quarta-feira, junho 14, 2017

Para seguir com atenção (para quem entende russo)

Há um novo projecto que me agrada e que me tem fascinado.

Escrito com paixão e por paixão. Versa sobre a cultura e a história desse grandioso país que é a Rússia. Mas não só... dicas de viagem, moda e culinária. Há de tudo no cozyzone.ru.

Vale a pena visitar!

terça-feira, fevereiro 03, 2015

teste

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hkkhky

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Novo ciclo

A partir de agora, podem encontrar-me em http://instintoanimal2.blogspot.com/

Brevemente adicionarei os links dos amigos que por aqui fui fazendo. Um grande abraço e até sempre.

O SIM ganhou

Não vou dar aqui os parabéns a ninguém porque acho que quem defende a legalização da morte de inocentes não deve receber louvores de ninguém.

Os votantes do SIM, que foram apenas 20% da população portuguesa decidiram que estava na altura de "sermos modernos", ou seja, fúteis e consumistas, adoradores do imediato, do aqui e agora. Foram votar e pensaram "ajudei a resolver o problema, já estou descansado". Não se preocupem, porque os votantes do NÃO continuarão na sombra, a trabalhar nas associações de apoio a crianças e a grávidas de risco, revoltados com o resultado do referendo mas trabalhando em prol do amor ao próximo porque, simplesmente, para nós o problema é o aborto, seja ele legal ou ilegal.

O resultado não foi vinculativo. Mas duvido que haja outro referendo daqui a 8 anos. A esquerdalha conseguiu, mais uma vez, impor a sua vontade vencendo o povo pelo cansaço.

Hoje é um dos dias mais tristes da história do nosso país. Mas só daqui a umas dezenas de anos é que alguns se irão aperceber disso.

Este blogue roubou-me muito tempo durante estes quase 3 meses. Causou-me inclusive problemas pessoais. Mas valeu a pena. Agradeço a todos que por aqui passaram (6 mil visitantes únicos, 11 mil exibições de página), a todos os que comentaram e a todos que o linkaram. Aos meus companheiros de luta: até sempre!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Últimas reflexões

Aproxima-se rapidamente o dia do referendo. Os argumentos já foram todos discutidos e dissecados. Neste ponto, resta fazer uma reflexão e decidir o sentido de voto. Se está indeciso, pense nisto:

1. Acredita que um feto com 10 semanas não é vida humana?
2. Acredita que só a formação do sistema nervoso define o que é vida humana?
3. Se acredita que é vida humana, acredita que deve ser protegida?
4. Tem a certeza que o aborto não vai aumentar?
5. Tem a certeza que o aborto clandestino vai acabar?
6. Tem a certeza que as mulheres não cairão na tentação de recorrer ao aborto ilegal para que ninguém saiba que elas o fizeram?
7. Acredita que o sistema de saúde dará uma resposta eficiente aos pedidos de aborto sem prejudicar outros doentes?
8. Não fica chocado com o encerramento de urgências e maternidades por falta de verbas enquanto o estado disponibiliza mais de 20 milhões de euros por ano para realizar abortos?
9. Acha que as clínicas privadas possuirão psicólogos que indicarão alternativas ao aborto às mulheres que o pretenderem fazer?
10. Acredita que uma mulher possa abortar sem sequer pedir a opinião do parceiro?
11. Acredita que o direito ao aborto dignifica a mulher?
12. Acredita que ninguém realizará um aborto por leviandade?
13. Acha mesmo que a maioria das gravidezes indesejadas surge por falha dos contraceptivos ou não será que é por desleixo ou falta de informação do casal?
14. É da opinião que as crianças só serão felizes se forem desejadas e que o direito à felicidade é superior ao direito à vida?
15. Acha que agora que o acesso à pílula do dia seguinte se generalizou e portanto o número de abortos deverá estar em decrescendo, se justifica a sua liberalização?
16. Acha que um mal se combatem com a sua despenalização?
17. Pensa mesmo que só seremos evoluídos se deixarmos de defender os mais fracos da nossa sociedade?
18. Vai votar por convicção ou vai votar por protesto contra a Igreja?
19. Vai votar por convicção ou vai votar por protesto contra os ricos que abortam no estrangeiro?
20. Vai votar por convicção ou porque o seu partido lhe indicou o seu sentido de voto?
21. Se colocar uma cruz no quadrado do sim acha que o problema do aborto desaparece milagrosamente no dia a seguir?
22. Acha que vale mais a pena desistir da luta ou, pelo contrário, nunca abdicar dos nossos princípios?
23. Acha que está a impor uma moral a alguém ou a proteger uma vida ameaçada?


Até Domingo, dia 11, pense bem e decida.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Pós-referendo

QUESTÕES PARA UM TEMPO PÓS-REFERENDO

“O poder do homem para fazer de si mesmo o que lhe apetece, significa o poder de alguns homens fazerem aos outros o que lhes apetece.”

C.S. Lewis, A Abolição do Homem (1943)

A actual campanha para o referendo não esclareceu ou deixou em suspenso para após 11/2 algumas questões importantes, relativamente às quais parece útil ponderar, já sobre o que se ignora, já sobre o que se sabe ou conjectura plausível.

1. O que se ignora.

1.1 Até à data, não houve por parte de qualquer responsável político do Partido Socialista nenhum compromisso público, se o “sim” ganhar”, quanto ao que tencionam fazer com o seu projecto de lei 19/X, que foi aprovado em Abril de 2005 e está suspenso do resultado do referendo. Em particular, não houve nenhum compromisso sobre a manutenção ou a exclusão, nesse projecto de lei, da alínea que despenaliza o aborto ATÉ ÀS 16 SEMANAS, “por razões de natureza económica ou social”.

1.2 Ignora-se também se, sobre o mesmo assunto, irá ou não por diante a iniciativa de alguns deputados daquele Partido, que, em Julho desse ano, entregaram na Assembleia uma proposta de alteração do citado projecto de lei, em sede de discussão na especialidade (que não se chegou a realizar). As alterações incidiam: na eliminação do caso da 16 semanas; na eliminação, quanto às 10 semanas, da consulta nos “centros de aconselhamento familiar”, cuja criação, funcionamento e competências o mesmo diploma instituía no âmbito da rede pública de saúde, um em cada distrito.

1.3 Não se sabe, e provavelmente nunca se saberá, quais os fundamentos, médicos ou outros, que levaram à fixação da despenalização nas 10 semanas, a simples ”pedido” (o projecto de lei fala em “pedido”, não em “opção”…); ou das 16, pelas citadas “razões de natureza económica ou social”.

1.4 Ignora-se a real dimensão quantitativa do abortamento, quer legal, quer clandestino no nosso país, ou feito a portuguesas no estrangeiro.

1.5 A opinião pública ignora o destino dado ou a dar aos fetos abortados, e sobre a eventual utilização destes como matéria-prima industrial ou para experimentação biotecnológica.


2. Sabe-se ou conjectura-se plausível o seguinte.

2.1 Sabe-se que a realização de um estudo científico credível sobre as dimensões do abortamento legal e clandestino no nosso país foi aprovado já em 2002 pela Assembleia da República, e até à data nunca foi feito; e que os números disponíveis, de várias entidades oficiais, são muito díspares entre si. Isto é: fazem-se leis e referendos sobre uma realidade que se ignora ( e costuma ser grandemente exagerada antes da legalização, como se tem visto noutros países).

2.2 Sabe-se que nos países da União Europeia, apenas a Eslovénia tem o prazo de 10 semanas, “a pedido”. Todos os mais em que existe esta modalidade têm prazos variáveis entre as 12 e as 18 semanas (ou virtualmente além deste limite, em Espanha e no Reino Unido).

