segunda-feira, novembro 20, 2006

Eles não entendem!

Os fanáticos do outro lado continuam surpreendidos por não encontrarem fanáticos deste lado. Na sua missão obstinada pelo "direito à liberdade" (da mulher claro, não do embrião porque eles só acreditam em coisas que podem ver) tentam agora acusar os defensores da vida de "talibanização" do país caso o "não" vença pela segunda vez.
(Oh sim, já estou mesmo a ver a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto a obrigar a Dr.ª Edite Estrela a andar de burka. Mas chega de visões paradisíacas!)
Os golpes baixos que certos sectores do sim tentam infringir, tentando colar os defensores da vida a uma visão radical das religiões serve, como é óbvio, para amedrontar os moderados indecisos ou para cativar aqueles que concordam com tudo desde que seja contra a Igreja. Convido os defensores do aborto a "passearem" pelos vários blogues pró-vida e procurarem posts tão radicais como os deles.
O epíteto de "minoria fanática" atribuído aos defensores da vida está gradualmente a mudar de alvo.

5 comentários:

fernando alves disse...

Pois, pois, mas o post anterior era uma constatação histórica e este fala de suposições.

anabananasplit disse...

Quer coisa mais radical e fanática do que obrigar os outros a viver segundos as crenças, gostos e opiniões de terceiros?...

fernando alves disse...

Cara Ana,
não se trata de obrigar alguém a viver segundo as crenças de outrem mas não deixar que esse alguém cometa um acto definido na cultura como crime.
Se abdicássemos de "obrigar" a nossa sociedade a seguir certas regras estaríamos a abrir caminho a que todos pudessem fazer "o que lhes dá na real gana" em todos os aspectos.
Defender a vida de uma criança não tem nada a ver com crenças, gostos ou opiniões. Trata-se de um princípio universal e cultural.

anabananasplit disse...

Eu acho que teria que estar numa situação mesmo muito má para ponderar abortar uma gravidez.

Acho isto uma situação muitíssimo complexa e consigo perceber os argumentos dos dois lados (ambos pró-vida e nenhum pró-aborto, pois todos defendem a vida e nenhum gosta de abortos...).

Eu considero que enquanto o embrião/feto em formação não for um ser distinto e independente da mãe, esta deve ter o direito de abortar o processo. Se uma mulher quiser abortar um feto de 26 semanas (o limite da viabilidade com o state of the art actual, se bem me recordo) já não acho aceitável, porque o feto tem uma hipótese real embora diminuta de sobreviver independentemente da mãe. Provavelmente ficará cego e com outros problemas graves mas a sua existência como pessoa autónoma começa a ser possível. Até lá é apenas parte da mãe, a sua "vida" é a da mãe. Uma pessoa só ganha vida (se o fizer) quando nasce. Por isso se comemoram os aniversários relativamente à data de nascimento, por isso se registam as crianças nos cartórios depois de elas nascerem, por isso se fazem as cerimónias religiosas fúnebres para as crianças que morreram após o nascimento e não aos fetos abortados espontaneamente.

Também não concordo com o aborto selectivo para o sexo da criança (sem ser para evitar uma doença ligada ao sexo) generalizado porque isso pode criar desequilíbrios graves no ecossistema humano com consequências graves posteriormente (ex: China e os milhares de homens que nunca terão possibilidade de casar e constituir família porque não há mulheres devido aos abortos e infanticídios selectivos que advieram da política do filho único).

fernando alves disse...

Ana,
compreendo os seus argumentos. Mas repare: o cerne da questão reside em saber o que cada um de nós considera vida, porque tenho a certeza que, se lhe provassem por A+B que era vida às 6 ou 7 semanas, a Ana seria contra o aborto, não é?

A minha opinião (e a dos cientistas em geral) é que já se considera vida nessa altura. A opinião da Ana é que só considera vida aquilo que é autónomo. Aconselho-a a ler a opnião do Dr. Walter Osswald, do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa no meu post "exercício simples".

Obrigado pelos seus comentários. Seja livre de dar a sua opinião sempre que assim o entender.