segunda-feira, janeiro 08, 2007

Aí estão eles!

Uma daquelas manifestações que nunca se esquecem é a de alguns jovens à porta dos tribunais, onde decorriam os julgamentos das mulheres que abortaram, gritando o slogan "na minha barriga mando eu!". Embora afirmando-se contra a humilhação das mulheres que abortaram, estes jovens nunca chegaram a compreender que a maior humilhação dessas mulheres foi ter aquele circo montado todos os dias à porta do tribunal. Mas isso é outro assunto...

Quando se pensava que já tínhamos ultrapassado a fase do dito slogan, eis que eles renascem. Pode ser contemplado no Não te Prives e no Cacaoccino (este, curiosamente, com uma hiperligação para o site dos Jovens pelo Sim).

14 comentários:

Anónimo disse...

Bons dias. Gostaria que divulgasse o meu blog anti-aborto, precisamente porque lutamos pela vida...

Se assim puder ser, o link é:

http://abortarotanas.blogspot.com

Obrigado. Um abraço pela vida...

Anónimo disse...

"aborta o tanas"???

Mas não sabe que a IVG acontece com ou sem despenalização?

fernando alves disse...

Só um esclarecimento:
aprovei o comentário que refere o blog mesmo não concordando com a publicidade a imagens desse tipo.
No entanto, toda a gente tem direito a defender uma causa como bem entender e, dito com sinceridade, muito provavelmente haveria muita gente que se recusaria a votar "sim" se visse essas imagens.

No meu blog, elas não serão mostradas, mas não me choca que outros as mostrem até porque representam a realidade nua e crua do aborto.

Quanto ao luis,
se o aborto existirá com ou sem despenalização, porque não lutar para que ele não tenha razões para existir? Prefere camuflar o problema ao abrigo da legalidade? Legal ou ilegal, o aborto é uma aberração para as crianças e um enorme trauma para as mulheres.

Anónimo disse...

Mas concorda ou não com o que eu disse?


Lutar para que a IVG diminua pode sempre ser feito mas não implica que não se resolva o problema das mulheres com a despenalização. Este é um dos grandes falsos argumentos do "não" e o Fernando que tem procurado apanhar os falsos argumentos do "sim" acaba por cair nele.
Esse argumento baseia-se numa possibilidade que não é realista porque não há expectativas das condições melhorarem significativamente.


Reparo que o Fernando chamou crianças ao zigoto, ao embrião e ao feto. Depois de uma intervenção muito positiva a demarcar-se da violência visual do abortar o tanas acaba por ir na onda da propaganda choque.

O equivalente seria um defensor do sim falar "daquelas coisas na barriga da mulher". Imagina o que aconteceria se alguém dissesse isso? Caía o carmo e a trindade na oposição.

fernando alves disse...

Substitua "é uma aberração para as as crianças" "é uma aberração para a vida humana".

Acredito que, se o Estado investisse os tais 20 milhões que está disposto a gastar com o aborto em apoio à mulher, a necessidade de recorrer ao aborto iria diminuir drasticamente. Não nego que o aborto clandestino continuasse a existir, assim como o Luis não me pode garantir que ele acabe com a despenalização. A despenalização não é uma solução mágica. Não pense que o melhor que pode fazer pelas mulheres é colocar uma cruzinha no sim.

Desde 1998, surgiram inúmeras associações de apoio à maternidade e às crianças maioritariamente formadas por elementos pró-vida. Os pró-aborto entretiam-se à porta dos tribunais a gritar "na minha barriga mando eu".

Apesar de compreender a sua argumentação, rejeito a despenalização sobretudo porque não penso que existam soluções fáceis ou miraculosas para os problemas desta vida.

sara cacao disse...

No próximo dia 11, votarei pelo SIM apesar de ser pelo NÃO, ou seja, com a minha consciência lido eu, não com as dos outros à minha volta.

Quanto ao desenho, o mesmo tem direitos de autor e deve ser assinalado como tal.

Cumprimentos,
Sara Martinho

fernando alves disse...

A origem da imagem (e portanto os direitos de autor) está bem evidente. Aliás, não foi acaso que você veio cá parar, não é?

A opinião da Sara merece um comentário especial porque representa a opinião de uma larga maioria dos apoiantes do "sim", ou seja, é pelo "não" mas vota "sim" porque acha que não que se meter na vida das outras pessoas. O princípio é louvável mas, cara Sara, peca pelo Individualismo e por pensar que o aborto legal é a solução mágica para as mulheres em problemas.

Compreendo que não se queira imiscuir na vida de ninguém mas pense bem, não nos imiscuímos nós, como sociedade, na vida dos outros? No fundo, não é para isso que existem regras: para controlar certos comportamentos? Quanto mais não seja, deveria imiscuir-se na vida dessas pessoas porque a decisão delas irá afectar a vida de quem elas carregam no ventre, e essa vida não tem ninguém que a defenda.

Anónimo disse...

No fundo, Fernando, vi cá dar por mero acaso. Infelizmente, tenho pouco tempo para blogar tudo o que gostaria. Contudo, já aqui tinha estado e só ontem comentei...

Creio que voltei porque me chamou a atenção o facto de não publicar imagens chocantes.

Tenho amigos que votarão pelo não outros pelo sim, aliás como toda a gente, e gosto de dar espaço a outros argumentos por muito que me distancie deles.

É óbvio que em assuntos de despenalização pensamos o contrário, mas não invalide que queira ler o que tem a dizer sobre o assunto.

Cumps,
Sara Martinho

fernando alves disse...

Sara,
seja sempre bem vinda e esteja à vontade para comentar sempre que assim o entender.

Efectivamente, não concordo com a utilização das imagens de fetos abortados, se bem que, como já referi algures, eles representam a verdade nua e crua do aborto. Mas repito que não os usarei porque pretendo que o blog continue um espaço moderado de debate.

Eu próprio sou um visitante assíduo de blogs defensores do sim, incluindo o seu.

Anónimo disse...

mas vc acha que os que votam sim não são pela vida?obviamente que somos pela vida, mas mesmo por isso votamos sim, pela saúde pública e pelas mulheres, na sua maioria de poucas capacidades monetarias, arriscam-se a fazer abortos em clinicas clandestinas e depois acarretam com graves problemas de saúde.quanto aos mais ricos, esses podem muito bem financiar uma clinica no estrangeiro e continuar a votar não, pela vida, não será isto hipocrita?é quase como ser contra a legalização da prostituição, se esta fosse legalizada diminuia-se drasticamente a sida no país.mas não, quem vota não, vota pela vida n é?porque nos somos assassinos...

fernando alves disse...

Cara maggie,

1. Considera que o feto com menos de 10 semanas é vida humana? Se considera e mesmo assim vai vota sim, então você é contra a vida. Se não considera, aconselho-a a ler os meus últimos posts sobre as várias teorias acerca da definição da início da vida.

2. Um aborto ilegal em Portugal custa em média 1000 euros. Um aborto legal em Espanha fica por menos de 400 euros. Agora não seja hipócrita e explique-me porque razão afirma que as mulheres mais ricas vão a Espanha se lá o aborto é muito mais barato do que em Portugal.

Maggie86 disse...

aconselho-o a ir ver a definiçao de vida da wikipédia...
http://loucura-de-devaneio.blogspot.com, veja o meu blog e veja o que penso em relaçao as campanhas em geral.

Maggie86 disse...

porque la teem clinicas seguras para tal e devia-se era preocupar com as crianças que estão vivas mas são mal tratadas, isso sim seria uma campanha pela vida...

fernando alves disse...

Maggie,
sou formado em Biologia e li muitos livros e muitas teorias acerca do início da vida. Não preciso de ir à wikipedia para saber isso, mas mesmo assim muito obrigado pela sugestão.

Não sei se se confundiu, mas disse-me para ir ver a definição de vida e não a definição do início da vida. Na definição de vida são levados em conta 7 factores, e o feto possui todos menos 1, que é o da fecundação, mas esse nem uma criança de 8 anos o possui. Será que essa criança não é vida?

Escapou com ligeireza da questão das mulheres ricas irem abortar a Espanha. Só disse que lá havia melhores condições, mas não assumiu que afinal não é assunto de "pobres contra ricas" porque, como já viu, é muito mais barato abortar em Espanha.

Quanto às crianças maltratadas, acha que a solução é abortá-las? Como é que você vai saber se eles serão felizes ou não, maltratadas ou bem tratadas? E não acha que o melhor seria apoiar as instituições que apoiam e acolhem essas crianças. Aliás, repare: essas associações são dinamizadas há muito tempo pelos adeptos do não e estão a favor da vida neste referendo.