quinta-feira, dezembro 28, 2006

Será profético?

Na Alemanha, o Governo, alarmado com a baixa natalidade, vai passar a oferecer 25 mil euros por cada nascimento.
Em Portugal, tenta-se legalizar o aborto com a desculpa que assim seremos "modernos e evoluídos".

14 comentários:

A minha verdade disse...

Nada tema, caro Fernando. Daqui a 10 anos cá faremos o mesmo!

FuckItAll disse...

Não vejo a relação: há toda a diferença do mundo entre estimular e obrigar. Já agora, sabe qual é a legislação alemã acerca do aborto?

FuckItAll disse...

...poupo-vos o trabalho: o aborto a pedido da mulher é ilegal mas não é sujeito a punição criminal na Alemanha.

(http://en.wikipedia.org/wiki/Abortion_Laws#Europe)

FuckItAll disse...

Por fim (peço desculpa por ser maçadora) resta dizer que na Alemanha o aborto só por pedido da mulher é ilegal mas não é crime até aos 3 meses de gravidez (um prazo maior do que o que está em causa neste nosso referendo).

(http://en.wikipedia.org/wiki/German_Federal_Constitutional_Court_abortion_decision)

fernando alves disse...

Os dados mais recentes que possuo do aborto na Alemanha são de 2004 e indicam 129,650 abortos, ou seja, mais de 18% dos nascimentos. A Alemanha possui uma das mais baixas taxas de filhos por mulher e daí a necessidade de medidas de fomentação da natalidade.
Por fim, repare que a lei actual da Alemanha não é muito diferente da que os apoiantes do "sim" pretendem para Portugal. É mais restritiva quando não permite a opção da mulher mas mais permissiva no número de semanas (12, em vez de 10). Se na Alemanha deu o que deu, não dará em Portugal também?

Acabo com uma citação do tribunal supremo da Alemanha:
"The German Supreme Court addressed the issue of abortion two years after Roe v. Wade in a decision known as BVerfGE 39,1, holding that the unborn have a right to life guaranteed by the constitution, that abortion is "an act of killing", and that the fetus deserves legal protection throughout its development."

FuckItAll disse...

Está a dizer-me que defende o aumento demográfico à custa de maternidades (e paternidades) forçadas? Que é assim que se deve fazer a diferença? Bom, é consigo, mas eu não aceito isso - e pelos vistos os legisladores alemães também não.

fernando alves disse...

Ninguém obriga ninguém a engravidar. Se a mulher (ou o casal) não quer ter filhos, toma as devidas precauções. A solução para a gravidez indesejada está a montante e não a jusante.

Anónimo disse...

E há em Portugal várias consultas de planeamento familiar (algumas específicas para adolescentes e jovens, onde são fornecidos preservativos e pílulas a custo zero, além de consultas regulares com médicos e psicólogos). Já diz a sabedoria popular que mais vale prevenir do que remediar. E neste caso, prevenir é mesmo muito mais fácil.

FuckItAll disse...

A montante não há gravidez indesejada; é quando as precauções, por insuficientes ou imperfeitas, falham, que a questão se põe. E não estou a falar de adolescentes e pobrezinhos, estou a falar de adultos que não querem ter um filho, ponto.

fernando alves disse...

Isso das falhas nas precauções parece-me mais um mito do que outra coisa. Não quero dizer com isto que elas não aconteçam, mas estranho o facto de não falharem nunca com algumas mulheres e falharem várias vezes com outras.

E depois, em certos casos, quando há falhas num método há soluções: o preservativo rompeu, toma-se a pílula do dia seguinte; a mulher está a tomar antibióticos, usa preservativo nesses dias. É simples. Só é preciso ter cuidado.

Admito, no entanto, algumas falhas. Não creio é que sejam tão frequentes como se insinua.

Anónimo disse...

oh imbecil
se citas o supremo tribunal da alemanha, por que é que não o fazes em português?
a língua oficial da alemanha é o inglês, imbecil?
o inglês dá um ar mais credível, imbecil?

fernando alves disse...

Normalmente, recuso os comentários deste senhor, mas como ultimamente surgiram dúvidas sobre a quem eu chamo "fanático abortista", achei que deveria deixar passar este para que vocês possam ler com os vossos próprios olhos.

Balhau disse...

Há aqui uma coisa engraçada! Se a mulher for alvo de violação tem legitimadade para efectuar um aborto (dentro de determinadas condições, evidentemente) no entanto se for por uma falha de preservativo essa legitimidade já desaparece, curioso, porque isto é, nada mais nada menos, que uma maneira dissimulada de quantificar o valor da vida. Eu pensava que o valor da vida era independente das circunstâncias em que a gravidez tenha sido efectuada, mas pelos vistos não. Se a mulher for violada, o feto já não tem direito à vida, mas se o preservativo romper, aí sim já tem! Hum, muito incoerente isto não lhes parecem??

fernando alves disse...

Não há nenhuma incoerência. Já expliquei por várias vezes que penso que os do "sim" não conseguem entender que os do "não" possam abrir excepções às suas convicções porque estão habituados a ver-nos como fundamentalistas, o que não somos.

No caso que referiu, segundo a lei, a mulher pode abortar porque a gravidez não resulta da sua própria vontade. Quanto ao preservativo, subentende-se que a mulher estava ciente dos riscos que corria caso ele falhasse e digo-lhe outra coisa: se o preservativo se rompe, pode tomar a pílula do dia seguinte, não acha?