Dizem os defensores do aborto que as mulheres ricas escapam ao “aborto em vão de escada” porque podem recorrer às clínicas espanholas. Defendem portanto que o aborto seja permitido em Portugal para que as mulheres pobres também tenham acesso às mesmas condições. O objectivo é eliminar os abortos em situações degradantes. Se o não ganhar, pode verificar-se uma destas 3 hipóteses:
O aborto é realizado nos hospitais. Como conciliar isto com a dívida do sector da saúde, as objecções de consciência de muitos médicos, as listas de espera e a obrigatoriedade de cumprir o prazo limite das 10 semanas? Abortar nos hospitais será um suplício para todas as mulheres, ricas ou pobres.
O aborto é realizado em clínicas com financiamento do estado. Coloca-se apenas o problema do financiamento. E como dirá o Governo aos portugueses que durante muito tempo não houve dinheiro algum para os centros de apoio a grávidas desprotegidas e agora já há dinheiro para abortos? Coloca-se ainda a questão do limite das 10 semanas. Há garantias de ser respeitado quando, as ditas clínicas espanholas que querem vir para Portugal, fazem abortos a fetos com 24 semanas em Espanha?
O aborto é realizado em clínicas sem financiamento do estado. Esta será a hipótese mais provável. Volta a colocar-se o problema do cumprimento das 10 semanas. E mais: coloca-se o problema do acesso das mulheres pobres ao aborto em condições, tão defendido pelos abortistas. Qual é a diferença entre abortar em clínicas portuguesas ou nas espanholas? O preço da viagem? E, sabendo nós como funciona este país, ou seja, sem concorrência e com combinação de preços praticados, será que o preço do aborto será mais barato em Portugal do que em Espanha? Acreditam mesmo nisso os defensores do “sim”? Acreditam que as mulheres pobres terão acesso ao aborto em condições dignas?
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