2.2.1 Em consequência, é verosímil conjecturar que, se aprovado entre nós o “sim” às 10 semanas, este prazo virá a ser alterado em próxima oportunidade (sem mais necessidade de referendos), a não ser que se queira cobri-lo com as citadas 16 semanas. E não se travariam as idas a Espanha onde, com um simples atestado de “grave perigo para a saúde psíquica” da mulher, se podem fazer abortamentos sem limite de prazo, facilmente em clínica privadas (onde se realizaram 97% dos 91.664 legais, em 2005).

2.3 Sabe-se que, pós-legalização, a taxa de abortamentos por 1000 mulheres em idade fértil, na UE e noutros países do chamado “1º mundo”, tem aumentado a ponto de alguns governos começarem a avançar com medidas de restrição e prevenção, ou de apoio à natalidade.

2.3.1 O caso alemão é sugestivo, uma vez que o modelo dos “centros de aconselhamento”, previstos no sobredito projecto de lei, inspira-se nele. Pois apesar de na letra da legislação alemã tais centros estarem explicitamente orientados para a salvaguarda da protecção da vida intra-uterina, a prática tem registado um incessante aumento das taxas de abortamento (até 21% nas jovens dos 15-20 anos, entre 1995-2000). O governo federal veio agora oferecer, a partir de Janeiro deste ano, 25 000 euros por cada criança nascida. Ora, em Portugal, a taxa de natalidade baixou para metade, nos últimos 40 anos. É verosímil conjecturar que nos viremos a confrontar com problemas semelhantes.

2.3.2 Sabe-se, por isso, que a despenalização não diminui o “mal” que os abortistas dizem que é o aborto, antes pelo contrário. E existem indicadores que tornam plausível a conjectura de que a tolerância legal do aborto “a pedido” contribui directamente para difundir a mentalidade que o encara como mais uma – e a mais eficaz – medida contraceptiva e de “planeamento familiar”.

2.4 Sabe-se que, em países com legislação semelhante à que se pretende aprovar aqui, 62% dos abortamentos são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros anuais; e só 6% por mulheres com rendimentos inferiores a 7000 euros/ano. Considerando que, por outro lado, as mais ricas são também as mais informadas e utilizadoras de contraceptivos mais eficazes, a conclusão impõe-se: estamos longe da almejada igualdade de “direitos” e de acessibilidade.

2.4.1 Em consequência, é plausível conjecturar que, no que respeita às ricas, o abortamento continuará a ser facilitado, cá ou em Espanha. E no que respeita às pobres, continuarão a procurar o clandestino, mais acessível, que sempre garante maior sigilo e que dispensa as tais consultas nos previstos “centros de aconselhamento” distritais.

2.5 Por fim, sabe-se uma coisa, - que é entre todas a que com mais certeza se sabe. Fazer um aborto implica matar a vida de um (ou mais, se há gémeos) novo ser humano, que não tem culpa nenhuma dos incómodos e problemas dos que o geraram.

2.5.1 Sabe-se que num Estado de Direito, digno deste nome, todo o ordenamento jurídico está assente e deve subordinar-se ao princípio absoluto de proteger os mais fracos da violência dos mais fortes.

2.5.2 O abortamento “a pedido” ou “por opção”, sem outras razões na lei, equivale à permissão legal de uma violência da pior espécie: a que agride e mata um ser humano sem culpa nenhuma e totalmente indefeso.

2.5.3 Em consequência, um Estado que promova e aprove uma tal lei põe termo a si próprio como Estado de Direito, e coloca-se em face do cidadão comum como um Estado Fora da Justiça, que só pode gerar desconfiança e medo.

2.5.4 É verosímil conjecturar que, se estas desgraçadas condições se verificarem, a qualidade cívica da vida social portuguesa, após 11 de Fevereiro, se irá degradar ainda mais no sentido da desumanidade e da insensibilidade moral que já vimos sentido na nossa vida quotidiana de relação, uns com os outros.

Não esqueçamos a citação posta em epígrafe deste texto.

Texto de Pedro Isidoro

terça-feira, fevereiro 06, 2007

E mais uma pergunta

As clínicas de aborto, que vivem à custa deles, irão ter psicólogos que aconselharão e indicarão alternativas ao aborto às mulheres que quiserem abortar?

Outra pergunta

Se o "não" vencer, o governo vai disponibilizar os tais 20 milhões de euros que iria gastar em abortos para ajudar as instituições de apoio às grávidas de risco?

Uma pergunta

É impressão minha, ou os apoiantes do "sim" pensam que o problema do aborto se resolve por artes mágicas mal se coloca uma cruz no quadrado do sim?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Uma posição ateísta pelo Não

Um texto excelente e muito lúcido de Ricardo Pinho, no ateísmo.net. Vale a pena ler com atenção.

«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

Não.

Mesmo que me digam que abortar é moderno. Mesmo que me digam que a Igreja é pelo Não, e que como ateu deveria ter a posição contrária. Mesmo que me digam que se se trata de dar mais direitos às mulheres. Porque não acredito em nada disto.

Confesso que ainda considerei abster-me, por ter dúvidas. Nesta questão, os juristas dividem-se. Os médicos dividem-se. Mas são as minhas dúvidas sobre se um humano com nove semanas e seis dias tem menos direito à vida do que um mesmo humano com dez semanas e um dia, que me levam ao voto Não.

Acredito que a liberalização do aborto viola os direitos humanos fundamentais: É contrária ao texto e ao espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo artigo 3º diz que «Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal». E o artigo 24º da Constituição da República Portuguesa que afirma que - no 1º parágrafo - «A vida humana é inviolável». Ao responder Sim a esta questão prescindimos do direito à vida humana do indivíduo por nascer.

Ao longo da história cometeram-se atrocidades contra a humanidade por não se reconhecer humanidade às suas vítimas. Os hereges foram diabolizados e por isso torturados e queimados até à morte; os povos africanos não eram vistos como mais que animais de trabalho, e por isso escravizados até à morte. Foram os pioneiros do pensamento progressista os primeiros a reconhecerem-lhes humanidade. E agora, com o aborto, o que vemos? Vemos que se vende a ideia de modernidade ligada a uma espécie de pena de morte, a título duma ideia de liberdade sexual antiquada e assente nos ideais de irresponsabilidade dos anos setenta do século passado.

Porque, convenhamos, uma mulher não engravida espontaneamente. Um feto não é um tumor que aparece não se sabe como. Criticamos o Vaticano por afirmar que o preservativo não previne a 100% uma gravidez, e agora vimos sustentar a desresponsabilização do acto sexual pelo facto dos métodos contraceptivos não serem 100% eficazes?

Colocar esta questão como uma «perseguição às mulheres» é uma forma desonesta de transformar uma discussão dos direitos humanos para uma questão que não é só das mulheres. Ao atribuir à mulher - «por opção da mulher», entre vírgulas, como lemos na questão - e só à mulher a decisão, anulam-se os direitos de paternidade dos homens. À luz desta liberalização, não estaríamos apenas a dar direitos às mulheres - estaríamos a retirá-los por completo aos homens, que deixam de poder ficar com filho mesmo que a mãe não o deseje, assim como retiraríamos do conceito de paternidade tudo o resto que não o mero dispensar de espermatozóides.

Seja em que campanha for, seja para defender o que quer que seja, parece ser de consuetudo chamar «hipócrita» aos defensores da posição contrária. Para que este meu humilde texto não destoe da formatação em vigor, permitam-me agora que insinue ser hipócrita a defesa da liberalização do aborto duma vida humana em estágios de complexidade superior ao de animais melhor protegidos por sociedades protectoras desses.

Outros epítetos lançados aos defensores do Não ficarão por responder, por indisponibilidade de fazer desta séria discussão, um exercício de adjectivação agressiva ao estilo de Francisco Louçã agora amplamente imitado por outros movimentos e partidos. Parece-me agressivo contra a vida, isso sim, vir a financiar abortos num país onde as fertilizações in vitro não o são.

