quinta-feira, novembro 16, 2006

O que é a saúde psíquica?

O PS, sorrateiramente, prepara-se para liberalizar o aborto até às 16 semanas. Como? Assim:

Além de permitir a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) nas primeiras dez semanas, tendo como única condição a consulta prévia de um Centro de Acolhimento Familiar, o diploma do PS alarga o prazo para a realização do aborto das 12 para as 16 semanas em caso de perigo para a saúde física ou psíquica da mulher.

Também até às 16 semanas de gravidez, o projecto prevê que deixe de ser punível o aborto que ponha em perigo a saúde física ou psíquica da mulher «por razões de natureza económica ou social», que actualmente não são referidas na legislação.

Urge questionar: que perigos para a saúde psíquica da mulher poderão ser estes? É fácil entender que isto poderá dar azo a desculpas ou razões fúteis para realizar um aborto a um feto com 16 semanas. Alguém duvida que haverão muitas mulheres a aproveitar este pormenor para fazer abortos invocando a sua saúde psíquica?

Se o casamento acabar às 15 semanas de gravidez pode-se invocar saúde psíquica?

Se os pais da grávida descobrirem a sua gravidez às 14 semanas e se zangarem com ela pode-se invocar saúde psíquica?

Se a grávida mudar de ideias já depois das 10 semanas e tiver uma amiga médica que lhe passe um atestado que certifique que tem depressão, pode-se invocar saúde psíquica?

Se as taxas de juro aumentarem na 12ª semana de gravidez e a prestação da casa ficar mais pesada, pode-se invocar dificuldades económicas?


E em que ficamos: o feto é vida a partir das 10 semanas ou das 16 semanas? Se colocamos o limite geral nas 10 semanas por assumirmos que aqui começa a vida, não será demasiado cruel e fútil permitir a destruição essa vida por motivos económicos até às 16 semanas?

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