sexta-feira, dezembro 15, 2006

Aborto e DST's

Quem, como eu, trabalha e contacta diariamente com jovens, sabe que eles usam preservativo, na grande maioria das vezes, apenas com a preocupação de evitar uma gravidez indesejada. Evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis é algo que, infelizmente, não faz parte das suas preocupações. Sabendo isto, fará sentido supor que, com a hipótese de recorrer ao aborto, o uso de preservativos diminuirá e por isso se potenciará o risco de transmissão de DST's? Confesso que a ideia já me tinha ocorrido mas não tinha falado dela por falta de dados concretos.

Hoje, ao fazer a visita habitual ao Letras com garfos, tropecei neste artigo:

"BELGRADE -- A study shows that one out of every 20 adolescent girls in Serbia becomes pregnant.

Two-thirds of them choose to have an abortion.

According to the study commissioned by the Serbian government and conducted nationwide, young adults are insufficiently educated on contraception, pregnancy, sexually-transmitted diseases and similar crucial health issues.

In response, the ministry has put together a "reproductive health handbook" for distribution to primary school teachers, in order to encourage sex education early in children's lives.

Highlighting the problem, recent UNICEF statistics show that in Serbia and its former sister republic Montenegro, some 45 per cent of all people infected with HIV are between 15 and 29 years old."

Resumindo: Na Sérvia, a gravidez na adolescência é muito comum devido, em grande parte, à fraca educação sexual dos jovens, tal como acontece em Portugal. Dois terços das jovens que engravidam optam por fazer um aborto, transformando-o assim num verdadeiro método contraceptivo, tal como muitos de nós, defensores do "não", tememos que aconteça em Portugal. Por outro lado, 45% dos infectados com HIV têm entre 15 e 29 anos.

Há ou não uma efectiva relação entre aborto, DST's e falta de uso do preservativo? Dá que pensar, não dá?

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