Votar Sim não resolve o problema das mulheres que querem abortar às 11 semanas. Votar Sim não resolve o problema da privacidade das mulheres que abortariam, pois segundo o que o Ministro Correia Campos alertou, «o anonimato seria impossível em hospitais públicos». E convidado a calar-se.

Um ministro que é convidado a não dizer nada que não vá contra a posição oficial partidária. Dos catorze movimentos pelo Não para cinco pelo Sim, estabelece-se que o tempo de antena será divido por posições e não por movimentos, como se nas legislativas se dividissem os tempos entre «esquerda» e «direita». Os defensores do Não estão em terreno desfavorável.

Como ateus, sabemos que o ser humano é criação dos humanos. Sejamos então conscientes e responsáveis.

Voto em consciência. Voto sobretudo em nome daqueles que ainda não são conscientes, tendo ou não nascido, porque se tudo correr bem, tê-la-ão.

sábado, fevereiro 03, 2007

Falsos argumentos V

Muitos dos apoiantes do "sim" gritam a plenos pulmões que é preferível abortar um feto do que nascer uma criança que será maltratada. Ora, ninguém garante que essa criança será ou não maltratada. Poderá ser muito feliz.

E para quem acha que nos países onde o aborto foi liberalizado não há crianças maltratadas, ficam aqui 3 exemplos para reflectir:

Holanda:
50.000 a 80.000 crianças maltratadas por ano. 80 crianças mortas por ano.

Espanha:
188.000 menores expostos a vários tipos de violência nas suas casas.

Inglaterra:
80 crianças mortas por ano. 16% de crianças vítimas de abuso sexual. 23% das crianças maltratadas pelos próprios pais.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A ideologia da heresia



Recebi ontem um e-mail do Miguel Montenegro que, em vez de comentar no blogue, preferiu conversar por mail. O Sr. Miguel Montenegro é a favor do "sim". Mas é um daqueles partidários do "sim" que o é e nem sabe bem porquê. É um daqueles que está a ir na conversa anti-Igreja que se instalou na extrema esquerda e nos média. O dito cujo enviou-me também 2 imagens e desafiou-me a enviá-las aos meus amigos. Faço melhor do que isso: coloco-as aqui para toda a gente ver.

Para votar neste referendo é necessário invocar argumentos científicos, humanísticos e civilizacionais. Estes são comuns ao "não" e ao "sim". Algumas facções do "não" invocam também argumentos religiosos. Estão no seu direito. As facções do "sim" respondem com ataques cerrados à Igreja, a padres e a bispos. Porquê? Já o disse tantas vezes que até cansa, mas cá vai mais uma vez: o objectivo é conseguir os votos de protesto contra a Igreja.

O Miguel Montenegro e outros como ele caem num erro muito comum: generalizam. Ouvem um padre de "cascos de rolha" a excomungar toda a gente que vote "sim" e esquecem logo os milhares de padres e freiras que apoiam grávidas, que gerem lares e creches, que ajudam grupos de jovens nas paróquias, que cuidam dos velhinhos nos lares de idosos e dos doentes nos hospitais. E depois, na falta de melhor, vão rebuscar comportamentos da Igreja na Idade Média. Aparecem também com a proibição da masturbação, dos contraceptivos e da condenação dos homossexuais.

As pessoas como o Miguel Montenegro não percebem que a Igreja não obriga ninguém a nada. A Igreja não obriga os seus fiéis a seguir os seus mandamentos. Só os segue quem quer. Não percebem também que a Igreja é uma instituição com 2 mil anos que não se rege por lobbies ou grupos de pressão e que defende princípios universais. Não percebem também que há a Igreja e há os homens da Igreja. E estes, os homens da Igreja, são falíveis e têm pecados como todos nós. Mas a Igreja é a mensagem de Cristo. E se esses senhores estão revoltados com a Igreja, esqueçam os padres, comprem uma Bíblia e leiam-na. Com certeza que mudarão de ideias ao constatar a mensagem de Paz, Amor e de Vida de Cristo.

O ódio não é a solução. Quando odiamos alguém, a única pessoa que sofre somos nós próprios. Por isso, neste referendo, não vote por ódio a algo ou a alguém. Vote por amor ao próximo.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A visão dos espanhóis

Associar o "não" à Igreja é uma enorme tentação por parte dos defensores do "sim". Há sempre algo de anti-clerical em nós e eles querem fazer-nos crer que votar sim é votar contra a Igreja. Já há muito que nós lhe dizíamos isso. Agora é um jornal espanhol a afirmá-lo:

"Otro elemento nuevo es el interés inusual con que la prensa nacional está siguiendo todo lo que digan, escriban o prediquen los obispos y hasta los curas de aldea, cuando lo "normal" es el desinterés. Un interés inusual pero no del todo inesperado. Es patente que se quiere presentar el "no" como algo reducido a la Iglesia católica, y dentro de ella a las voces oficiales, asociándola a citas, contextos y lugares no del todo representativos de su mensaje."

ACEPRENSA

Finalmente percebi

Foi graças à Ka. Descobri que:

O Não defende a Vida.

O Sim defende um estilo de Vida.

Ser moderno

Estava eu no Egipto, metido na minha vidinha e tão longe da realidade nacional, quando de repente se me faz luz para perceber as enormes semelhanças entre os Egípcios e os Portugueses.
Aqui há 10 anos, poucas eram as mulheres Egípcias que usavam véu; hoje elas são a maioria. Os motivos para isso são uns quantos, nomeadamente a onda de contestação que a actividade supostamente anti-terrorista do Iraque está a causar em todo o mundo Islâmico e que tem gerado uma onda de radicalismo naqueles países que eram tradicionalmente mais tolerantes.
Mas o que um amigo Português a viver no Egipto me contou foi que outro dos motivos para isso é que os Egípcios estão a seguir o exemplo dos Árabes e dos outros povos do Golfo. Como estes são países ricos e desenvolvidos, os Egípcios querem ser "modernos" como eles e então ser moderno é tapar as mulheres da cabeça aos pés.
Ora isto faz-me lembrar Portugal. Nós, que até temos a melhor lei do aborto da Europa, uma lei que defende a vida humana mas contempla os casos em que não pode ser exigível às Mães continuarem com a gravidez, agora queremos mudar porque os outros, os ricos, os desenvolvidos, os "modernos" é que sabem. Como com eles pode-se pôr termo à vida humana quase sem limites, há por aí muita gente que acha que a nossa Lei deve ser retrógada.
Ora eu, que sou do 1.º país do mundo a abolir a escravatura e a pena de morte por crimes civis, acho que não temos muitas lições a tirar de países como os EUA, a Inglaterra, a Espanha, etc., no que toca a direitos fundamentais, nomeadamente no que toca ao direito à Vida.

via Blogadissimo

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Aborto e Civilização

O aborto voluntário vai tornar-se uma das grandes questões nas sociedades ocidentais. O regresso do tema à tolerante Holanda é só mais um sintoma. O interesse com que entre nós se vive o sim ou não no referendo é disso bom sinal. Há diversas formas de entrar no debate: desde a inconveniência ou ilicitude do aborto à fé religiosa, para cristãos com força de convicção de uma moral universal. Há outra posição que pretende ter validade universal: a científica, embora também aqui as provas não sejam acessíveis à imensa maioria dos homens e mulheres, que as admite por fé (na ciência).

A minha preferida – na linha de artigo (1983) do filósofo Julián Marias – é outra, acessível a todos e independente de conhecimentos científicos ou teológicos que poucos possuem. É a visão antropológica, fundada na mera realidade do homem tal como se vê, vive e se compreende a si mesmo.

