e outras coisas acabadas em ites! Essas malvadas gastadoras dos recursos do SNS!

"NÃO SE PODE MANTER A LEI ACTUAL E ACABAR COM OS JULGAMENTOS? Esta é a proposta de quem quer esconder a humilhação dos julgamentos para continuar a humilhar com a ilegalidade. Além de manter os actuais perigos do aborto clandestino, a suspensão dos julgamentos não acabaria com a perseguição das mulheres, que continuariam a ser investigadas pela polícia e cuja vida continuaria exposta em processos judiciais."

Que julgamentos? Ainda não percebi... Foram assim tantos? Onde estive eu estes anos todos para não ver isso? Humilhação das mulheres? Não será maior humilhação oferecer-lhes o aborto como a única solução? Se uma pessoa está à beira do suicídio, o que faz você? Oferece-lhe uma pistola?

"Até 11 de Fevereiro, os defensores do Não tentarão encher o debate de perguntas. Mas são perguntas perdidas. Nas caixas de correio, haverá fotografias ameaçadoras e manipuladas. Mas o país já percebeu que, no boletim de voto, só sobrará uma questão: chegou a hora de acabar com a perseguição e o julgamento de mulheres por aborto? Portugal vai acertar o relógio com o seu tempo. E dizer Sim de vez."

Cá está! A perseguição e os julgamentos outra vez. Sim, sim... E as fotos ameaçadoras e manipuladas. Que mauzinhos que nós somos! Nós e aquelas freirinhas radicais e fundamentalistas que cuidam das crianças das nossas instituições. E vamos acertar o relógio com o nosso tempo? Pois sim... Os outros países a restringirem o aborto cada vez mais e nós a liberalizá-lo. Estaremos no caminho certo?

Contradições?

Tente adivinhar quem escreveu estas palavras:
"Somos contra o aborto como meio anticoncepcional e a favor de todas as medidas que apoiem a natalidade e difundam a educação sexual e reprodutiva."
Até aqui, parece tratar-se de alguém contra o aborto. Têm estas posições e depois rendem-se à liberalização do aborto...
"Somos a favor da despenalização do aborto proposta no Referendo como somos contra a penalização do divórcio ou da infidelidade conjugal, pese embora haja quem acredite que os pecados terão condenação divina."
Mais um dos muitos exemplos que, infelizmente, são muito habituais nos defensores do aborto: associação de situações que todos nós condenámos (penalização do divórcio e da infidelidade) com a Igreja e esta com o aborto. É uma tentativa descarada de vender o "pacote de ideias" como se toda a gente que condene a penalização do divórcio e que não concorde com as posições da Igreja tivesse que ser a favor do aborto.
"Somos favoráveis a uma mudança da lei que contribua para a diminuição dos abortos clandestinos e que permita que uma mulher, dentro de certos limites, não se torne mãe contra a sua própria vontade."
Que limites são esses? Convém esclarecer. Para que a mulher não se torne mãe contra a sua vontade? Quer isso dizer que ela foi obrigada a engravidar?
Estas palavras foram escritas, curiosamente, pelos Médicos pela Escolha. O próprio nome deste movimento é curioso: médicos pela escolha. Porque razão "médicos" se afinal de contas o movimento conta com muitas figuras que não o são? Porque a intenção é o marketing puro e duro. É fazer acreditar que a classe está com os abortistas quando, na realidade, são muitos os médicos objectores de consciência. E é uma tentativa de passar a ideia que se trata de um problema de saúde pública já que a saúde é um dos temas que mais incomoda os portugueses.
Por falar em saúde pública, na caixa de comentários do blog dos Médicos pela Escolha está um comentário de Rebecca Gomperts, membro da associação Women on Waves, organização que possui um tutorial na sua página que ensina mulheres a praticar um aborto em casa recorrendo a um medicamento, Misoprostol, que, entre outras coisas e além de provocar vários efeitos secundários na mulher, pode causar nascimentos de crianças com paralisia cerebral, problemas pulmonares e cardíacos. A mesma Rebecca Gomperts publicitou o medicamento em directo na televisão na altura em que o barco da associação tentou atracar am Portugal. Como diz o povo com sabedoria "diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és".

Falta de imaginação

Devido à evidente incapacidade de elaborar novos argumentos, o "sim" rebusca o baú das recordações e relembra um episódio com 24 anos. Aguardamos pacientemente que surjam ideias novas do outro lado.

