quarta-feira, novembro 22, 2006

Exercício simples

Ora, se você quiser uma opinião sobre o aborto, a quem recorreria? A uma pessoa formada em jornalismo (defensora do sim) ou a uma pessoa formada em bioética (defensora do não)?

Argumentos da pessoa formada em jornalismo:
"uma pessoa põe-se a pensar (quer dizer, uma pessoa que não seja mulher e não esteja grávida, faz favor) e realmente. como é que passa pela cabeça de alguém que uma grávida possa decidir? com justificações que só ela conhece? sem outra motivação que não a da sua decisão? sem um professor doutor em ética que decida, justifique e motive por ela?"

"a não ser, claro, que o facto de estar grávida tenha resultado de sexo forçado. ou que a grávida esteja grávida de um ser completamente humano mas com problemas, tipo um anão ou um mongolóide. aí já a podemos deixar decidir, desde que sejamos sempre nós, os professores doutores, a caucionar a decisão dela. nunca por nunca deixem uma grávida decidir sózinha ou lá com quem a engravidou se ela ou eles os dois querem ou não continuar grávidos e criar uma criança."

Argumentos da pessoa formada em bioética:
"Não há qualquer dúvida que o embrião / feto é um ser humano numa fase do seu desenvolvimento. Falar de amontoado de células, de potencialidades, de projecto, etc. é uma atitude de ignorância, de lançar fumo e de esconder a realidade e, algumas vezes, traduz desonestidade intelectual."

"O processo de desenvolvimento é contínuo, sem cesuras nem barreiras que permitam individualizar fases na vida intra-uterina; até a clássica destrinça entre embrião e feto (8 semanas) é artificial."

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