Trata-se da distinção decisiva entre “coisa” e “pessoa”, que se revela no uso da língua. Em todas as línguas há uma distinção essencial: entre “que” e “quem”, “algo” e “alguém”, “nada” e “ninguém”. Se entro numa casa onde não há nenhuma pessoa, direi: “não há ninguém”, mas não me ocorrerá dizer: “não há nada”, porque pode estar cheia de móveis, livros, lustres, quadros.

O que tem isto a ver com o aborto? Muito. Quando se diz que o feto é “parte” do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está “alojado” nela, melhor, implantado nela (nela e não meramente no seu corpo). Uma mulher dirá: “estou grávida”, nunca “o meu corpo está grávido”. Uma mulher diz: “vou ter um filho”; não diz: “tenho um tumor”.

A pergunta a referendar, ao usar, em vez de aborto provocado, “interrupção voluntária da gravidez”, não só abusa da hipocrisia como se esconde sob a capa de despenalização. Os advogados do sim não gostam da comparação, mas com isto os partidários da pena de morte vêem as dificuldades resolvidas. Podem passar a chamar à tal pena – por forca ou garrote – “interrupção da respiração” (e também são só uns minutos).

Há ainda as 10 semanas, como se para a criança fizesse diferença em que lugar do caminho se encontra ou a que distância, em semanas ou meses, da sua etapa da vida que se chama nascimento será surpreendida pela morte.

O mais estranho é que para os progressistas o aborto é visto como sinal de progresso, enquanto a pena de morte é de atraso. Dantes denunciavam a “mulher objecto”, agora querem legitimar a criança-objecto, a criança-tumor, que se pode extirpar, em nome do “direito de dispor do próprio corpo”.

O direito (com bons propósitos) serve para nos impedir de entender “o que é aborto”. Por isso se mascara a sua realidade com fins convenientes ou pelo menos aceitáveis: o controle populacional, o bem-estar dos pais, a situação da mãe solteira, as dificuldades económicas, a conveniência de dispor de tempo livre, a melhoria da raça.

A tudo isto acrescem as tentativas de abolir as relações de maternidade e paternidade, reduzindo-as a mera função biológica sem duração para além do acto de geração, sem nenhuma significação pessoal entre o “eu”, o “tu” e o “ele(a)” implicados.

Felizmente, ao pôr-se a nu a grave dimensão da aceitação social do aborto, facilita-se o regresso de temas que os “progressistas” julgavam de direita e, por isso, ultrapassados: a família e a natalidade.

Não devemos estranhar que os mesmos que sempre se equivocaram sobre tudo, desde a natureza do regime soviético a Cuba, passando pelo fim do trabalho e as nacionalizações, se encontrem agora, de novo, unidos no “sim” ao aborto (e no “não” ao sofrimento dos animais). E, ontem como hoje, acompanhados de idiotas úteis. Alguns, pelos vistos, “liberais”, que desconhecem que a noção de liberdade para o liberalismo clássico é oposta à de “direito a ou de”. Para T. Jefferson os seres humanos são independentes, mas não da moral; se a desafiamos, não somos livres mas escravos, primeiro das nossas paixões e depois possivelmente da tirania política. Que tipo de governo democrático poderá controlar homens que não podem controlar as suas próprias paixões? Situação que piorará com a ilusão do Estado contraceptivo
e a liberalização das oportunidades para a irresponsabilidade.
____

José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin Society

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/733650.html

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Contraceptivos

Torna-se cansativo ouvir os defensores do "sim" a falar das falhas dos métodos contraceptivos. É claro que eles falham, toda a gente sabe disso. É precisamente por toda a gente saber disso que esse deixa de ser um argumento válido.

Imagine que vai a uma ervanária e pede um creme para a celulite. A proprietária da ervanária diz-lhe "tenho aqui um creme óptimo que funciona em 99% dos casos, mas tenha cuidado porque existe uma pequena percentagem de provocar alergia". Você pensa "vale a pena correr o risco" e vai para casa experimentar. Azar dos azares, provocou a alergia. Quem assume a responsabilidade pela alergia? A proprietária da ervanária, a empresa que fabricou o creme, ou você, que sabia que poderia provocar alergia mas mesmo assim correu o risco?

O mesmo se passa com os métodos contraceptivos. Se nós sabemos que há riscos e mesmo assim os usamos, teremos então de assumir as consequências desses riscos. É claro que neste caso não é uma alergia. É um filho. Mas sabe: a alergia é uma doença. Um filho é uma benção.

Se mesmo assim este argumento não lhe serve pense o seguinte:
1. Se não confia totalmente na pílula ou no DIU use também o preservativo. As probabilidades de engravidar passam a ser de 1/10000.
2. Se está a tomar antibióticos juntamente com a pílula, use o preservativo.
3. Se o preservativo rompeu tome a pílula do dia seguinte.
4. Se o seu parceiro se nega a usar preservativo ou não o pode fazer, use um diafragma ou um preservativo feminino.

Acima de tudo, você é uma pessoa consciente dos seus actos e dos riscos que corre e, portanto, deve assumir as consequências desses riscos. Não existe liberdade de escolha sem existir responsabilidade pelos nossos actos. Não temos apenas direitos. também temos deveres.

As motivações do Não

O meu caro amigo rcom, habitual comentador deste blogue, deixa-me tantos comentários que me perco ao responder-lhe, por isso, faço-o de uma assentada e serve também para esclarecer outros potenciais visitantes com dúvidas acerca da posição dos defensores do não.

1. Não existe nenhuma mulher presa por abortar até às 10 semanas. Existiram alguns julgamentos, o que é mau, como é óbvio. O "Não" não pretende criminalizar a mulher nem obrigá-la a julgamentos humilhantes. Nisso estamos de acordo. Se a pergunta se referisse apenas à despenalização, julgo que o sim venceria com quase 100%.

2. O "Não" defende que nenhuma mulher seja perseguida por abortar. Se a nova lei for aprovada, as mulheres que abortarem depois das 10 semanas serão perseguidas.

3. O "Não" defende que se deva dar todas as condições necessárias às mulheres para que elas não necessitem recorrer ao aborto. Desde 1998 que o fazemos, com pouca ou nenhuma ajuda do estado, mas com muita ajuda da Igreja, o que legitima a hipótese de esta se pronunciar em defesa da vida porque, neste país, ninguém faz mais pela vida e pela dignidade humana do que a Igreja.

4. O "Não" não é contra o dinheiro gasto em abortos pelo estado. O "Não" é contra o facto de o estado abdicar de ajudar mães em risco e financiar vacinas contra o cancro do colo do útero, por exemplo, mas estar disposto a pagar abortos. O "Não" também é contra o dinheiro gasto em julgamentos de mulheres, julgamentos esse que irão continuar se a mulher abortar após as 10 semanas.

5. O "Não" é contra o aborto porque considera que, às 10 semanas, há vida humana e essa vida deve ser respeitada. O "Não" não concorda que se possa abortar apenas porque o feto não sente dor, não tem consciência nem tem senciência porque acreditamos que a vida humana é mais importante e mais abrangente do que esses critérios.

6. O "Não" não defende que o aborto mereça uma pena semelhante ao homicídio. Mesmo as penas do homicídio variam dentro de certos valores. Estes valores levam em conta a brutalidade do crime, a vulnerabilidade da vítima e as relações sociais efectuadas pela vítima durante a sua vida.

7. Os números do aborto em Portugal não são conhecidos e, da parte do "sim", há muita desinformação. Insinuam que se faz 5 mil abortos em Badajoz mas, no entanto, na região de Badajoz, em 2005, não foram feitos mais do que 1800 abortos, muitos deles de mulheres espanholas. Em toda a Espanha, houve pouco mais de 2700 mulheres estrangeiras a abortar e este número não inclui apenas as portuguesas.

