segunda-feira, dezembro 04, 2006

Contradições?

Tente adivinhar quem escreveu estas palavras:
"Somos contra o aborto como meio anticoncepcional e a favor de todas as medidas que apoiem a natalidade e difundam a educação sexual e reprodutiva."
Até aqui, parece tratar-se de alguém contra o aborto. Têm estas posições e depois rendem-se à liberalização do aborto...
"Somos a favor da despenalização do aborto proposta no Referendo como somos contra a penalização do divórcio ou da infidelidade conjugal, pese embora haja quem acredite que os pecados terão condenação divina."
Mais um dos muitos exemplos que, infelizmente, são muito habituais nos defensores do aborto: associação de situações que todos nós condenámos (penalização do divórcio e da infidelidade) com a Igreja e esta com o aborto. É uma tentativa descarada de vender o "pacote de ideias" como se toda a gente que condene a penalização do divórcio e que não concorde com as posições da Igreja tivesse que ser a favor do aborto.
"Somos favoráveis a uma mudança da lei que contribua para a diminuição dos abortos clandestinos e que permita que uma mulher, dentro de certos limites, não se torne mãe contra a sua própria vontade."
Que limites são esses? Convém esclarecer. Para que a mulher não se torne mãe contra a sua vontade? Quer isso dizer que ela foi obrigada a engravidar?
Estas palavras foram escritas, curiosamente, pelos Médicos pela Escolha. O próprio nome deste movimento é curioso: médicos pela escolha. Porque razão "médicos" se afinal de contas o movimento conta com muitas figuras que não o são? Porque a intenção é o marketing puro e duro. É fazer acreditar que a classe está com os abortistas quando, na realidade, são muitos os médicos objectores de consciência. E é uma tentativa de passar a ideia que se trata de um problema de saúde pública já que a saúde é um dos temas que mais incomoda os portugueses.
Por falar em saúde pública, na caixa de comentários do blog dos Médicos pela Escolha está um comentário de Rebecca Gomperts, membro da associação Women on Waves, organização que possui um tutorial na sua página que ensina mulheres a praticar um aborto em casa recorrendo a um medicamento, Misoprostol, que, entre outras coisas e além de provocar vários efeitos secundários na mulher, pode causar nascimentos de crianças com paralisia cerebral, problemas pulmonares e cardíacos. A mesma Rebecca Gomperts publicitou o medicamento em directo na televisão na altura em que o barco da associação tentou atracar am Portugal. Como diz o povo com sabedoria "diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és".

Sem comentários: