Decerto já alguma vez ouviu dizer que “as mulheres ficam mais bonitas quando estão grávidas”. A sabedoria popular tem destas coisas: por vezes chega a conclusões absurdas, outras, porém, revela uma experiência de vida inigualável.
Onde está a beleza desta afirmação da sabedoria popular? É que, na realidade, é um facto científico que as mulheres ficam efectivamente mais “bonitas” durante a gestação. O seu corpo produz mais gordura, mais secreções e mais hormonas. Além de servirem para preparar o corpo para a gestação, tornam a pele mais macia e brilhante, o cabelo mais sedoso e influenciam muitos outros aspectos físicos. Porque razão acontece isto? Tudo começou com o comportamento dos nossos antepassados e a selecção natural, ao longo de milhares de anos, fez o resto. Noutras épocas, quando ainda vivíamos em grutas, a mulher precisava de garantir que o seu parceiro se mantivesse ao seu lado, a protegesse e a alimentasse, a ela e ao seu futuro filho. “Seduzir” o parceiro tornou-se um imperativo. A Natureza tem aspectos impressionantes. Hoje em dia, apesar de já não se justificar essa “sedução”, ela continua a existir inconscientemente.
Estamos habituados a pensar no tempo apenas à nossa medida. Para nós, 70 ou 80 anos poderá ser muito tempo. Para a Terra, são uma insignificância. A Terra tem 4500 milhões de anos; a vida, um pouco menos do que isso. Em milhões de anos, a Natureza tornou-se numa verdadeira entidade. É como se pensasse, como se reflectisse os seus erros e, com o tempo, tornou-se numa “entidade” perfeita. São milhões de espécies que, até surgir o Homem, viviam em perfeito equilíbrio conseguido devido a milhões de anos de evolução.
E então apareceu o Homem e o maior fenómeno de adaptação ao ambiente que a Terra já viu: a inteligência. O Homem é diferente de tudo o que o rodeia, da “entidade” Natureza que o acolhe. O Homem mata, destrói, consome sem razão, suicida-se. O Homem contraria todo o equilíbrio que a Natureza conseguiu nestes milhões de anos. O Homem é capaz de aniquilar os da sua própria espécie.
Porque razão deveríamos defender a vida humana até às 10 semanas? Bastariam as razões fundamentadas na razão ou na fé. No entanto, também deveríamos defender a vida humana até às 10 semanas porque, num mundo em equilíbrio, defender a própria espécie é essencial para a nossa sobrevivência e, defender os seus semelhantes, está nos genes do Homem. Contrariar esse nosso desígnio resultante de milhões de anos de evolução é algo contra-natura. Contrariar a sabedoria da “entidade” Natureza, adquirida durante milhões de anos, é suicida.
3 comentários:
"água mole em pedra dura tanto bate ate que fura!"
não foi em 1998, vai ser agora!
é sabedoria popular, amigo!
Isso é o que veremos. O não tem muito mais força do que imagina.
parece que afinal eu sempre tinha razão... portugal vai avançando devagar, mas avança! ;)
já agora... achei que o seu blog até tinha alguns posts bastante interessantes, só é pena em alguns haver algumas confusões e contradições...
peço desculpa por ter sido agressivo, reparei que não era por causa da temática, mas por causa de outras coisas relacionadas com ela...
e sobre a igreja... eu não me identifico com as posições da igreja, e sou ateu, mas uma coisa não implica a outra! eu não vou mudar as minhas opiniões só para ser contrário à igreja! é lamentável que certas pessoas achem que tem de ser assim, como aquele teu que você cita no blog...
mas de qualquer maneira dou-lhe os parabéns pelo blog, porque apesar de não concordar com a sua posição, devo dizer que apresenta uma perspectiva bem construída, e alguns argumentos bem mais consistentes do que aqueles utilizados pela campanha do "não"...
agora tente ver os aspectos positivos da mudança, e faça aquilo que os defensores do "não" se propuseram a fazer: verificar como vai ser aplicada a lei daqui em diante... coisa que todos devíamos fazer.
e mesmo o apoio que é dado às mães, deve partir de todos, e não é dependente da penalizaçao ou despenalização da IVG...
espero que este país se desenvolva cada vez mais, de maneira a que nenhuma mulher tenha de recorrer a um aborto, mas caso o queira fazer, o possa fazer em condições e sem ser julgada...
um abraço! ;)
Enviar um comentário