terça-feira, janeiro 02, 2007

Falsos argumentos II

No site euvotosim.org afirma-se que o pai não pode ter uma palavra a dizer na decisão sobre o aborto porque, segundo eles, não é possível determinar a paternidade do embrião e, portanto, só a mãe sabe quem é o pai do seu filho.

Esta afirmação escabrosa é desmentida pela própria Clínica dos Arcos:
"La extracción de la sangre para una prueba de otro tipo puede ser un problema cuando se trata de niños pequeños. Sin embargo, la prueba ADN solamente requiere unas gotas de sangre o pasar un estropajo bucal por la boca, lo que permite la prueba de recién nacidos y a niños. Además, desde que el ADN se une en la concepción, se puede ejecutar la prueba, esto indica que la prueba se puede hacer antes de que el niño nazca, por medio de una Biopsia corial o por una Amniocentesis."

17 comentários:

A minha verdade disse...

Se o caro amigo se põe a enumerar os "falsos argumentos" do SIM...vai ter de criar um blog chamado... "Falsos Argumentos"!

: )

fernando alves disse...

Tenho mais alguns preparados. Com um pouco de paciência e pesquisa, muitos dos argumentos deles desmontam-se com facilidade. Pena que haja sempre alguém mais incauto ou com acesso a menos informação e que acredita nestas barbaridades.

Miguel Duarte disse...

Pelo menos investiguem um pouco antes de dizer asneiras, dado que a informação está toda na net.

Os testes que se podem fazer chamam-se "Chorionic villus sampling" e só podem ser feitos a partir da 11ª semana ou mesmo 13ª semana de gravidez, aumentando esses testes o risco de aborto e de malformações.

http://www.babycenter.com/refcap/pregnancy/prenatalhealth/328.html
http://www.thecarlsoncompany.net/dnatests.html

Shyznogud disse...

Ó Fernando, a sua sanha anti-aborto parece que lhe está a toldar o discernimento. Agora, pelo que se entende, o seu cavalo de batalha é o facto da proposta de alteração da lei fazer apenas depender da vontade da mulher a IVG. Para mim espantoso é que um fervoroso adversário do aborto preconize (é o que está implícito no seu texto) a utilização da Amniocentese para provar a paternidade do embrião, sabendo-se, como se sabe, que é uma técnica que tem riscos de aborto associados, para além, claro, de só ser possível num estádio da gravidez avançadito, ou seja, numa altura em que já não se fala de embrião mas de feto. Mesmo a biopsia corial, que pode ser feita mais precocemente, só é possível realizar-se quando já foi ultrapassada a fase embrionária. Decida-se, ou quer ser levado a sério ou não...Escolheu pessimamente a frase que citou do eu voto sim, é o que é. Cientificamente, e já reparei q o Fernando gosta muito de apelar às verdades ciêntificas inabaláveis, a frase citada não tem nenhuma incorrecção

Orlando Braga disse...

No fundo, torna-se um absurdo estar a constatar o óbvio. É como se disséssemos que “epur se muove”, perante alguém que teima em dizer que é o Sol que anda à volta da Terra. Hoje, o ónus do dogma pertence a quem não quer ver que o aborto é um assassinato.

fernando alves disse...

Caro Miguel,
presumo que o seu erro tenha sido procurar informação em empresas que realizam testes desse tipo. Como é óbvio, as empresas não quererão correr riscos para o embrião e para a mulher na análise da paternidade e optarão por esperar mais umas semanas. Repare até que o prazo varia consoante o laboratório.

A verdade é que o teste é possível já desde as 8 semanas. Não sei se sabe, mas outro dos cavalos de batalha do "não" é lutar contra a hipóteses de se poder escolher o sexo da criança porque já existem laboratórios que o determinam à oitava semana. Ora, o fundamento é o mesmo: uma análise do ADN, que tanto serve para analisar a paternidade como para verificar se o embrião possui 2 cromossomas X ou um X e um Y. As amostras são retiradas das vilosidades coriónicas.

É óbvio que eu não estou a insinuar que se deva realizar este teste porque ele pode ser perigoso. Eu acredito na palavra da mulher. Pode chamar-me ingénuo, mas isso advém do respeito que eu tenho por elas. Não ando por aí a dizer que é a liberdade delas mas depois insinuo que elas são mentirosas e irresponsáveis.

