Em declarações reproduzidas na edição desta quarta-feira do jornal Público, a activista considerou que «encontra-se uma paixão nos bispos contra o aborto que não se encontra sobre mais nenhuma questão», já que uma mudança na posição da Igreja sobre estas duas matérias representaria o fim das duas regras «para ter poder na Igreja»: «Tem de ser homem e tem de dizer que não pratica sexo.»
Para Frances Kissiling, a aceitação da contracepção e do aborto significaria reconhecer que «qualquer pessoa teria possibilidade de estar perto de Deus».
A posição da Igreja, sustentou, só se justifica com «algo de profundamente sexista», com a activista a dar como exemplo a forma como a Igreja encara a guerra: «A Igreja admite que pode ser justo tirar a vida de uma pessoas numa guerra, admite que se pode tirar a vida de uma pessoa em legítima defesa, mas uma mulher não se pode defender de uma gravidez perigosa», criticou.
Também oradora-convidada no colóquio, Ana Vicente, investigadora e membro do movimento leigo Nós Somos Igreja, questionou o papel da religião no desenvolvimento das sociedades, ao defender que «as religiões servem de obstáculo ao desenvolvimento e ao empoderamento das mulheres.»
Frances Kissiling acusou ainda directamente o anterior e o actual Papa, afirmando que «os teólogos deixaram de discutir [quando começa a vida] e isso teve que ver com o Papa João Paulo II e de Ratzinger, quando estava à frente da Congregação da Fé. Desencorajaram qualquer forma de discussão teológica.»
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