8. Em praticamente todos os países onde se liberalizou o aborto houve um aumento drástico dos números e estes continuam a aumentar muitos anos depois da sua liberalização. A URSS foi um dos primeiros países a liberalizá-lo. Hoje, na Rússia e na Bielorrusia, antigas repúblicas soviéticas, a taxa de aborto é superior a 50%. Muitos desses países apresentam graves problemas de natalidade. Alguns deles, como a Alemanha, a França, a Coreia do Sul, o Japão e a Rússia estão a levar a cabo campanhas para diminuir o aborto.

9. Existe muita gente que vota "sim" apenas por ódio à Igreja. A Igreja cometeu muitos erros, mas foi há muitas décadas. Hoje continua a cometer alguns: não aconselhar o uso do preservativo, por exemplo. No entanto, hoje a Igreja é uma das maiores instituições de solidariedade social do planeta. Infelizmente, mentes mal informadas limitam-se a falar em perseguição de bruxas na idade média e negam-se a ver as evidências actuais. A Igreja, mais do que ninguém, tem o direito e o dever de defender a Vida.

10. Apesar de se poderem invocar razões de fé para defender a Vida, são inúmeros os factos científicos, filosóficos e jurídicos que nos levam a fazê-lo. A evolução da ciência permitiu-nos ter uma nova visão daquilo que é a vida intra-uterina.

11. Os defensores do "Sim" invocam constantemente as falhas com os métodos contraceptivos. Ora, todos nós sabemos que eles não são 100% eficazes e, se mesmo assim acedemos a utilizá-los, estamos automaticamente a concordar com o possível risco que estamos a correr. Concordar com o risco implica assumir as consequências do mesmo.

domingo, janeiro 28, 2007

5 conclusões

Tenho lido, ouvido e recebido na redacção alguns comentários e opiniões sobre o próximo referendo ao aborto (para além da propaganda que se vê por todo o lado), que me motivam a esclarecer o que está ou não está em causa no dia 11 de Fevereiro.

1. Quem responder SIM à pergunta feita no referendo está a dizer que concorda que toda e qualquer mulher, pobre ou rica, com muitos, poucos ou nenhuns filhos, saudável ou doente, pode exigir que lhe façam um aborto num estabelecimento de saúde, público ou privado, legalmente aprovado, desde que a gravidez não ultrapasse as dez semanas. Trata-se, pois, de aprovar uma liberalização sem qualquer limite. Nem o pai da criança em gestação se pode opor.

2. Esta liberdade que se quer dar às mulheres de abortar não é justificada sequer por casos "razoáveis": violação, malformação do feto ou perigo de vida da mãe, pois estas causas já estão previstas na lei e assim vão continuar.

3. Os defensores do SIM alegam que a presente lei empurra as mulheres para os tribunais e a prisão. Os cartazes “PARA ACABAR COM A HUMILHAÇÃO” OU "ABSTENÇÃO PARA MANTER A PRISÃO - O SIM RESPONSÁVEL" asseguram que a eventual vitória do Sim terminará com a ida a tribunal e a vexação das mulheres que optam pelo aborto. Mas esta mensagem não é verdadeira. A proposta de alteração em referendo continua a prever a criminalização das que provoquem o aborto após as dez semanas de gestação. Por isso continuarão a ser levadas mulheres a tribunal e homens de óculos escuros tornarão a usar casacos para lhes garantir o anonimato.

4. Mais! Não há mulheres presas por aborto, e as que foram a julgamento continuariam a ir, caso a proposta de referendo fosse aprovada, uma vez que se referem a abortos realizados muito depois das dez semanas.

5. O prazo das 10 semanas é arbitrário, sem fundamentação científica nem outra qualquer que se possa aceitar como razoável. Por mais voltas que se lhe dê, "abortar é mandar uma vida à viola". Com 10 ou mais ou menos semanas de gestação o certo é que são crianças que não vão poder nascer.

Quererá o povo português que isto aconteça? Não estarão uns tantos a querer dizer-lhe que se trata apenas de não castigar as mulheres que abortam? Quisessem os governantes e teriam outros meios de defender e ajudar as mulheres!

no Ver para crer

sábado, janeiro 27, 2007

Argumento brilhante a favor do Sim

"Se está realmente tão preocupado com o dinheiro como diz, então devia apoiar o "sim"! faça as contas e veja só o que se vai poupar em abono de família..."

rcom, na caixa de comentários do direito a viver

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Prostituição jornalística

Todos nós sabemos que a imparcialidade é um dos princípios reguladores da actividade jornalística. Infelizmente, constatamos diariamente que não é isso que se passa em Portugal. Não faltam por aí jornalistas com muitas opiniões para dar e vender. Tudo bem, são pessoas como nós e têm direito a emitir a sua opinião, desde que seja em locais próprios e não camuflada sob a forma de notícia.

Quem ler diariamente os jornais pode constatar isso com alguma facilidade. São frequentes as mensagens subliminares nas notícias sobre o aborto.
Um exemplo: leio diariamente o JN, jornal que dedica 1 ou 2 páginas diárias ao referendo sobre o aborto. À primeira vista parecem ser imparciais: há notícias a favor do não e notícias a favor do sim. O problema, é que as notícias a favor do não são quase sempre acompanhadas de uma opinião do Clero, de uma foto de um bispo ou de uma velhinha com um lenço preto e a rezar o terço.

Todos nós temos algo de anticlerical, de revolta contra certas posições da Igreja. Muitos apoiantes do sim, incluindo muitos jornalistas, tentam explorar isso ao máximo, associando sempre o voto no não à Igreja, na tentativa de conquistar os votos de protesto contra a ICAR. Todos os dias, sem excepção, existem palestras, conferências e actividades dinamizadas pelos grupos cívicos do não. Infelizmente, os jornalistas ignoram essas actividades e limitam-se a emitir opiniões do Clero. porque será?

Até às 16 semanas

O Pedro Isidoro enviou-me este texto sobre o que está em causa neste referendo. Peço para que foquem a vossa atenção no ponto número 2, que menciona o projecto lei que prevê que se possa abortar até às 16 semanas por motivos económicos e sociais. No fundo, se respondermos sim neste referendo, estaremos não a permitir o aborto até às 10 semanas (tal como nos querem fazer crer) mas sim até às 16 semanas. Não se deixe enganar! E para que não lhe restem dúvidas, mostro-lhe o que realmente está em causa: um feto com 16 semanas.


Na campanha para o próximo referendo são já conhecidos e têm sido novamente debatidos os argumentos principais a favor ou contra o aborto. Para uma ponderada avaliação deles parece imprescindível a clarificação de questões como as seguintes.


1ª. Se se trata ou não apenas de despenalizar. Já temos desde 1984 uma lei com várias indicações e prazos que despenaliza a interrupção voluntária da gravidez. Trata-se agora de alargar a despenalização sem outra indicação que o simples “pedido” ou a mera “opção” da mulher. Portanto, claramente: não é apenas despenalizar, é sim liberalizar.


2ª. Se a despenalização da gravidez “por opção” é alargada apenas até às 10 semanas, ou irá de facto para além desse prazo. É que o projecto de lei 19/X/1 aprovado em Abril de 2005 na Assembleia da República, que está subjacente ao referendo e suspenso do seu resultado, prevê também a despenalização até às 16 semanas, “por razões de natureza económica ou social” (sic). Ora, como estas “razões” implicam também “pedidos” e “opções” por parte da mulher, como se fala na pergunta em referendo, convinha que os cidadãos soubessem até que prazo é que realmente se quer estender a liberalização do aborto.