Quanto à Shyznogud,
não, o meu problema não é serem elas a decidir mas o seu problema parece ser o facto de homens terem alguma coisa a dizer. Não queira abrir a caixa de Pandora porque, a partir daí, muitos homens pensarão: "se não posso dizer algo na altura de fazer o aborto, também não assumirei as responsabilidade se a criança nascer".

Anónimo disse...

E se a mulher quiser interromper a gravidez antes das 8 semanas?

fernando alves disse...

Repare, caro luis v, a sua questão é uma redundância:

o "sim" usou esse argumento como prova que o homem não poderia dar a sua opinião porque a mulher poderia mentir sobre a paternidade do seu filho. Ora, havendo a hipótese de descobrir quem é o pai, se a mulher abortar antes desse prazo estaria novamente a negar-se esse direito ao suposto pai. No fundo, a sua questão remete mais uma vez para o tema da supremacia da vontade da mulher sobre a vida do feto.

Anónimo disse...

Neste caso seria a supremacia da vontade da mulher sobre a do homem já que se ela quiser abortar antes das 8 semanas está a negar ao homem o direito de saber que é pai.

Mas até acrescentaria que o estaria a negar a todos os homens com quem teve relações sexuais que pudessem resultar numa gravidez, porque antes de se saber quem é realmente o pai são todos candidatos.

Seja como for, para mim o homem tem no máximo um papel consultivo.

fernando alves disse...

Pelo menos pondera um papel consultivo do homem. Já é qualquer coisa.
No entanto, repare: numa época em que as mulheres exigem aos homens iguais direitos, fará sentido negar ao homem o direito a viver em pleno a paternidade?
E não estaremos a abrir um grave precedente? Não correremos o risco de ver homens que se negam a assistir os seus filhos se estes nascerem porque lhes é negado o direito a decidir se eles nascem ou não?

Anónimo disse...

É uma questão prática. O homem não pode ter controle sobre o corpo da mulher quer para a obrigar a ter o filho quer para a obrigar a abortar. Se dessemos ao homem o direito a poder obrigar a mulher a ter o filho como justificaria negar-lhe o direito de obrigá-la a abortar?

E também podemos ver a questão do ponto de vista do equilibrio entre direitos e deveres. O homem não tem os mesmos deveres na gravidez por isso não pode ter os mesmos direitos.

Quanto à sua última questão ainda acrescentaria que as situações não são directamente comparáveis porque a IVG é um caso de excepção à regra que é o nascimento do bebé. Mas este é um argumento paralelo. A nossa preocupação deve estar voltada antes de mais para os direitos reprodutivos das mulheres.

fernando alves disse...

Acabamos sempre por cair no tema do "corpo da mulher". Compreendo o seu argumento mas eu entendo que o corpo da mulher não é o único corpo que está em causa neste problema. Ninguém se lembra do corpo do embrião.

Os direitos reprodutivos das mulheres devem ser considerados mas não se esqueça que os direitos acarretam sempre os deveres. Não existe uma coisa sem a outra. E é óbvio que esses deveres incluem os do homem, claro.

Anónimo disse...

Mas essa é outra discussão. Aqui só falavamos da relação homem-mulher.

R disse...

o que diz esse texto é que o teste de adn se pode fazer antes do nascimento, repare bem, não refere que isso pode ser feito antes das 10 semanas! até às 10 semanas o feto está demasiado sensível, e uma biópsia poderia ser-lhe fatal e como tal provocar um aborto, que pressuponho é o que você não quer...

com este argumento também não me engana...

fernando alves disse...

Não fale do que não sabe. Os testes de ADN são feitos às vilosidades coriónicas e não ao feto.

Anónimo disse...

foi você próprio que disse que o teste poderia trazer consequências
negativas para o feto! está a contradizer-se... de novo...

fernando alves disse...

Homem, já estou farto dos seus comentários e digo-lhe porquê: demonstram uma ignorância extrema sobre o assunto.

As vilosidades coriónicas não fazem parte do feto propriamente dito mas têm o mesmo DNA que o feto. É claro que há uma probabilidade mínima de poder magoar o feto, mas é irrisória. Percebeu agora?