sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A ideologia da heresia



Recebi ontem um e-mail do Miguel Montenegro que, em vez de comentar no blogue, preferiu conversar por mail. O Sr. Miguel Montenegro é a favor do "sim". Mas é um daqueles partidários do "sim" que o é e nem sabe bem porquê. É um daqueles que está a ir na conversa anti-Igreja que se instalou na extrema esquerda e nos média. O dito cujo enviou-me também 2 imagens e desafiou-me a enviá-las aos meus amigos. Faço melhor do que isso: coloco-as aqui para toda a gente ver.

Para votar neste referendo é necessário invocar argumentos científicos, humanísticos e civilizacionais. Estes são comuns ao "não" e ao "sim". Algumas facções do "não" invocam também argumentos religiosos. Estão no seu direito. As facções do "sim" respondem com ataques cerrados à Igreja, a padres e a bispos. Porquê? Já o disse tantas vezes que até cansa, mas cá vai mais uma vez: o objectivo é conseguir os votos de protesto contra a Igreja.

O Miguel Montenegro e outros como ele caem num erro muito comum: generalizam. Ouvem um padre de "cascos de rolha" a excomungar toda a gente que vote "sim" e esquecem logo os milhares de padres e freiras que apoiam grávidas, que gerem lares e creches, que ajudam grupos de jovens nas paróquias, que cuidam dos velhinhos nos lares de idosos e dos doentes nos hospitais. E depois, na falta de melhor, vão rebuscar comportamentos da Igreja na Idade Média. Aparecem também com a proibição da masturbação, dos contraceptivos e da condenação dos homossexuais.

As pessoas como o Miguel Montenegro não percebem que a Igreja não obriga ninguém a nada. A Igreja não obriga os seus fiéis a seguir os seus mandamentos. Só os segue quem quer. Não percebem também que a Igreja é uma instituição com 2 mil anos que não se rege por lobbies ou grupos de pressão e que defende princípios universais. Não percebem também que há a Igreja e há os homens da Igreja. E estes, os homens da Igreja, são falíveis e têm pecados como todos nós. Mas a Igreja é a mensagem de Cristo. E se esses senhores estão revoltados com a Igreja, esqueçam os padres, comprem uma Bíblia e leiam-na. Com certeza que mudarão de ideias ao constatar a mensagem de Paz, Amor e de Vida de Cristo.

O ódio não é a solução. Quando odiamos alguém, a única pessoa que sofre somos nós próprios. Por isso, neste referendo, não vote por ódio a algo ou a alguém. Vote por amor ao próximo.

3 comentários:

Ka disse...

Caro Fernando,

Esse tipo de postura, a de generalizar, ou de atirar para o ar uns argumentos sem sentido para que percamos tempo a debatê-los, é o modus operandi de quem defende o sim!

Falta-lhes os argumentos!
Sabem que já foram desmascarados na questão da pergunta ( está em causa aborto livre e não despenalização).

Enfim é triste ver o debate em torno desta questão a baixar cada vez mais de nível...

Vida Sempre!
Voto Não!

Anónimo disse...

Era tão pequeno
que ninguém o via.
Dormia sereno,
enquanto crescia.
Sem falar, pedia
- porque era semente -
ver a luz do dia
como toda a gente.
Não tinha usurpado
a sua morada.
Não tinha pecado.
Não fizera nada.

Foi sacrificado
enquanto dormia.
Esterilizado
com toda a mestria.
Antes que a tivesse,
taparam-lhe a boca

tratado, parece,
qual bicho na toca.

Não soltou vagido.
Não teve amanhã.
Não ouviu : "Querido.."
Não disse : "Mamã ..."

Não sentiu um beijo.
Nunca andou ao colo.
Nunca teve ensejo
de pisar o solo,
pezito descalco,
andar hesitante,
sorrindo no encalço
do abraço distante.

Nunca foi a escola
de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas
com olhos de assombro.
Crianças iguais
a que ele seria,
não brincou com elas
nem soube que havia.
Não roubou maçãs,
não ouviu os grilos,
não apanhou rãs
nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão,
vadio que fosse
a lamber-lhe a mão,
à espera do doce.

Não soube que há rios
e ventos e espaços.
E Invernos e estios.
E mares de sargaços,
e flores e poentes.
E peixes e feras -
as hoje viventes
e as de antigas eras.

Não soube do mundo.
Não viu a magia.

Num breve segundo,
foi neutralizado
com toda mestria:
Com as alvas batas,
máscaras de entrudo,
técnicas exactas,
mãos de especialistas
negaram-lhe tudo
(o destino inteiro ...)

- porque os abortistas nasceram primeiro

DAD disse...

É esta a ignorância do povo português. Ainda no outro dia um senhor queixava-se ouvir o pai dizer que "na Monarquia nem havia TV nem nada, o Rei ficava com tudo".

http://monarquico.blogspot.com/