3ª. Se a mulher que optou por abortar está ou não está obrigada a uma consulta nos “centros de aconselhamento familiar” a criar em cada distrito, no âmbito da rede pública se saúde, ainda de acordo com o supracitado projecto de lei; ou se isto será uma formalidade dispensável. É que, se para saber do tempo da gravidez basta atestar com exame ecográfico, por outro lado será de acautelar o mais possível que a “opção” é feita por vontade própria da mulher e não coagida por outros.


4ª. Sendo o aborto um “mal”, como parece todos concordam em dizer, se a liberalização dele contribuiria para diminuir esse mal. Analogamente: a legalização do tráfico e consumo de drogas diminuiria a toxicodependência?... É uma questão de senso comum, antes de ser estatística.


5ª. Considerando que a “interrupção da gravidez” é a morte de uma vida humana que se está a desenvolver normalmente, importaria muito clarificar se o Estado se limita a defender certos “direitos” da mulher, sem deixar de garantir a defesa da vida humana, que é “inviolável”, nos termos da nossa Constituição. Sete dos treze juízes do Tribunal Constitucional consideraram em Novembro de 2006 que o Estado não deixa de garantir tal defesa. Mas essa diferença mínima de votos torna patente que a resposta não é clara.


Por seu lado, a alternativa fundamental sobre a qual os cidadãos se têm de pronunciar é muito clara: ou a prioridade à licença para que algumas mulheres em situação difícil façam o que desejam; ou a prioridade à defesa da vida de um novo ser humano que têm dentro de si e não é propriedade delas. Se a opção da mulher pelo alívio imediato de uma situação difícil da sua vida tem um preço imediato – a morte de uma outra vida – mais uma coisa ainda deveria ficar clara. Que a protecção da vida humana inocente por parte do Estado é do interesse de todos os cidadãos, sob pena de se abater o alicerce fundamental de um Estado de Direito: a garantia do direito à vida de quem está vivo e não fez nenhum mal. Por outras palavras, o que está também em questão neste referendo é a sobrevivência na nossa sociedade portuguesa do Estado de Direito como Estado de Justiça.

terça-feira, janeiro 23, 2007

O que distingue o Não do Sim?

A velha história da cigarra e da formiga...

Enquanto o Sim se dedicou ao teatro em frente aos tribunais desde o referendo de 1998:


O Não criou e ajudou dezenas de instituições de apoio à vida, às mães e às crianças abandonadas:

A VIDA NASCE

Contacto: Irmã Rosário Nunes
Rua Filipe Correia de Araújo, 9, 6030-012 Fratel, Portalegre
Tel.: 27 256 61 46

A Quinta da Lage, nos arredores de Portalegre, está a ser preparada para receber um centro de acolhimento a mães adolescentes e solteiras em risco. O projecto chama-se A Vida Nasce, é promovido por D. Augusto César, Bispo de Portalegre-Castelo Branco, e tem vindo a ganhar forma a partir do referendo do aborto de 1998.


AJUDA DE BERÇO


Av. de Ceuta, nº51, r/c, Lisboa – Tel.: 21 362 82 74 / 6
ajudadeberco@mail.telepac.pt


Para bebés dos 0 aos 3 anos de idade em situação de risco ou abandono.


AJUDA DE MÃE


Lar Divino Salvador
Localidade: Aveiro
Tel. 234 327 134
Fax 234 328 188

Promover o bem estar físico, social e emocional das grávidas e seus filhos;

Formar e informar na área da saúde (gravidez, sexualidade, planeamento familiar e cuidados materno-infantis);
Acolher grávidas e seus filhos com dificuldades económicas e sociais;
Apoiar a reinserção social e profissional das mulheres grávidas e puérperas.
Casa de acolhimento para grávidas e bebés. Horário de atendimento: 9h-18h.


ASSOCIAÇÃO DE DEFESA E APOIO DA VIDA (ADAV)

ADAV – Aveiro
Apartado 420, 3811-901 AVEIRO
Tel.: 23 442 40 40 (atendimento de grávidas em risco 24h)
adavaveiro@hotmail.com


ADAV – Coimbra Praça 8 de Maio, nº 42, 2º, sala B, 3000-300 Coimbra
Tel.: 23 982 00 00

ADAV – Leiria

Clínica Médica da Misericórdia, sala 2; R. N. Senhora da Encarnação
Tel.: 24 480 20 40

ADAV – Viseu
Largo da Sé-Catedral - 3500 - 195 VISEU
Tlm: 931139015
adavviseu@gmail.com

http://www.adavviseu.pt.vu/

O “Projecto Mãe” conta já com um centro de atendimento em Coimbra e outro em Leiria.

A ADAV-Coimbra nasceu em 1999 e obteve o reconhecimento como IPSS (Instituição Particular de solidariedade Social) no ano seguinte. Propõe-se colaborar com a família, através do apoio solidário à vida humana, desde a concepção até à morte natural. A ADAV tem âmbito nacional e a sua actividade desenvolve-se em várias direcções, a que tem chamado “Projectos”. O primeiro - o “Projecto Mãe” - gira em torno da grávida, proporcionando-lhe, num trabalho em rede, ajuda eficaz para superar qualquer obstáculo que ameace comprometer o seu direito à maternidade. O “Projecto Mãe” conta já com um centro de atendimento em Coimbra e outro em Leiria. Os centros estão protocolarmente ligados a pessoas ou instituições das áreas da Medicina, Psicologia, Direito, Segurança Social, Emprego, etc. que prestam, a título gratuito, os serviços profissionais em cada caso indispensáveis para o bom êxito do “Projecto”. O “Projecto Avô” - de apoio à terceira idade desamparada - começa agora a desenhar-se. Na escola, o “Projecto Crescer” dirige-se a pais, professores e alunos, num espectro variado de iniciativas: formação contínua de professores, grupos de solidariedade juvenil, sessões de debate construtivo, gabinetes de apoio ao aluno, etc. O “Projecto Opinião” mais não pretende do que contribuir para a formação da opinião pública, numa sociedade livre e plural.


PONTO DE APOIO À VIDA – PAV

Drª Bárbara Costa Duarte
R. Raul Mesnier du Ponsard nº 10, 1750-243 Lisboa
Tel.: 21 758 98 18
pavida@sapo.pt

No período da campanha contra a despenalização do aborto, tornou-se claro que muitas grávidas em dificuldades se sentem de tal forma pressionadas a rejeitar o seu filho que, frequentemente, mesmo não sendo esse o seu desejo, deixam de o trazer à Vida pela situação de desespero, solidão e abandono em que se encontram, ou por mero desconhecimento dos seus direitos e falta de informação em relação aos apoios a que podem recorrer. O PAV é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que dá resposta a estas futuras Mães, no sentido de as informar, encaminhar para instituições especializadas ou, simplesmente, ouvir.



SOS GRÁVIDA


Tel: 21 386 20 20 / 808 20 11 39

Linha telefónica de apoio nas áreas da gravidez, sexualidade e planeamento familiar.



Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra


Localidade : Vale de Cambra
Telef: 256 462 220
Apoio a crianças abandonadas


Irmãs Adoradoras - Casa de Coimbra
Localidade: Coimbra
Telef: 239 404 728
Duas casas de acolhimento para mulheres.


Gabinete de Apoio à Grávida

Localidade: Guarda
Na Guarda está a funcionar o “Gabinete de Apoio à Grávida” por iniciativa
conjunta da delegação regional da Associação Católica dos Enfermeiros e
Profissionais de Saúde (ACEPS) e do Centro de Saúde local. O gabinete tem
por objectivo apoiar as grávidas em risco, nos campos da saúde, social e
psicológico. A enfermeira responsável tem formação na área da obstetrícia e
mediante os casos que vão aparecendo faz uma avaliação e depois encaminha-os
para os sectores onde se enquadram e onde será prestado o apoio necessário.
Contacto: Enfermeira Emília Ramos
Tel.: 271 200800


Associação Sabor a Vida


Localidade: Malveira
Associação cristã de defesa da vida humana. Tem casa de acolhimento para
grávidas em risco.
Tel.: 21 966 8090


Lar de Sta Helena


Localidade: Évora
Tel. 266 702 895
Fax 266 709 352
Casa de acolhimento para grávidas e bebés. Horário de atendimento: 10h-13h,
15h-21h.


