quarta-feira, dezembro 06, 2006

Intoxicação intelectual

A intoxicação intelectual e a utilização de argumentos duvidosos continua por parte dos defensores do aborto e, ao que parece pelo post anterior, ganha adeptos. São mais que visíveis as tentativas de colar a posição pró-vida a extremistas ou fundamentalistas.

Uma das situações é a difusão de símbolos que fazem alusão ao que passa na Nicarágua e dizem: "Porque não estou na Nicarágua, voto sim". Ora, o que se passa na Nicarágua é que houve, recentemente, uma maior restrição ao aborto, de tal forma que este deixou de ser permitido em qualquer das excepções anteriormente previstas. A má fé deste argumento é que há uma tentativa óbvia de ludibriar os leitores tentando fazer crer que os defensores da vida querem que a situação actual evolua para algo semelhante ao que se passa na Nicarágua. É falso que alguém que defenda a vida pretenda ver em Portugal algo do género e é uma barbaridade que isso seja sequer insinuado.

A outra situação diz respeito ao termo que, “carinhosamente”, os pró-aborto usam para catalogar os defensores da vida: “pró-prisão”. Ora, para provar que esta é outra das barbaridades dos abortistas da nossa praça basta transcrever este texto:

"O nº de semanas para o aborto varia de lei para lei porque se fundamenta na mais completa arbitrariedade.
O que caracteriza um ser humano, o que o torna um ser irrepetível é o seu genoma. Ora o genoma, que é o somatório de todos os genes armazenados nos cromossomas, constitui-se logo que há fusão dos dois gâmetas. A partir desse momento único não é necessário mais nada para que o novo ser humano venha a ser uma pessoa.
Os defensores do Sim argumentam que a vida só começa tardiamente num momento que ninguém sabe qual é. Os defensores do Não apoiados naquilo que a ciência demonstra consideram que o novo ser humano existe desde a concepção.
Os defensores do Sim dizem que também são contra o aborto, mas advogam medidas que o facilitam e incrementam. Os defensores do Não são contra o aborto, não são contra a pessoa que aborta e, por isso, não querem que quem aborta seja incriminada, mas também não querem que seja aplaudida."

O texto é da autoria da Pastoral familiar do Porto, ou seja, nem sequer a facção “mais radical” do combate ao aborto, a Igreja, é a favor da prisão das mulheres que abortam, quanto mais o comum dos defensores da vida. Mais uma vez, é apenas uma tentativa de “atirar areia para os olhos” e tentar fazer crer a opinião pública que ser-se contra o aborto é ser-se um “fundamentalista radical” quando, dia a dia, os abortistas nos provam que são eles os fundamentalistas.

2 comentários:

Anónimo disse...

"Os defensores do Não apoiados naquilo que a ciência demonstra consideram que o novo ser humano existe desde a concepção."

quando vamos então poder começar a assistir aos funerais católicos, ou funerais, tout court, dos milhares de fetos produzidos pelos outros tantos milhares de abortos expontâneos?
claro que nos casos em que o padre da paróquia fosse o pai do feto, como acontece em centenas de casos (espero que saiba), seria de bom tom a cerimónia ser realizada por outro padre, desde que este não fosse reconhecidamente pedófilo, como tanto acontece, também (espero que saiba). talvez um ou outro bispo mais "santo", possa celebrar a coisa, já que o actual papa, enquanto cardeal era especialista em técnicas de recolocação e encobrimento dos padres molestadores...
ó alves. vá, com todo o repeito, dar sangue, mais as "suas" posições da igreja!

fernando alves disse...

Caro amigodaonça,
é estranho que apenas se tenha focado nesse pequeno texto que transcreveu quando, a minha intenção, era que se focasse a parte a negrito. Isso, você não comentou, talvez porque não lhe convenha.
Quanto aos seus argumentos, suponho que derivem de um ódio qualquer à Igreja, aliás tal como derivam muitos dos argumentos pró-abortistas. Já reparou que escreveu tantas palavras e só mencionou padres pedófilos, padres com filhos, bispos e o papa? Isso é algum recalcamento, com certeza.
O texto que transcrevi é da autoria da Pastoral da família do Porto e serve para exemplificar que nem a Igreja defende a prisão das mulheres que abortam. Não significa isso que eu seja um "beato de sacristia", como é óbvio, meu caro.