Debater com seriedade

Andar pela rede à procura de artigos sobre o aborto tem destas coisas. Há dias dei de caras com um site mantido por autênticos "terroristas ateus". Perdoem-me a expressão! Pelo menos coloquei-a entre aspas, coisa que eles não fazem quando atacam os "terroristas católicos". Não gostaria de fazer referências à religião pelas mais variadas razões, sejam elas o facto de pretender defender a vida com base na ética ou de evitar fazer "o jogo do adversário". Mas vou abrir uma excepção.

Porque se coloca o problema da intervenção da Igreja no debate?
Analisando o discurso de alguns intervenientes no referido site, podem-se retirar algumas ilações.

1. Nos dias que correm, ser-se católico é uma autêntica prova de coragem. Somos logo rotulados de "fracos que cedem à influência nefasta da Igreja". A essa fraqueza associa-se também a falta de inteligência, a falta de liberdade e o conservadorismo. Nada de mais errado! Os que se dizem ateus ainda não se aperceberam que já vai longe o tempo em que a ignorância do povo ditava que "em terra de cegos que tem um olho é rei". E esses "reis" eram os padres. Isso é uma visão medieval da Igreja. Infelizmente essa tradição prolongou-se desde a época medieval até meados do século XX, é verdade. Mas hoje é diferente e só quem é cego é que não o vê. Se outrora o "rebanho" incluía todas as ovelhas, as que estavam lá por convicção e as que estavam lá por medo, hoje o rebanho inclui apenas as ovelhas que estão convictas daquilo em que acreditam e daquilo que defendem. Aí reside a força de quem acredita e a convicção de que a verdadeira liberdade se alcança quando nos entregamos ao próximo e a Deus.

2. Infelizmente, numa sociedade hedonista, do "aqui e agora" e do prazer imediato, o assumir de algo maior que nós não tem lugar. Quem assume que "Deus é maior que eu" é, como referi, rotulado de "fraco". Os jovens tornam-se vítimas fáceis do hedonismo. E rotulam-se logo de "ateus" porque ninguém gosta de ser visto com pena ou fragilidade. Daí até transformarem a Igreja e tudo o que a representa em alvos de críticas ou de chacota é um pequeno passo. As críticas resumem-se sobretudo a coisas que a Igreja fez há 500 anos. Por vezes fazem-se referências aos casos de pedofilia entre alguns padres. Esquecem-se, no entanto, que a Igreja é actualmente a maior instituição de solidariedade do Planeta. Esquecem-se que os sistemas de saúde ou de ensino que alguns países ruiriam se a Igreja deixasse de realizar o fantástico trabalho que realiza. Não é preciso olhar lá para fora para ver isso. E esquecem-se que a Igreja não tem a idade deles. A igreja tem 2000 anos e, se quer sobreviver, não pode mudar de postura ao sabor da maré ou de uma geração. Se quer sobreviver, as suas posturas terão de ser válidas hoje e daqui a mil anos, para a nossa sociedade e para a sociedade de qualquer outra região do globo.

3. Numa época de "Cristofobia", colar os defensores da vida à religião é uma táctica apetecível. São inúmeras as referências à religião nos blogues pró-aborto. Essas referências são normalmente acompanhadas de termos como "fundamentalismo", "radicais", "manipulação dos fiéis", "marginalização da mulher", "talibanização" (!!!) e outros. Insinua-se até uma certa "teoria da conspiração" que colocaria a Igreja a manipular e a comandar os movimentos pró-vida. Curiosamente, são muito poucas as referências à religião nos blogues pró-vida e uma leitura atenta desses mesmos blogues deita por terra o argumento da motivação religiosa como único argumento contra o aborto.

4. Estranhamente, os abortistas insinuam que a Igreja não se deve intrometer no debate. Porquê? Não tem o direito de opinar? Medo da manipulação? E não será uma tentativa de manipulação qualquer modo de convencer alguém a votar no sim? A Igreja tem o direito de participar. É, no entanto, incompreensível, que os movimentos pró-aborto se vangloriem que algum movimento cristão os apoie e logo em seguida critiquem algum bispo quando este defende a vida.

A dois meses da campanha, a batalha adivinha-se dura. Do lado dos "fundamentalistas ateus" surgirá manipulação e radicalização. É indispensável que os moderados do lado do "não" não cedam à chantagem e mantenham o debate com elevação e dignidade.