Circula por aí um número de abortos que se realizarão por ano, ilegalmente, em Portugal . Segundo um estudo da APF, o número de abortos ronda os 20 mil. Este número causa-me alguma estranheza e, como o Dr. Bernard Nathanson, um ex-aborcionista confessou, uma das tácticas do "sim" é a manipulação dos números, fazendo-nos acreditar que eles são maiores do que realmente são. Não sou um grande adepto das teorias de conspiração e aviso desde já que vou fazer algumas suposições, mas tentem compreender o meu raciocínio:
- Em Espanha, este ano, foram realizados mais de 85 mil abortos legais.
- Espanha possui 44 milhões de habitantes. Portugal possui 10 milhões.
- Se a população portuguesa é 4.4 vezes inferior à espanhola, seria de supor que os números do aborto seriam 4.4 vezes inferiores, certo?
- Não! Errado! Mas parece ter sido este o raciocínio dos defensores do "sim" porque o valor dá mesmo 20 mil
- Errado porquê? Porque, em Espanha, o aborto é legal e em Portugal é ilegal, logo não se podem comparar os números. E porque a cultura condiciona a prática do aborto, como é óbvio.
Então, será possível calcular o número de abortos ilegais em Portugal através deste método? Acho difícil. Mesmo assim, poderíamos efectuar o seguinte raciocínio:
Se em Espanha se fazem 85 mil abortos, pondo de parte as condicionantes culturais, Portugal apresentaria 4.4 vezes menos abortos quando aqui houvesse as mesmas condições, ou seja, 20 mil seria o número a que chegariam os abortos em Portugal depois de este ser legalizado. Arriscaria a dizer que, se em Espanha o recurso ao aborto quadruplicou desde que foi legalizado, em Portugal ele será neste momento 4 vezes inferior ao que chegará depois de legalizado, o que dá um valor perto dos 5 mil.
Como disse anteriormente, este post é elaborado totalmente em suposições. No entanto, gostaria de acrescentar apenas mais um dado:
Há por aí uma referência a um cartaz de 1998 que insinuava que, todos os anos, 3 mil mulheres se deslocavam a Badajoz para realizar um aborto. Ora, isso é muito estranho, porque Badajoz fica na Estremadura espanhola e, segundo os dados sobre o aborto nesta região, nesse ano de 1998 foram realizados 850 abortos em toda a província. Dá que pensar, não dá?
Por outro lado, apareceram este ano os proprietários dessas mesmas clínicas a dizer que as mulheres portuguesas a abortar em Espanha são aos milhares. Recorde-se, que essas clínicas são das principais interessadas no negócio que irá surgir se o "sim" vencer.
Se em Espanha se fazem 85 mil abortos, pondo de parte as condicionantes culturais, Portugal apresentaria 4.4 vezes menos abortos quando aqui houvesse as mesmas condições, ou seja, 20 mil seria o número a que chegariam os abortos em Portugal depois de este ser legalizado. Arriscaria a dizer que, se em Espanha o recurso ao aborto quadruplicou desde que foi legalizado, em Portugal ele será neste momento 4 vezes inferior ao que chegará depois de legalizado, o que dá um valor perto dos 5 mil.
Como disse anteriormente, este post é elaborado totalmente em suposições. No entanto, gostaria de acrescentar apenas mais um dado:
Há por aí uma referência a um cartaz de 1998 que insinuava que, todos os anos, 3 mil mulheres se deslocavam a Badajoz para realizar um aborto. Ora, isso é muito estranho, porque Badajoz fica na Estremadura espanhola e, segundo os dados sobre o aborto nesta região, nesse ano de 1998 foram realizados 850 abortos em toda a província. Dá que pensar, não dá?
Por outro lado, apareceram este ano os proprietários dessas mesmas clínicas a dizer que as mulheres portuguesas a abortar em Espanha são aos milhares. Recorde-se, que essas clínicas são das principais interessadas no negócio que irá surgir se o "sim" vencer.
2 comentários:
então se acha que há tão poucos abortos porque é que está tão preocupado com a despenalização?
Lê outra vez com atenção o texto, vá lá, não custa nada.
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