Irmãs Adoradoras - Lar Nª Senhora da Conceição


Localidade: Évora Telef: 266 22895
Casa de acolhimento para mulheres maltratadas. Podem estar grávidas e ter um
filho



Irmãs Adoradoras - Casa de Vendas Novas


Localidade: Vendas Novas
Telef: 265 83777
Comunidade terapêutica para mulheres toxicodependentes. Podem estar grávidas
e ter um filho.


Sta. Casa da Misericórdia de Albufeira


Localidade: Albufeira
Lar de Idosos; Casa dos Pirilampos (lar/abrigo de crianças e jovens); Casa
Mãe para acolhimento de mães solteiras, Lar de São Vicente (lar para
deficientes profundos), Centro de Apoio Pedagógico para crianças com
dificuldades de aprendizagem; Colónias de Férias; existe um projecto de
creche e infantário


Centro de Mãe e Movimento de Apoio à Grávida


Localidade: Funchal
Fundação: 2000
O “Centro de Mãe” e o “Movimento de Apoio à Grávida” surgiram após o
referendo no Funchal. O primeiro está mais vocacionado para acompanhar mães
em situações difíceis, enquanto o segundo está orientado para o trabalho com
grávidas em risco. Têm um centro de atendimento, uma casa de acolhimento e
um “telefone S.O.S.”
Tel.: 291 22 0274
http://www.juntospelavida.org

/institui.html


S.O.S. VIDA – APOIO À GRÁVIDA

Dá apoio a grávidas em situação de risco. Está sedeado em Faro, mas trabalha
com grávidas de todo o Algarve.
Contacte:
Pe. Jerónimo Gomes
Rua da Saúde, 4 – 8000 Faro – Tel.: 289 812 812 (24h)


VIDA NORTE

Dá apoio directo a jovens grávidas, disponibilizando apoio médico,psicológico, jurídico e laboral.
Contacte:
Alexandra Tété
Al. Jardins da Arrábida 436-11º, 4400-478 V.N. Gaia – Tel.: 93 334 8212
vidanorte@oninet.pt


ATPV – TUDO PELA VIDA

Tem:
- Centro de Apoio à Vida:
- Consultório médico,
- Consultório jurídico,
- Linha Telefónica de Atendimento
Contacte:
Arq. António Meireles
R. Ernesto Carvalho, Edifício Roma, loja 5, 4760 Vila Nova de Famalicão –
Tel.: 96 479 3500
tudo.pela.vida@clix.pt


MATERNIDADE E VIDA

A Associação “Maternidade e Vida” dá apoio a grávidas em situação de risco
sobretudo grávidas adolescentes com necessidade de apoio económico e/ou
psicológico.
Contacte:
Dr. Francisco Rocha
Avenida Comendador Abílio Seabra, Entrada 5 - 5º - Ap 32.
Apartado 127
4584-909 PAREDES – Tel: 255 782005 TM: 93 7010815
geral@maternidade-e-vida.org ou help@maternidade-e-vida.org


VIDA SIM

Tem uma linha telefónica com atendimento permanente para contacto de
grávidas ou mães em situação de risco.
Dá apoio psicológico, legal, procura de emprego, acolhimento, etc.
Dá formação na área da sexualidade humana, sobretudo de jovens.
Contacte:
Drª Rosário Marques
Apartado 156, 2710-999 Sintra vidasim@mail.telepac.pt


GABINETE DE APOIO À GRÁVIDA

Funciona o “Gabinete de Apoio à Grávida” que apoia as grávidas em risco, nos
campos da saúde, social e psicológico.
Contacte:
Enfermeira Emília Ramos
Tel: 271 200800


FUNDAÇÃO FAMÍLIA E SOCIEDADE

Dá aconselhamento e planeamento familiar natural e cursos de educação sexual
em escolas nacionais.
Contacte:
Drª Ana Isabel Lynce
R. Viriato, 23 - 6º Dtº. Lisboa – Tel.: 21 315 2657
familia.sociedade@netc.pt


ASSOCIAÇÃO VIDA UNIVERSITÁRIA

É composto por estudantes que se envolvem em associações que dão apoio
concreto a grávidas em dificuldade e às crianças em situação de risco.
Também contribuem para a formação, tanto intelectual como humana, na defesa
da dignidade e da vida do Ser Humano desde o momento da concepção até à
morte natural e dão a conhecer no meio universitário as Instituições de
Solidariedade Social que possam ajudar em situações de necessidade,
principalmente dos/ das estudantes universitários/as.
Contacte:
Rodrigo Faria de Castro
Tel.: 91 865 1856
vidauniversitaria@portugalmail
.pt
www.vidauniversitaria.loveslif
e.com


VINHA DE RAQUEL

A Síndroma Pós-Aborto afecta uma percentagem elevada das mulheres que a ele
se sujeitam. Os seus efeitos são devastadores: depressão, tentativas de
suicídio, ansiedade, pânico, pesadelos etc. O “Projecto Raquel” acompanha
individualmente mulheres afectadas por essa síndroma. Tem uma equipe de
psicólogos e psiquiatras que realizam essa tarefa.
Contacto: Drª Ana Barquinha
vinhaderaquel@email.com
www.rachelsvineyard.org


SABOR DA VIDA

Dedica-se ao serviço das grávidas em dificuldade e dos seus bebés, de
adolescentes e jovens com necessidade de informação.
Contacte:
Largo da Feira, nº 24, 2º Dtº,
2665-228 Malveira (Lisboa)
Tel. 21 9668090
TM. 91 4008279
sabordavida@sapo.pt


Fundação Bissaya Barreto

Localidade: Coimbra
É uma instituição que desde sempre dedicou uma especial atenção à Família
priveligiando o apoio à mulher e à criança.
Tem uma casa de acolhimento temporário para mulheres e um centro de
acolhimento temporário para crianças e jovens.
Tel. 239 243000
Apartado 596, 3001 Coimbra Codex


E você? É a cigarra ou é a formiga?

Já chateia!!!

Este cartaz pode ser encontrado no site dos Jovens pelo Sim. Já cansa repetir isto mas cá vai mais uma vez: nos últimos 30 anos não houve nenhuma mulher presa por ter abortado até às 10 semanas.

Isto leva-me a pensar que haverá algum desnorte nas cabeças dos defensores do sim e não sabem que argumentos deverão usar para convencer as pessoas a votar na sua causa. Por isso recorrem constantemente a mentiras destas. Eu sugiro aos pró-aborto que se foquem nestes assuntos:

1. Tentem provar que não há vida humana até às 10 semanas.
2. Tentem provar que o aborto não aumenta com a liberalização.
3. Tentem provar que o aborto clandestino irá desaparecer.
4. Tentem explicar o que acontecerá às mulheres que abortam às 10 semanas e 1 dia.
5. Tentem provar que há mesmo 20 mil abortos ilegais por ano em Portugal.
6. Tentem provar que há 5 mil mulheres portuguesas a abortar em Espanha por ano.
7. Tentem provar que o aborto não influenciará as listas de espera para cirurgias.
8. Tentem provar que o nosso dinheiro não servirá para financiar clínicas espanholas.

Andar por aí a insinuar que há mulheres presas por aborto até às 10 semanas é uma barbaridade e só prejudica a vossa campanha. Quem vos avisa, amigo é...

