terça-feira, novembro 07, 2006

A propriedade do feto (I)

Um dos grandes mitos sobre a questão do aborto é o argumento “o corpo é meu e eu faço dele o que eu quero”. O embrião é tratado como se de um tumor se tratasse. Ou como uma unha encravada que tem que ser tratada, uns cabelos brancos que têm que ser disfarçados. Trata-se, sobretudo, de uma visão egoísta da feminilidade.

Primeiro, porque o embrião não é parte integrante do corpo da mulher mas sim algo que está dentro do corpo da mulher, e isso faz toda a diferença. Ele respira, tem circulação sanguínea própria, tem ADN diferente do da mãe… Urge, portanto, proteger o bem-estar do embrião quando a sua sobrevivência é posta em causa.

Em segundo lugar, ter filhos é precisamente o maior trunfo das mulheres. É o facto de terem filhos que as torna magnânimes e as coloca acima dos homens. Como é óbvio, a mulher não deverá viver unicamente para procriar, mas negar-se a si própria esse dom e ainda por cima fazê-lo em nome de um suposto feminismo é um contra-senso e um retrocesso na batalha pelos seus direitos.

Ser feminista e defender o aborto é, simplesmente, contraditório, é contra natura, é ridículo. *


*- Dedicado à Dra. Odete Santos e ao seu artigo no Público de Sábado (sem link)

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