Adivinhar o futuro

Ninguém pode adivinhar o futuro. Mas podemos fazer algumas previsões daquilo que acontecerá se o aborto for legalizado com base no que aconteceu já noutros países. Vejamos alguns exemplos.

Espanha:

  • Abortos legais em Espanha em 1995 (incluindo os abortos realizados fora de Espanha), depois da revisão da lei de aborto, que permite alegar “saúde mental” da mulher: 49.367
  • Abortos legais em Espanha em 2004: 84.985 (aumento de 72%)
  • Abortos legais em Espanha em 2005: 91.664
  • Números não oficiais de 2006 apontam para mais de 100.000.
França:
Milhares manifestam-se em Paris contra o aborto. Também estiveram presentes delegações da Irlanda, Bélgica, Alemanha e Itália.

A França legalizou o aborto em 1975 (10 semanas, a pedido da mulher, a mesma treta) e desde então, e mesmo com a evolução dos anticoncepcionais, a taxa de aborto não baixou nos anos que se seguiram até ao fim do milénio, o que significa que muitos dos 150.000 abortos que se faziam em França anualmente eram um contraceptivo autêntico.

Com a ameaça da baixa natalidade, por via da legalização do aborto, os políticos franceses compreenderam na década de 90 que não poderiam negar um “direito” adquirido pela lei do aborto em 1975, mas a verdade é que a taxa de natalidade estava a baixar perigosamente no país. O que se passa hoje em França?

O estado, receoso dos efeitos nefastos do aborto, implantou uma série de incentivos à maternidade para desencorajar a prática abortiva.

Alemanha:
O estado alemão oferece 25 mil euros por cada filho nascido a partir de Janeiro de 2007.

Austrália:

Na Austrália, o aborto é legal desde a década de 1970. Mas o governo anunciou um plano para reduzir o número de abortos no país, onde anualmente 100.000 crianças são abortadas. Para o governo australiano este número é excessivo. A fim de reduzir a prática do aborto, o governo federal da Austrália vai investir 51 milhões de dólares australianos (aproximadamente 40 milhões de dólares americanos) num programa de aconselhamento à gestante e prevenção do aborto.

O aborto legal na Austrália tornou-se um problema de saúde pública, e está levando aquele país à crise demográfica. Tal como na Espanha e em outros países, o numero de abortos executados tem disparado desde que a prática foi legalizada. Em 1985, foram executados na Austrália 66.000 abortos. Esse número saltou para 71.000 abortos em 1987, 83.000 em 1991, 92.000 em 1995, estabilizando-se em torno de 88.000 por ano até 2002. Em 2005, o Ministério da Saúde australiano registrou cerca de 100.000 abortos executados legalmente.

Estados Unidos:
43 milhões de abortos realizados depois da sua legalização. Arrependimento do Dr. Bernard Nathanson, um dos grandes responsáveis pela liberalização. Arrependimento das duas mulheres que desencadearam os julgamentos que levaram à liberalização do aborto.

Coreia do Sul:
O aborto era promovido pelo governo e praticamente gratuito. Em início dos anos noventa, a taxa de fertilidade da Coreia do Sul baixou para 1,7 / mulher e em 1996 a política de restrição da natalidade foi abandonada. Mas no que os engenheiros sociais nunca pensam é nos estragos culturais que causam quando brincam “a fazer de Deus”. Neste momento, a taxa de natalidade na Coreia do Sul é de 1,08 o que significa que numa geração, as populações das duas Coreias se vão equivaler – a Coreia do Sul diminui agora em metade a sua população em cada geração que passe.
O aborto passou a ser taxado sem subsídios ou deduções de impostos; o governo coreano estuda agora programas de incentivos à natalidade e redução do tempo de aborto.

China:
Uma província da China ilegaliza drogas abortivas, devido à selecção de género através do aborto. Na província de Henan, o rácio de género dos nascituros em 2000 foi de 118 rapazes para 100 raparigas. Em todos país já terão sido mortas 17 milhões de raparigas por aborto.

Rússia:
Na Rússia, na Bielorrússia, na Ucrânia e na Roménia, a taxa do abortos é superior a 50%, ou seja, há mais abortos do que nascimentos.


Diga-me com sinceridade: é isto que quer para Portugal?

domingo, janeiro 21, 2007

Sabia que

Não há mulheres detidas pelo crime de aborto em Portugal.

Em 2005 realizaram-se 906 abortos legais em Portugal.

Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de abortos clandestinos.

O número de abortos clandestinos está calculado em 1800 por ano.

62% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros por ano.

6% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares inferiores a 7000 euros.

Em todo o mundo, o aborto sem invocar qualquer razão é permitido em 22 de um total de 193 países.

A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal desde 1999, sem necessidade de receita médica. É dispensada gratuitamente em centros de saúde desde 1 de Dezembro de 2005.

A taxa de natalidade em Portugal baixou para metade nos últimos 40 anos.

Em 2005, a média de filhos por casal foi de 1,5, tendo-se registado apenas 109.000 nascimentos, permanecendo abaixo do nível de renovação das gerações (2,1).

Em 2006, a Alemanha aprovou um incentivo à natalidade de 25 mil euros por cada nascimento.


Via Assim Não, um novo blogue pela vida que merece uma visita diária.

Recado

Ontem (sábado) numa conversa animada sobre o aborto, entre umas cervejas e uns amendoins, disse-me um caro amigo (que por acaso visita este blogue) que votava "sim", entre outras razões, porque entregar as crianças não é solução já que elas são maltratadas e até abusadas sexualmente nas associações de apoio. A esse meu amigo, dedico este post do Norte pela Vida:

««Conheço um rapaz de 16 anos que está muito empenhado em defender a Vida. É um dos resistentes. Já vão perceber porquê.
Disse-me: "Deixe-me ir consigo a um debate. Eu quero saber como é. Eu quero dizer uma coisa." E pôs a sua ideia por escrito.
"Chamo-me "X" e frequento uma instituição de protecção de crianças e jovens. Soube que os defensores do "sim" ao aborto mencionaram que as crianças das instituições são infelizes, se calhar não deviam ter nascido. Aí é que se enganam. A minha mãe, apesar das dificuldades nunca abortou e é graças a eu estar numa instituição que eu tenho um caminho que me fará alguém na vida. Por isso, se não sabem, não falem, porque ninguém escolhe as suas raízes, não nasci num berço de ouro e não é por isso que deveria ser morto quando era indefeso. E agradeço a força da minha mãe por me ter deixado nascer para eu dizer a Portugal que as crianças institucionalizadas não são infelizes, eu pelo menos não sou e conheço outros que dizem o mesmo".»»

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Importa-se de repetir?

O Daniel Oliveira, no novíssimo blogue pelo sim (sim no referendo, um blogue muito pouco democrático já que não permite a postagem de comentários; têm medo de quê?) acha que neste referendo não está em causa a definição do início da vida humana e isso não determina o sentido de voto.

Mas alguém no seu perfeito juízo votaria "sim" mesmo considerando que o feto é vida humana? O Daniel Oliveira precisa de ser esclarecido sobre alguns pormenores.

Eu dou uma ajudinha: segundo os meus dados do google analytics, a grande maioria das pessoas que visita este blogue através do google, fá-lo digitando as frases "quando começa a vida" e "estatísticas do aborto". Isto significa que há muita gente interessada em se esclarecer sobre o início da vida antes de decidir o seu sentido de voto porque entendem que estariam a pactuar com um assassinato com o seu voto caso votassem "sim".

Aconselho ainda o Daniel Oliveira a visionar os vários posts sobre o início da vida humana no direito a viver e no razões do não, que são os blogues que têm dedicado mais atenção a este assunto, e poderá verificar que os posts mais comentados são precisamente os que falam da definição do início da vida.

Enquanto o Daniel Oliveira não perceber isto não poderá dar um contributo lúcido e esclarecido a este debate.